A minha vida dava uma crónica. – Distância

Distância ou a razão de tudo que acontece no mundo.
Exagero?
Fantasia?
Palermice a que este gajo nos habituou?
Não.
Exactidão!
Realidade!
Parece que ele desta vez até tem razão!
Dirão vocês no final.
Tudo, mas tudo, é consequência da distância.
E é “tão tudo” que nem sei por onde começar…
Posto isto dou por mim neste momento a ponderar não escrever mais nada…
No entanto, comprometi-me a provar uma teoria, pelo que vai uma grande distância entre a minha ponderação e aquilo que vou fazer:
Distância…
Antes de mais nada a razão porque estás a ler estas linhas.
Se não fosse a distância estaria eu a provar te pessoalmente esta minha teoria.
Poderia falar contigo num tom mais alto ou mais baixo dependendo da distância que nos separasse, podendo a distância ser a causa de eu ficar afónico ou dos problemas auditivos que te iria provocar.
Isto claro, se por causa da necessidade de encurtar a distância, eu não tivesse um acidente de carro ou avião, como acontece a milhões de pessoas que por causa da temática aqui abordada dão cabo da vida.
Vida essa que muitos perdem na guerra, que mais não é do que uma luta pela ocupação de espaços, de forma a encurtarem-se distâncias.
Antes pretendiam-se encurtar distâncias para um melhor domínio de certos pontos estratégicos, actualmente grande parte das guerras tem como denominador comum espaços onde abunde petróleo.
Petróleo, esse recurso natural, que é só a principal fonte de energia que temos e que serve para gerar combustível que visa…
Exactamente…permitir que se percorram grandes distâncias em muito menos tempo.
Sempre a distância…em tudo que fazemos ela está lá, até nas relações e no nosso estado de espírito:
Quem gostamos queremos que esteja perto, senão sofremos.
Quem odiamos queremos que esteja longe senão sofremos.
Sem comida perto não sobrevivemos muito tempo.
Com bebida longe sobrevivemos menos tempo ainda.
Perto, longe,perto,longe…é tudo o que interessa e tudo de que depende a felicidade.
Perto o que amamos, longe o que nos faz sofrer, seja algo palpável ou não.
Distância, a única condicionante da felicidade.
Posto isto é facilmente perceptível que tudo o que fazemos é por causa da distância ser maior ou menor, só esta condiciona toda a nossa vida:
O tempo que perdemos, as coisas que acontecem, as relações que criamos, o facto de estarmos vivos, tudo se deve a ela.
Tudo se resume a ela.
Nascemos porque a distância entre os nossos pais se anulou completamente 9 meses antes do nascimento e somos quem somos porque nessa altura um espermatozóide foi o mais rápido a percorrer uma pequena distância.
E no final…sim…até no final ela estará lá…
Porque no final o caminho será sempre o mesmo e estará à distância de sete palmos de terra.

Crónica de João Pinto Costa
A minha vida dava uma crónica