O primeiro metrossexual da História – o meu avó!

Vocês não conhecem o meu avô, mas ele foi o primeiro metrossexual de que há registo!
Numa era recheada de Beckhams, Cristianos Ronaldos, Johnny Depps, Zac Efrons ou um outro qualquer corpo masculino malhadinho, coberto de tatuagens e desprovido de pelinho, tendemos a pensar que isto é coisa de agora, mas não!…

Desenganai-vos, gente desta era: O meu avozinho já era um “ai-jesus” metrossexual muito antes destes moços, acima referidos.

Tinha tudo para o ser… era um daqueles desgraçados odiosos que nasceu de rabo virado para a lua, dir-se-ia! Senão veja-se:
– Tinha olhos azuis, num Portugal mil-novecento-trintista de gente com olho castanho. Ter olho azul era uma coisa fantástica para um homem. Para uma mulher, nem tanto… implicava quase uma forma de luxúria, propensa ao pecado do desejo carnal! (Deus nos livre de tal coisa, agora cá haver mulheres com desejos carnais!)
– Corpo escultural e malhadinho, do trabalho no ginásio “Campus Lavoura Trabalha-Mouro-Se-Queres-Comida-No-Prato”, no qual foi inscrito pelo pai dele e meu bisavô (Sim, porque neste capítulo, os pais não eram lá muito carinhosos com os filhos, mas preocupavam-se com a metrossexualidade deles! A tal ponto que até lhes exercitavam a estrutura ósseo-muscular, com o recurso ao cinto e à cana e mesmo aos punhos cerrados) … hã, tempos saudosos da relação “pater-filiam”!
– As tatuagens em forma de cicatriz e hematomas, como que simbolizando as agruras da vida. Davam-lhe aquele ar de “bad-boy”, que as mulheres adoravam…
– A roupa justa ao corpo… toda ela feita à medida (para o irmão mais velho do meu avô, que lha passou, ainda que vestisse 2 números abaixo).
Um homem capaz de tudo com as mãos… desde repiocar o cebôlo, até “afagar vigorosamente” a cara da minha avó e das minhas tias…

Dado isto, numa era em que se valoriza mais o estético do que propriamente a substância a ele subjacente, apraz-me dizer-vos que o meu avó – esse primeiro metrossexual – se destaca… Os homens que se julgam metrossexuais devem olhar para esta figura máscula e entender que essa beleza andrógena por eles ostentada, já teve um sentido viril do qual as mulheres sentem muita falta… ser-se metrossexual não por insinuação física, mas sim resultado da realidade… ser-se homem másculo, porque se o é realmente!