Os banhos de água públicos, com ou sem gelo

Está muito na moda este “jogo” dos banhos públicos. No nosso país, nomeava-se os amigos para tomarem um banho público – com direito a champô e/ou gel de banho – e, caso não o fizessem, pagavam um jantar ao grupo de amigos. No estrangeiro, um grupo de celebridades – em primeiro lugar, o criador do Facebook – decidiu fazer o banho público com água gelada (ou mesmo com gelo), associando-se assim à causa da associação americana ALS, que quer dar a conhecer uma doença chamada Esclerose Lateral Amiotrófica, ajudar doentes e seus familiares a entender a doença e ajudá-los a encará-la.  As celebridades no nosso país seguiram o exemplo mas muitos doaram para a APELA, a associação correspondente em Portugal.

Há muita gente a favor, há muita gente contra. Na minha modesta opinião, os banhos públicos na versão “ou tomas ou pagas jantar”, apesar de uma simples brincadeira entre amigos, era de evitar. É um gasto de água desnecessário, um bem cada vez mais escasso. Com certeza existirá outros meios de desafiar os amigos, sem gastar um bem tão escasso em tantos locais do planeta como a água.

Para as celebridades, embora o principio seja o mesmo, reconheço que se tornou numa boa campanha. A causa é nobre, mas tão nobre como outras, como a dos bombeiros que necessitam de melhores equipamentos, como dos hospitais que necessitam de salas equipadas, entre muitas outras. E se o objectivo da campanha não é, a meu ver, questionável, a forma (pelo que foi dito no parágrafo anterior) é.
No entanto, estamos a falar de figuras públicas. E figuras públicas a fazerem coisas tolas como tomar banho com água gelada, berrar ou tremer com o choque provocado pelo frio tornou-se muito mais apelativo do que se eles simplesmente dissessem que tinham doado para a campanha. E se bem que eu acho que quem quer realmente ajudar não precisa de o publicitar, se essa publicidade levar outras pessoas a seguir o exemplo, acho positivo.

 

Crónica de João Cerveira Diz que…