Na senda da acção – pulos, espadas e tiroteios – Pedro Nascimento

Olá! Digam olá à sexta-feira que traz com ela o L2R2 X-Δ! É que hoje o bicho vem danado e cheio de força, perigoso! Um mashup poderoso de aventuras modernas carregadas de pancadaria! Tanto ponto de exclamação é merecido! Abram alas não para o Noddy mas sim para três pugilistas pesados e ferozes à la Mike Tyson da nova geração anos 10!   In the red corner…

Comecemos precisamente no dia 20 de Outubro de 2010. Quando Super Meat Boy, o novo herói das plataformas, tornou-se um arquétipo público de coragem. A Team Meat, uma companhia independente liderada por McMillen e Refenes, desenvolveu um jogo em 2D que viria a conquistar variados prémios da crítica no final desse ano. São cerca de 300 níveis de jogabilidade precisa e dificuldade brutal em que o personagem, um pequeno quadrado vermelho, tem de alcançar a princesa Gaze que está presa pelo maléfico Dr. Fetus. Para desbloquear mais conteúdo – outros personagens como o headcrab de Half-Life ou Steve do Minecraft – temos de apanhar pensos, presumidamente da princesa Gaze, que estão dispersos pelos 5+4 mundos que compõem os diferentes capítulos. Só não se pode dizer que alguns destes pensos e níveis bónus são impossíveis de completar porque existem vídeos em que os mesmos são alcançados – somente um Hércules do séc. XXI! Chega a ser frustrante, mas quando passamos um nível difícil é uma satisfação só comparável ao terminar um jogo pré-checkpoints e autosaves (esse Shinobi na MegaDrive era bem f@d§d$!).    Aaaaaaannnd in the blue corner…

Por falar em ninjas, saltemos agora para 16 de Outubro de 2012. Demorou um mês até que o ninja da tatuagem desse o jump da X360 para o PC. Caneco, a Klei Entertainment produziu um título para os prémios deste ano! De referir que esta é também a companhia que lançou N+ em 2008, preferência aqui do je. Mark of the Ninja: joguem. É mais um 2D para ficar na memória. O nosso clã está em perigo: Karajan e os seus soldados atacam o mestre Azai. Pagarão! Há que pôr em acção o ninja que há em nós: saltar telhados, andar pelas ventilações, tudo o que nos mantenha na penumbra. Depois é esperar que o inimigo se vire e matá-lo pelas costas, esventrá-lo com a espada. Ou então passar despercebido sem soar o alarme. Um ninja é frágil, há que pensar um plano e ser incisivo. Mais que isso, é de vital importância definir o ninja que queremos ser: um arsenal de truques e itens que se adaptem à nossa personalidade tornam a experiência ainda mais gratificante. Ah, e as polidas sequências em “anime” são um bónus de qualidade.   But the champion is…

Hotline Miami. Hotline, Miami. 23/11/12. Este é um daqueles jogos que se eu fosse um chavalo de 12 anos escondia dos meus pais para jogar em sossego e abrir a mente – uma influência para a vida. Duas coisas: a história surreal linear (o que sim, estabelece um oxímero; eh lecas, que este espaço ‘tá a ficar erudito porra) transparece, em toda a sua glória anti climáctica, o cinismo que assola a sociedade: um mundo frio, sem compaixão, que aliena os indivíduos uns dos outros como se fossem autómatos que escondem os vícios e prazeres aos quais, sem excepção, se entregam em segredo. Seja a televisão, seja o ódio partidário, seja o sexo – o que nos lava a cabeça! Agora, como é que Söderström e Wedin, a Dennaton Games, concretizam isto? Através de uma violência louca. Capítulos de acção frenética em que o objectivo é só um: matar tudo o que mexe. Se usares pistolas ou espingardas chamas a atenção dos outros oponentes. Se usares um taco de basebol podes esmagar um crânio de cada vez sem ser detectado. Ou então podes ir ao soco; depois carregas Espaço e martelas no rato até a execução estar completa. Os adversários variam pouco e de vez em quando entram em bug, mas são sempre um desafio. Nomeadamente nos últimos capítulos em que se morre uma quantidade considerável de vezes. É só carregar no R e está restart feito. Depois, o visual e o áudio são inexcedíveis. Tudo pixelizado e a brilhar de néones e uma banda sonora electrónica com o baixo e os sintetizadores sempre a puxarem pelo teu instinto matador, viciante,… não há melhor. Não pode haver. A fusão dos dois elementos é perfeita. Um jogo em 2D breve mas magnífico. As pontuações a cada nível só alertam para o refém que és na espiral sem sentimentos para a qual Hotline Miami te lança. E se matar fosse uma droga?

Para assistires aos vídeos sem sair da crónica é só pressionar Ctrl enquanto carregas no link.  Uma edição de L2R2 X-Δ maior que o normal mas com um razão: a de estar na senda da acção! 😀



Crónica de Pedro Nascimento
L2R2 X-Δ