“Pai Sofre!” – The beginning.

Ora viva!

Antes de mais, quero que saiba que tenho a cara marejada de lágrimas enquanto lhe escrevo estas lindas palavras… Isso, ou a infiltração na casa da vizinha de cima está cada vez pior. Uma das duas… Acho que é mais a segunda, mas bem que podia ser a primeira. E isto porquê?! Porque vou deixar de escrever o “Graças a Dois”, uma rubrica que tanto sucesso, dinheiro, fama e gajas boas, me trouxe. (Hã… Hã…)

Confesso-lhe que não sei ainda se o “Graças a Dois” terminará de vez, ou se passará a ser apenas o “Graças a Um” (sendo que o “Um” será o grandioso, o fenomenal, o artista, o panis… ups! O GRANDIOSO, Ricardo Espada – o meu camarada de escrita.) Mas o que é certo é que o formato, como o conhece, irá acabar. Sim, eu sei que ficou triste e que, neste preciso instante, deve estar a bradar aos céus: “PORQUÊ?! PORQUÊ, MEU DEUS?! ONTEM TERMINOU O WALKING DEAD E AGORA TERMINA O GRAÇAS A DOIS. PORQUÊ?!”… Mas tem de ser! É que, caso contrário, teríamos de passar a ser o “Graças a Três”. E por muito que eu goste de uma boa cowboiada, traço o meu limite quando o três é a minha futura filha!

(Viram a forma subtil como vos informei que vou ser pai?! Eu sou um espectáculo! A ver se depois me lembro de lhe mostrar este texto, quando ela tiver idade suficiente para perceber a piada. Tipo aos 30…)

É verdade! O bom do Gil vai ser papá. Agora é que vai ser! As alegrias, os sorrisos, as gracinhas, as fraldas sujas, os vómitos, o choro contínuo, as noites mal dormidas, as centenas de euros gastos… Bom, já chega! Isso agora também não interessa para nada. Até porque como se costuma dizer: “Quando eles sorriem para ti, tudo vale a pena!” (Espero sinceramente que a minha filha sorria bastante…)

Mas não fique triste, porque não irei deixar de escrever. Isso é que era bom! Deixar de fazer uma das coisas, que tanto prazer me dá, só porque vem lá uma pirralha?! Tsseee… Nem que viessem duas ou três! Bom, quer dizer, se viessem três aí tinha mesmo de parar de escrever. Acho que o part-time que teria de arranjar numa recta qualquer algures e a escrita, seriam incompatíveis… (E atenção, eu já disse “algures” e não Coina, porque nunca se sabe o dia de amanhã e não convém falar mal de possíveis locais de trabalho…).

Mas pronto! Estou cá! Firme hirto que nem uma barra de ferro (pelo menos até uma gaiata, com menos de 50cm, começar a dar conta de mim) e irei apresentar-lhe uma nova rubrica chamada “PAI SOFRE!”, onde semanalmente irei partilhar consigo a minha experiência paternal.

“E em que será diferente, esta rubrica, das outras tantas que por aí andam?!”

Possivelmente nada! E muito provavelmente até não irá achar piada nenhuma. Mas (e aqui o “mas” é a parte boa) se tudo correr bem, irei conseguir que o leitor se identifique comigo e ficará a pensar para com os seus botões: “Epá, realmente pai sofre!”
Espero que goste.

 

AHHH! Já me esquecia… Nada do que for publicado nesta rubrica deverá ser levado a sério nem corresponde à realidade. Todo e qualquer desabafo existente na rubrica: “Pai Sofre!” é fruto da minha imaginação fértil e causado por devaneios da minha (in)sanidade mental.
Convém deixar isto claro não vá a minha mulher (ou a protecção de menores) algum dia vir a ler isto. Obrigado e até para a semana!