O Infeccionário!

Ora viva! Sejam muito bem-vindos à crónica quinzenal mais badalada do Mais Opinião. “Hum… Quinzenal?! Então mas não era semanal?!”; “Pshiuuu, calem-se! Já eu conseguir escrever isto de 15 em 15 dias não está nada mau… É que, caso vocês não saibam, isto de ser pai ocupa tempo como o caraças!”. Mas o que importa é que estou aqui, em frente ao teclado, pronto para vos escrever mais uma fantástica crónica do Pai Sofre. E hoje será sobre… O infeccionário! Ups… peço desculpa, o infantário!

Muitas vezes costumo brincar dizendo que sou alérgico ao trabalho. (E acredito que não seja só eu…) Mas no caso da minha filha ela deve mesmo ser alérgica ao infantário. Não tinha ela, sequer, posto os dois pés dentro do hall de entrada e já ‘pequenos’ espirros saiam do ‘pequeno’ nariz dela, ao mesmo tempo que ‘pequenas’ ranhocas saíam disparadas por toda a ‘pequena’ parte. (Ou será que os espirros saem é da boca? Não! Os espirros saem do nariz, o cuspe é que sai da boca. Então e a ranhoca sairá de onde?! Bom… Isso agora também não interessa para nada.). Pois bem, assim que a pobre coitada entrou no infeccionário (como carinhosamente alguns pais lhe chamam) apanhou logo uma baita de uma constipação. Ok, é certo que as coisas podem até não estar relacionadas. A semana passada esteve mais frio, ela sai de casa muito cedo, as roupas ainda são frescas, ela dorme destapada, etc… etc… Mas eu agora sou pai e, Pai que é Pai, tem sempre de culpar o infantário quando as coisas correm mal.

-A criança veio assada para casa?! – Foi no infantário que não trocaram a fralda atempadamente;
-A criança está com nódoas negras?! – Foi no infantário que não prestaram a devida atenção (prometo que por enquanto não irei entrar na fase do, “…foram as educadoras que arrearam na piquena!”);
-A criança está muito irritadiça e com sono?! – Foi no infantário que não a deixaram dormir em condições!;
-A criança tem fome?! – Foi no infantário que não lhe deram de comer;
-A criança espirrou?! – Foi no infantário que se constipou (mesmo que tenha acabado de entrar lá pela primeira vez.).

Tenho a perfeita consciência que por vezes (muitas vezes) os pais não são lá muitos justos para com as educadoras e/ou auxiliares dos jardins de infância. Mas isso faz parte da profissão. Vocês sabiam no que se estavam a meter quando decidiram seguir este rumo. Se não queriam ser responsabilizadas pelos erros que cometem tivessem ido para a política. Aí sim, estavam descansadinhas da vida sem ninguém vos culpar de nadam agora se querem lidar  com os nossos filhos têm de levar connosco!

Felizmente nem tudo é mau. Aliás, a maior parte até é bom. A minha pequena já sabe cantar muitas cantigas, já diz mais palavras, quase que anda (preguiçosa de um raio…), já se entretém mais tempo a brincar sozinha e o melhor de tudo é que vem para casa tão cansada, mas tão cansada, que regra geral às 21h já está na cama e não acorda antes das 6h30 da manhã. E se não fosse o facto de a termos de despachar para ir para a escola, nessa altura, era dar-lhe um biberão de leite e voltar para a cama (ela e eu…). Mas infelizmente esses luxos só acontecem ao fim-de-semana.

Por isso pais, aqui fica um conselho do vosso querido escritor: “ponham os putos nos infantários. Estar com eles em casa é bom, tê-los na casa dos avós é fantástico (até porque é bem mais económico e saudável), mas se os querem ver a desenvolver rapidamente não há nada melhor do que o infeccionário! Mesmo com todas as doenças que irão apanhar…”

“Ai! Ai! Pai Sofre!”