Baby girl smiles

O bebé tem soninho…

Ora viva!

Lamento informar mas o Pai Sofre de hoje será muito “pucanino”. E isto porquê?! Porque o menino está com muito soninho e a falta de ó-ó afecta gravemente a criatividade e sentido de humor! (E não faça cara feia porque duvido que não aconteça o mesmo consigo…)

“Ah e tal, andaste na coboiada, a festejar a vitória do Benfica, e agora queixas-te.” – Pensarão os meus queridos leitores. Mas, não! Isso não é verdade. Antes fosse… A razão que me leva a estar cheio de soninho é mesmo o facto de não ter espaço para dormir na minha própria cama.

Agora é a parte que começam os recém-papás a resmungar:
“Epá, tu não te queixes, já poderes dormir é uma bênção!”;
ou “Não tens espaço na cama vai para o sofá. Aproveita mas é enquanto tens silêncio em casa.”;
ou ainda “O quê? Podes dormir e não dormes, só porque estás apertado? Espera por o bebé nascer e logo vês.”
Ao que eu, simpaticamente, respondo: “E se fossem todos… agourar para o raio que vos parta, hum…?! Eu bem sei que a vida de pai não é fácil, especialmente no que toca ao soninho, mas deixem-me acreditar que a minha piquena será uma cu de sono e me deixará dormir durante horas a fio.” Até pode ser pouco provável mas ganhar Euromilhões também o é e não é por isso que eu deixo de jogar.

Os recém-papás são do pior que há… Antes de decidir ser pai todos me incentivavam. Diziam que era o melhor do mundo, que não trocavam por nada e que não havia sequer palavras para o descrever… Mas assim que souberam que já estava, que eu ia ser pai  e não havia volta a dar, arranjaram logo uma série de palavras para descrever a paternidade (o problema é que eram quase todas elas más…):

– “Aim… Estás lixado! Aproveita para dormir agora. Tão cedo não dormes uma noite inteira.”

– “Tu aproveita para fazer o amorrr. É porque depois? Uii… Uma vez por mês, e… e…”

– “Ai, achas que dormes mal?! Então espera para veres depois do bebé nascer.”

– “E fraldas sujas? Uiii. A tua vida vai ser só limpar cocó e vomitado!”

– “Então e quando estão doentes? Txiii, isso é o pior. Tu prepara-te…”

E TEREM DITO TUDO ISTO ANTES, NÃO?!
BELOS AMIGOS QUE VOCÊS ME SAÍRAM!!!

Mas depois eles retrucam com a famosa expressão, “Deixa lá, quando eles sorriem para ti tudo vale a pena…” E aí tudo muda. (Ou então não…)

«Agora que penso bem nisso, começo a achar que não era nada má ideia mandar fazer um quadro, com essa mesma frase, e pendurá-lo em frente à minha cama. Assim, quando tiver de me levantar de 2h em 2h, sempre tenho algo que me incentive para além de um sorriso.»

Mas agora um pouco mais a sério. Tenho a certeza que nem tudo será mau. Por exemplo, assim que a minha esposa “desove” (adoro esta expressão… É quase tão boa como “parir”) voltamos a ter a cama toda só para nós (sim, porque por mais linda e maravilhosa que a minha filha seja, faço intenções de não permitir que ela vá para a nossa cama vomitar e fazer chichi. Para isso estou lá eu!).

E isso é algo bastante positivo, até porque neste momento eu partilho a minha cama com uma grávida (que se mexe como o camandro), um bebé (que apesar de estar dentro da barriga ainda ocupa imenso espaço), cinco almofadas (diz que as grávidas têm mau dormir) e um pónei (eu tinha que arranjar um pónei… E já que não posso ter um pónei bebé arranjámos um pónei doudou – para quem não sabe o que é um doudou eu explico: é um género de um peluche/lenço, que absorve o cheiro da mãe, e depois coloca-se no berço do bebé quando ele nascer.). Tudo isto num colchão de 1.55m por 1.90m. O que convenhamos, é bastante apertado para tamanha parafernália!

Mas o que vale é que está quase no fim. Não tarda nada terei o meu espaço de volta. Muito provavelmente não conseguirei desfrutar dele, mas isso é outra história. Até porque lá está: “tudo vai valer a pena quando ela sorrir para mim!”

(Olha… Parece que afinal até não foi assim tão “pucanino” quanto isso… “Ai, ai, Pai Sofre!”)