MEO ou NOS? Dois amores, um só cartão. – PARTE I

Lamentavelmente hoje não lhe trarei nenhuma história engraçada. Muito pelo contrário! Irei relatar-lhe uma linda e triste história de amor. O amor entre uma pessoa (eu) e duas operadoras de televisão/telemóvel/internet (MEO e NOS). Quer saber porque raio é que eu irei partilhar os meus, mais íntimos, sentimentos consigo? Simples, porque ir ao psicólogo sai caro e a minha almofada já está farta de tanto me aturar…

Era uma vez um jovem bem-parecido que decidiu mudar de operadora móvel. “Adeus MEO…Terás sempre o meu carinho (que é como quem diz o meu precioso número de telefone) mas irei entregar o meu coração a outra. A mui preciosa e jovem NOS!” Dirigi-me à loja e jurei-lhe fidelidade eterna (ou apenas durante 2 anos, a que for mais rápida das duas) “NOS… Tu e eu agora seremos um só!”

Mas, 6 dias depois, a MEO ligou-me. Ela queria-me de volta. Prometeu-me que seria uma rede melhor. Jurou-me até que faria tudo para que eu não a largasse. Mas eu respondi-lhe friamente: “Queres que fique contigo? Queres? Então baixa-me o preço…” E ela baixou! Mas não foi o suficiente… Disse-lhe: “Pff…Sua tola. É só isso que tens para me oferecer?! O que me ofereces é nada mais, nada menos, do que obtive noutro lado… Se assim é, prefiro mudar. Ao menos terei o gosto de experimentar algo diferente de ti!” ; “Não fica! – retrucou ela – Eu prometo tirar tudo! Serei tua por apenas €7.48 por mês! E garanto-te que poderás usar e abusar de mim quando quiseres”. Uma proposta irrecusável… Como é óbvio, aceitei sem pensar duas vezes, sem sequer pensar nas consequências que tal proposta poderia vir a acarretar. Um acto irreflectido que acabou por me sair muito caro, pois em momento algum, me lembrei que tinha assumido um compromisso perante a ‘pobre’ NOS…

No dia seguinte fui falar com a minha mais recente pretendente. Queria terminar tudo o mais rápido possível. Estava em pulgas para me entregar novamente à MEO. Sim, eu sei que naquele momento ainda era da MEO, mas tudo era diferente. Esta era uma MEO sem limites. Uma MEO pronta para usar e abusar a meu bel-prazer. Esta MEO nunca me diria que não, pelo contrário, diria “mais, mais, mais… “ Muito diferente da outra, que por diversas vezes me havia dito: “O saldo do seu cartão não lhe permite efectuar chamadas…” Cabra!

E foi nesse momento, quando tentei dar com pés à NOS, que o problema começou. Ela não aceitou a minha rejeição. Disse que não a podia deixar, que tínhamos feito votos, assinado papéis. Que o meu número agora era dela e de mais ninguém… “Ah! Ah! Isso julgas tu… – disse-lhe eu – Se não queres terminar tudo a bem, terminaremos a mal, vais ver…” Saí porta fora, liguei para o Apoio ao Cliente e disse-lhes:

“Quero terminar tudo! A minha ex oferece-me mais e melhor do que vocês!” Mas, sem que nada o fizesse prever, ela ofereceu-me o mesmo que a outra. Disse-me até que iria mais além… Dar-me-ia algo que nenhuma outra operadora seria alguma vez capaz de me dar…

Tal proposta deixou-me entusiasmado. O que seria? Chamadas grátis para o estrangeiro? Um preço mais reduzido? Mais internet? ‘Quiçá’ até um telemóvel grátis?! Teria de esperar para ver… Esperei 1 dia, 2 dias, 3 dias, mas a proposta tentadora nunca chegou… Tentei ligar, mas quem me tinha feito tais promessas não me atendia. Os seus colegas disseram-me que não me podiam ajudar, apenas ela poderia falar comigo. Apenas a voz da tentação poderia satisfazer os meus desejos mais íntimos, não eles… Liguei e liguei e liguei, 5 dias seguidos, mas ela insistia em não falar comigo. Estava farto. Percebi que tinha sido enganado. Ela tinha-me feito promessas vãs apenas para empatar o meu coração, fazendo assim com que eu ficasse sem nenhuma das duas… “Cabra!”- pensei eu novamente.

Num ataque de fúria, liguei-lhe mais uma vez. Não me atendeu, como seria de esperar. Discuti com quem me atendeu, com uma amiga, depois com um amigo, até que finalmente tudo terminou. Estava livre… Podia ficar com quem sempre me tratou bem. O meu pequeno deslize seria perdoado e, por fim, poderia ficar com aquela a quem sempre pertenci! E, nesse mesmo momento em que pensei que tudo tinha terminado, ela sussurrou-me ao ouvido: “Teria sido tua por €4.99…”

(Continua…)