Panóplia de temas 1

Esta semana vamos refletir um pouco e de forma muito sintética sobre diversos temas que têm sido notícia nos últimos dias ou nos últimos tempos.

1. Pagamento Antecipado da Dívida ao FMI – Num tempo em que a economia necessita de financiamento, principalmente de investimento; quando ouvimos notícias acerca de instituições de caráter social ou de escolas privadas que subsistem devido ao apoio do Estado – uma vez que são complementares ao ensino público; eu próprio tenho conhecimento de empresas que concorreram a Estágios Profissionais e outros apoios do IEFP ou da Segurança Social, cujos projetos já finalizaram há mais de 4 ou 5 meses e cujos acertos de contas final – dos quais a entidade estatal ainda tem a pagar parte do projeto; empresas fornecedoras do Estado, cujos recebimentos atempados lhes seriam muito úteis, com vista ao reforço de tesouraria e até ao facto de o fator “pontualidade” do Estado poder motivar essas empresas ao investimento e/ou à criação de postos de trabalho; deparamo-nos com a notícia por parte da Ministra das Finanças de que deseja devolver nos próximos 2 anos cerca de 14 mil milhões de Euros relativos ao empréstimo efetuado. Na verdade, o Estado vai substituir dívida com juros mais altos por dívida com juros mais baixos e isso pode representar uma redução substancial no valor do “Serviço da Dívida” porém, deparamo-nos com a decisão entre duas hipóteses: a) é mais vantajoso “derramar” dinheiro na economia, incentivando uma aceleração no crescimento económico e consequente redução do desemprego ou ao invés b) reduzir a despesa com os juros da dívida pública?. Pessoalmente, penso que esta é uma decisão mais política do que económica, mas uma coisa é certa: enquanto o dinheiro estiver cá, dentro de portas, é nosso; se o mandamos para fora, nunca mais o vemos…

2. Dérbi Lisboeta: “O Leão Pariu Um Rato” – Após a derrota do Benfica em Paços de Ferreira, os sportinguistas foram alimentando a ideia e a esperança de que poderiam recuperar algum folego na tabela da 1.ª liga, se ganhassem ao Benfica. Mas ao que parece, estudaram mal, mais uma vez, e avaliaram ainda pior as condições atuais. Ora vejamos. É reconhecido que nesta temporada, o Benfica alterou um pouco o seu conceito de jogo, principalmente em termos de campeonato, uma vez que não tem sido uma equipa tão vincada no ataque, do tipo de “atropelamento ofensivo” dos seus adversários ao contrário de outras épocas, para passar a ser marcada por uma equipa muito mais pragmática, não tão focalizada no domínio completo e no sufoco dos adversários, mas ao invés, mais preocupada com a defesa, para a partir dessa consistência partir para o ataque com mais objetividade e menos atrapalhação. Muito devido a alguns dos seus artistas, que têm ido saíndo do clube e não sido por enquanto substituídos por elementos de valia similar, em termos técnicos e artísticos. Assim, o Leão de Alvalade voltou a ser infeliz, tento tido a sorte de marcar um golo numa baliza cuja violação tem sido rara ultimamente, mas que poucos minutos decorridos, mais uma vez não soube suster a objetividade e eficácia benfiquista que apontou o seu tento do empate nos últimos segundos da partida, sem hipótese de resposta. Considero que o resultado acabou por ser justo, atendendo que à ineficácia do Sporting, contrabalançou a consistência defensiva do Benfica e também alguma sorte ou estrelinha de campeão. Praticamente tudo ficou na mesma para o Sporting, ou pior, porque tem menos 1 jogo para recuperar e porque, não conseguiu também ganhar vantagem nos embates diretos. Pressupondo que a diferença de golos marcados e sofridos irá continuar a pender para os lados la Luz, estes 7 pontos de diferença representarão 8, pelo que penso que o campeonato para o Sporting está fora de questão. O beneficiário foi o FC do Porto, que ganhou dois pontos a ambos os vizinhos da 2.ª circular, apesar de o Benfica continuar a depender apenas de si próprio para revalidar o título, cujo final ainda está bastante distante e muito ainda poderá acontecer.

