As falsas lágrimas de Obama, não são originais, nem tão pouco uma mera exceção. Elas são idênticas às das Teresas, dos Manéis, das Kims, das Fátimas, das Oprahs nacionais e internacionais. Idênticas, mas com algo de diferente.
É que se o Presidente dos Estados Unidos da América, o chefe das forças armadas da mais forte nação do nosso querido planeta, dependente do voto popular, aconselhado pelos melhores especialista do mundo em comunicação, recorre àquela atuação patética, é porque resulta.
O problema é mesmo esse, resulta. A paragem robotizada, resulta. O marketing manual às lágrimas vertidas sem emoção no olhar, resulta. A falta de esforço em levantar a voz após as lágrimas, resulta. A atuação digna dum qualquer ator falhado de filmes série B, resulta.
Não esperaria outra coisa, quando um político utiliza uma estratégia de marketing deste género, é porque sabe que resulta. A racionalidade assim o diz.
Porque eles também têm tablets, computadores, televisões, e outros ecrãs inundados de lágrimas feitas de falsas emoções, e também sabem da estranha aceitação destas interpretações, no fundo, sabem que o mundo parece ter sido conquistado pelos fãs do wrestling americano da luta do faz de conta.
O resultado, esse, é a empatia com o povo, todos os artistas da lágrima fingida têm esse objetivo na mente, mas é aqui que o conteúdo do saco lacrimal de Obama é diferente.
Mais do que um mero cidadão, a tentar aproveitar-se da ingenuidade dum grupo, um político é alguém que tem responsabilidades, que trata de assuntos de extrema sensibilidade e não pode sucumbir ao ridículo. Naquele momento, com aquelas falsas lágrimas, Obama traiu a sua nobre causa, pelo menos no assunto em discussão. O seu interesse particular, o seu desejo de popularidade, deveria ter ficado em casa nesse dia.
A partir daquele momento, estava validado pela mais alta figura do mais poderoso País, a noção que a comunidade no seu todo é estúpida, que se pode facilmente ludibriá-la, e é ético tirar partido dessa situação. Em qualquer situação, acrescento eu.
Esta validação é um insulto à nossa inteligência, o problema é que… resulta!
Mais crónicas
O MEU MUNDO INVERTIDO
A Livreira – Delta de Vénus
A Livreira – O Convite