Doença crónica: Febre Zumbástica

Há por aí tanta gente, sobretudo mulheres ( não desfazendo na classe masculina ) a sofrer desta doença mais que benigna, febre zumbástica… Confesso que quando ouvi falar deste nome Zumba (sensivelmente à ano e meio atrás), pensei logo:

“Ora zumba na caneca, ora na caneca zumba… que diabo fará aquela gente numa aula de zumba, andaram à palmada, no bom sentido claro, uns com os outros? Bem tenho de ir investigar.”

Curiosa que sou, fui a uma aula de zumba fitness e o que é que me aconteceu? Querem mesmo saber meus “zumberos”? Ora bem, fiquei a sofrer desta bendita doença e nunca mais consegui curar-me. Sou zumberodependente!

Agora falando de coisas sérias, o zumba fitness nasceu na Colômbia com o Beto Perez na década de 90, é a mais recente modalidade da dança e do fitness e mistura ritmos como rumba, salsa, cumbia, pop, kizomba , merengue, mambo, samba, lambada, flamenco, calipso, reggaeton e muitos mais. A modalidade traz  imensos benefícios para quem a pratica, aumenta a coordenação motora e a sua auto-confiança, melhora a sua resistência cardiovascular , aumenta o metabolismo, entre outros.

Já passou a parte séria, agora vamos tentar experimentar a loucura desta febre zumbástica…

Ora bem, como zumberodependente (não tenham medo porque estou saudavelmente controlada e não tomo a medicação há muitos anos) venho contar-vos um pouco desta loucura aqui pelo oeste de Portugal:

Comecei com as minhas aulinhas de zumba fitness aqui e ali, com vários instrutores, comecei por achar que isto não ia passar de um pequena febre, que rapidamente passava, assim como passam tantas outras modas e que mais dia menos dia, puff, já não existia mais zumba… Enganei-me!

Sempre gostei de dançar e aquilo que fui observando é que só fica no zumba quem realmente se apaixona pela dança ou já era apaixonado, porque a mistura de todos aqueles ritmos torna a aula violentamente feliz e zumbofantástica, resumindo, Zumba é festa.

Ele é “Viva la vida siga la fiesta, las manos en la cintura … un paso alante un paso atrás” , ele é ” metela sacala … meta la pierna, saca la pierna…” depois fica ” molinho, molinho, molinho… você vai e eu vou também, a gente se encaixa no vai e vem”, já para não dizer ” bailando, bailando… yo quiero estar contigo, vivir contigo, bailar contigo, tener contigo, una noche louca”, depois disto não esquecer que irei “vivir mi vida” mas ” Lento, bailame lento, así con todo sentimiento…” e ” Nós vamos ficar por aqui…”

Como não podia deixar de ser, um zumberodependente assumido começa a ir também aos eventos de zumba e passa a conviver com outros igualmente “doentes”. Vou ter de partilhar isto convosco, já tinha ido a muitos eventos mas no último em que estive, pela altura do Carnaval em Torres Vedras, constatei que as senhoras de mais idade, sim porque o zumba é para todas as idades, conseguem ser ainda mais “malucas” que as moças de tenra idade, pois elas é pulseira com guizos, elas é mini-saias ás cores, elas é t-shirts cortadas, tops malucos e pulam para cá e para lá, mesmo que não estejam no ritmo não faz mal, o que importa é saltar e isto tudo para quê? Para queimar calorias, claro está! Ou será para chamar a atenção do moço Zumbero que está no palco?! Ai malucas!

Esta febre também tem o efeito de não conseguir parar de dançar, sai-se da aula, entra-se no carro e o corpo continua, sai-se do carro entra-se em casa e continuamos, entra-se em casa vai-se para o banho e continua e por fim sai-se do banho e vai-se para a cama e continua a Zumba… e zumba e zumba e zumba e zumba e zumba e zumba e zumba e zumba e zumba e zumba e zumba e zumbaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa, ah ok já chega.

Também existe a parte em que no carro, enquanto vamos colocar os miúdos à escola e estamos a caminho do trabalho, toca aquela musica do zumba e de repente, o nosso rabo sentado no banco do condutor começa a tentar dançar zumba, de seguida passa para os braços e mãos e tudo mexe a conduzir (senhor guarda se estiver a ler isto, peço perdão mas é efeitos da febre).

Voltando à parte séria, continuem a zumbar sempre que possam, no mínimo duas vezes por semana, porque não só faz bem à saúde mas também faz bem à sua alma.