3. O Trabalho Ecuménico, Político e Revolucionário do Papa Francisco – Este comentário apenas não está em primeiro lugar, porque é um assunto que vem em continua atualização. Desta feita, puxamo-lo para o comentário, com vista a realçar o grande trabalho que o Papa Francisco realizou junto das autoridades norte-americanas e cubanas, no sentido da pacificação entre ambos os estados. Logo no início do seu pontificado, uma das primeiras iniciativas que secretamente tomou o Papa Francisco foi a de interferir no conflito essencialmente económico, colocar os seus intérpretes a falar um com o outro e apenas após conhecido o resultado dessas negociações, foi dada a conhecer ao mundo a intervenção do Sumo Pontífice no assunto. Após décadas de ostracismo da América para com Cuba, os países voltaram a restabelecer relações e ficou acordado o levantamento do embargo económico empreendido pelo gigante americano, que muito prejudicou a ilha de Fidel. Para além deste assunto mais mediático, muitas outras declarações e catequeses têm sido levadas a cabo pelo Papa com uma frequência pelo menos semanal, no sentido de transmitir ao mundo, principalmente cristão, uma nova maneira de pensar a vida cristã, principalmente no seio familiar. Algumas declarações que têm sido vistas pelos mais ortodoxos dentro da Igreja Católica como revolucionárias, não passam de uma aproximação cada vez mais vincada do Papa à doutrina de Jesus Cristo e um moderado mas pautado afastamento de algumas do “Cristianismo”. Parece a mesma coisa, mas não é. A doutrina de Jesus Cristo é aquela que todos podem ler nos Evangelhos, à luz das profecias do Antigo Testamento. O Cristianismo, cruza essa doutrina original com a tradição dos cristãos e da Igreja. Como todos sabemos, a tradição é – um pouco exageradamente – como a lenda: tem algo de verdade, por entre estórias de ficção ou imaginação. Digamos que a tradição possa ser inversamente proporcional à lenda: o que cresce em verdade, diminui em imaginação. O fator pobreza e humildade de Cristo, assim como muita da doutrina da Igreja que não está escrita nos Evangelhos, parece ser a luta deste Papa. Mesmo que nada mude no seu Pontificado, Francisco será certamente o impulsionador de uma mudança na Igreja Católica Romana, que necessita e deve aproximar-se cada vez mais das pessoas, afastando-se consecutivamente do dinheiro, da burocracia que se perde nos corredores do Vaticano e do afastamento do essencial da Palavra de Deus pela boca de Cristo: o amor!

4. A Difícil Cruzada do Governo Grego – Finalmente, apenas duas linhas para notar e sublinhar o trabalho diplomático que o novo governo grego tem levado a cabo, à margem da opinião que os governos financiadores da União Europeia, que aguardam pacificamente que os gregos se cansem de correr e desistam de tudo. Fáceis foram as promessas eleitorais que levaram o Sariza ao poder. Outra conversa é conseguir concretizá-las no âmbito da União Eupeia e no âmbito do Euro. Não digamos que a dívida grega seja impagável, no entanto, o estado a que chegou o país, dificilmente conseguirá de lá sair sem que haja sacrifícios quase supra humanos. É como uma empresa que não tem solução. Não consegue gerar riqueza para pagare contas, pagar passivo, nem que a mesma dure 200 ou mais anos, ou seja… eternamente. No entanto, uma empresa pode fechar, os seus proprietários podem ser responsabilizados pela sua dívida, os seus bens e até os futuros rendimentos podem vir a ser penhorados. Mas um país não se pode simplesmente fechar e acabou! Também não se pode fazer desaparecer. No máximo, poderá ser eventualmente anexado, abafado… e não encontro mais adjetivos. Completamente dependente dos credores financiadores, a Grécia só pode ter uma solução que poderia vir a custar a muitos – entre os quais Portugal e alguns bancos financiadores portugueses – que seria começar do zero: dívida totalmente perdoada, paradigma totalmente alterado, sem olhar a quaisquer direitos adquiridos tendo por base um modelo sustentável e colocar políticos gestores supervisores permanentes durante algumas décadas.

Paciência, mas esta é a minha (modesta e realista) opinião!

Até para a semana, com mais comentários.