Da Ocidental Praia Lusitana – O Pseudo-plano de Pseudo-emprego

Esta semana o governo contou-nos uma nova anedota. Uma senhora alemã, um senhor francês e um senhor português competem para ver quem cria mais empregos. Vai a senhora alemã e cria milhares e milhares de empregos. Depois, o senhor francês cria também milhares de empregos. Chega o português, e cria um plano que converte profissionalmente 150 chefias do “ministério do desemprego”, juntando a essas mais mil técnicos do IEFP, para serem gestores de carreira do milhão e muitos desempregados em Portugal. Pretendem colocar 3 mil pessoas por mês em emprego e aumentar em 20 por cento o número de ofertas disponível, com ajuda de centros privados de emprego? Mas o que é isto? Não é uma anedota, senhoras e senhores. É o novo plano do governo para criação de emprego em Portugal…

Política desta não é séria…parece que ainda há gente a “brincar ao carnaval” e sem ter dado tolerância de ponto. Este plano é “travestido” de solução, mas apenas poderá criar mais problemas para os desempregados, como aumento de emprego temporário (através dos centros privados de emprego), fim de subsídios de desemprego (que colocará pessoas no mercado laboral, para uns meses depois, serem indubitavelmente dispensadas), e avolumar da crise de desemprego. O governo pretende baixar a estatística, em vez de criar emprego de facto. Esta bola de neve, em que se transformou o flagelo do desemprego em Portugal, tem de ser detida e invertida, pois Portugal está em vias de “um ataque de nervos”.
Esta semana as estatísticas anunciaram a subida da taxa de desemprego para 14% (ou antes, a taxa de pessoas inscritas no IEFP, excluindo os demais). Mal o plano foi anunciado, e prontamente António José Seguro, líder do Partido Socialista, pediu um novo plano. E bem, diga-se. É como alguém pedir, num restaurante, um prato de bacalhau, e em vez disso, trazem um prato de peixelim. Tal e qual.
Senhor(a) leitor(a), estamos na ocidental praia lusitana, aquele pedaço de terra junto ao oceano atlântico na ponta da Europa. Neste momento, os governos da europa central insinuam que somos do clube dos “países preguiçosos”, até porque a preguiça parece estar a assolar mais do que nunca os empregadores. A força de trabalho, essa mede-se em pessoas com capacidade activa para o trabalho, mais de um milhão de cidadãos em sofrimento e em casa, à espera de dias melhores. Já se fala num possível segundo resgate do FMI/FEEF/UE…como é possível o povo português continuar a tolerar este tipo de situação e flagelo? Num país com “brandos costumes”, parece-me que somos mexilhões que não se importam de “ir na onda e bater nas rochas…”

Crónica de Nuno Araújo
Da Ocidental Praia Lusitana