A Maddie está morta

A Maddie está morta. Está morta desde a fatídica noite em que os pais a mataram. Esta é a minha opinião, formada desde a primeira hora em que a noticia do desaparecimento de Maddie foi divulgada.

Madeleine McCann, a menina inglesa que desapareceu com quatro anos, do apartamento onde passava ferias com a família, no Algarve.

Já passaram sete anos desde o desaparecimento da menina inglesa, e não há provas nem certezas do que lhe aconteceu. Mas há opiniões, muitas e variadas opiniões.

Primeiro, os pais de Maddie deviam ser julgado por negligencia. Por deixarem três crianças sozinhas no quarto a dormir, para irem jantar a um restaurante que se situava a 100 metros de distancia do apartamento. Mais, a ser verdade a teoria de que os pais medicavam as crianças para elas dormirem sem interrupções, eles deveriam estar presos neste momento. Eu acredito piamente nesta teoria, qualquer pai sabe que as crianças mesmo a dormir não são totalmente tranquilas.

Segundo, a postura da mãe nunca me convenceu. Mãe é mãe, não interessa a nacionalidade ou a cultura de um país, uma mãe inglesa sofre de igual forma como uma mãe chinesa, uma mãe portuguesa sofre tanto como uma mãe nigeriana, a única diferença que existe é que há boas mães e más mães. Nunca vi sofrimento naquele rosto, sempre arranjada, maquilhada, cabelo impecável, lágrimas mal as vi, pareceu tudo uma encenação, forçar uma dor que não existia. Basta pensarmos na Filomena, mãe do Rui Pedro, que desapareceu com onze anos, se compararmos as posturas das duas mães, facilmente tiramos as nossas conclusões.

A forma como a imprensa britânica lidou com este caso foi exagerada em todas as vertentes. A forma como o governo britânico e a policia britânica defenderam a posição dos pais foi altamente suspeito, ou não teriam os pais de Maddie muito boa influencia no seu país, médicos de profissão, tinham vários conhecimentos no governo e policia que os ajudaram a continuar este autentico circo. Nem o Sócrates escapou a uma teoria, que defendia o seu interesse em abafar a caso Maddie pressionado pelo caso Freeport.

A pequena Maddie não resistiu à dosagem de medicação, calmantes talvez, que os pais lhe deram nessa noite, e sofreu uma paragem cardio-respiratória. Quando os pais chegaram ao apartamento, duas horas depois, depararam-se com a filha de quatro anos morta. Se Maddie foi atirada ao mar, se foi enterrada na igreja com a ajuda do padre, se foi levada na mala do carro dos pais para local incerto, isso já não interessa, porque o pior já tinha acontecido, que foi a morte de uma criança.

Entretanto, no decurso da investigação, o fundo de Maddie angariou qualquer coisa como 2,6 milhões…

Sabem o que realmente lamento nesta história? Rui Pedro, que desapareceu há dezasseis anos, cuja mãe é o reflexo de uma dor que não cessa, uma mãe que morreu para a vida no dia em que o filho desapareceu, deveria ter tido as mesmas oportunidades de investigação que Maddie teve. Maddie, nem sequer é de nacionalidade portuguesa foi grosseiramente mais beneficiada que qualquer umas das nossas crianças e jovens desaparecidas.

Um bem haja à mãe do Rui Pedro…

Crónica de Sandra Castro
Ashram Portuense