Bora lá e… pimba! – Raquel Santos

Caros leitores estão surpreendidos com o título desta crónica? Não estejam porque involuntariamente todas (ou quase todas) as pessoas a usam no seu dia-a-dia, nem que seja no seu pensamento.

Num dia desta semana, estava sentada, a disfrutar um belo pequeno-almoço, quando de repente toca o telefone. Entusiasmada atendi. Sim entusiasmada, porque raramente me ligam e estava à espera de uma chamada importante. Contente por se tratar de um telefonema de emprego, ouvi atentamente as indicações que me estavam a ser dadas. Era uma escola que estava a precisar de um professor de educação física para dar aulas ao 2º ano. O monólogo foi interrompido por uma questão: «A senhora o que faz?»  Eu surpreendida disse « Sou educadora de infância mas sempre fiz muito desporto e durante a universidade tive uma disciplina dedicada a atividade física. » Depois disto, a senhora ficou reticente pois pensava que eu tinha alguma formação em educação física e disse que iria ter de verificar e me ligaria mais tarde!

Eu sei que existem muitos professores de educação física a concorrer, mas eles já não deveriam ter visto isso antes de me selecionar? Passados uns minutos a tal senhora liga-me a dizer que afinal já não podia ir dar as aulas, porque não tinha habilitações suficientes e eu compreendi da forma que pude. Já viram esta situação? Disseram-me “Borá lá e… afinal pimba!”

É a fartura de desempregados e depois são mais exigentes na escolha! Acho bem que o sejam, mas que tenham mais consideração pelas pessoas. Muitas vezes passa ao lado e não pensam que se fosse ao contrário não iriam gostar. É assim.

Apesar do sucedido, sentei-me confortavelmente no sofá a ver um filme. Epah aqui é que se usa muito “Bora lá e pimba!” De certeza que já deve ter percebido do tema que estou a tentar insinuar. Isto também acontece nas novelas e na vida real imensas vezes… Duas pessoas de sexo oposto apaixonam-se logo no primeiro dia. Será isto possível? Nesse dia mal falam e à noite falam tudo através de gestos e outras coisas mais. Isto faz-me uma confusão do tamanho do mundo. É mesmo para dizer “Bora lá e pimba!” Lembram-se do famoso programa Maré Alta, transmitido pela SIC? Usavam esta expressão mas camuflada na sigla VIP (Very important person). Iludiam as mulheres que lá passavam e depois era mesmo pimba! Acho que estou a ficar viciada na palavra pimba. A minha mente está a ficar pimba. E vocês dizem… está a ficar pirada! É capaz, mas isso já se trata de outra expressão e agora não vamos cantar a famosa música.

E agora já terminou de ler e de certeza que vão fazer outra coisa, não é? É uma questão para dizer. “Bora lá e … depois pimba!”

Crónica de Raquel Santos
Pequenos Desabafos