Mais uma criança a falar do que não sabe – Joana Camacho

Esta semana inaugurei na minha vida uma nova etapa – dei início à arte de ler jornais e ver notícias. Não me interpretem mal: a minha relação com os livros de banda desenhada e com os desenhos animados do Disney Channel era (é) perfeita mas, ao que parece, não socialmente aceite. “Pá, já não tens idade”, dizem eles. Fui – caros leitores – vítima de peer pressure (os estrangeirismos dão-me um ar intelectual, eu sei).

E agora é isto: estou há duas horas a tentar descodificar o que caraças são as SWAPS. Vou supor que é uma espécie de SWAG (termo frequentemente usado pela criançada), mas adaptado aos políticos. Só porque as siglas se assemelham. A definição mais correta, a meu ver – no dicionário português –, seria: SWAPS (nome): políticos que usufruem de bonés e vestuário específico que lhes confere estilo e aceitamento social, dentro da espécie. E agora acrescentava um yó! no fim desta definição repleta de conhecimento científico, para demarcar a rebeldia do termo. É isto que são as SWAPS, não é?

Noutros assuntos, deparei-me com uma notícia sobre uma tal de Cristina Espírito Santo que alegadamente disse que as suas férias na Comporta são como “brincar aos pobrezinhos”. Hoje à noite vou adormecer a pensar como brincaria aos pobrezinhos se me saísse o Euromilhões. Entretanto, à semelhança desta senhora, sugiro que brinquemos… aos riquinhos. Que isto de brincar aos pobrezinhos todos os dias já cansa, e há que variar.

Li também um artigo que dizia que a urina pode servir para carregar a bateria dos telemóveis. Não podia ter adquirido este conhecimento em melhor altura – a bateria do meu telemóvel está a dar as últimas. Ora, então: vou ali urinar para cima do meu equipamento eletrónico e já volto.

Ainda relacionado com a urina, num outro artigo, lia que os cientistas chineses estão a criar dentes feitos de urina humana. Ora: com telemóveis carregados com urina, e próteses dentárias feitas com os componentes da mesma, porque não mudarmo-nos todos para a Urinólândia? Poderemos erguer estátuas ao Deus da Urina e criar templos para louvar o mesmo. Visitantes de todo o mundo viriam contemplar as nossas famosas lagoas de urina, conhecidas pelos seus poderes curativos. Exportaríamos garrafões de urina para os países, universos e galáxias mais longínquas. E PODERÍAMOS DOMINAR O MUNDO…! Ou se calhar não. Provavelmente não. O mais certo é que não. Pronto, NÃO!

Estou a começar a desenvolver a teoria de que os jornalistas andam a beber demasiada água. Bem sei que está calor, mas por favor acalmem-se. Deem um descanso aos vossos rins – afinal de contas, eles merecem. Duas notícias distintas sobre urina, no mesmo dia, é abuso.

Por hoje é tudo. Aguardo ansiosamente as mensagens ameaçadoras com desejos de que regresse às bandas desenhadas e ao Disney Channel, e deixe os jornais e as notícias para quem realmente percebe da coisa. Pelas minhas estimativas: não deverá tardar.

Caras pessoas que me leem: caso, por alguma razão, tencionem subornar a autora deste texto, permitam-me que vos deixe uma sugestão… chocolates. Montes e montes deles.

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A parva lá de casa