Havia uma coisa que me intrigava nestas histórias das greves gerais: quem é que ia pintar os muros e as paredes com os “anúncios” da greve? No inicio ainda pensei que fossem os jovens “indignados” ou “à rasca”. Mas não! Nas vésperas desta greve a minha dúvida ficou dissipada… Vou eu descansadinha pela rua à noite quando vi um grupo de senhores na casa dos 50 anos de lata de tinta e pincel na mão a rabiscar os ditos muros, protegidos pelo escuro da noite e das ruas mal iluminadas, quem sabe a reviver (ou a tentar viver) os tempos de clandestinidade de antigamente. Depois a câmara ou alguém que pinte por cima porque a cidade não pode ficar suja e são precisos espaços limpos para uma futura greve geral.
Outra coisa que me intriga e chateia é que as pessoas vêm para a rua apregoar que “fazer greve é um direito”. Concordo plenamente! É fazer greve e a opção de não a fazer! Se há pessoas que não fazem greve pode ser porque não concordam, pensam que não vai adiantar nada ou até pelo simples facto de que nesta altura não se podem dar ao luxo de perder o dinheiro de um dia de trabalho. Por isso porque raio os piquetes de greve insistem em não deixar trabalhar quem o quer fazer? Cada um tem direito à sua escolha uma vez que vivemos numa sociedade livre!
E claro entre sindicatos e governo houve novamente, para não fugir à tradição, uma discrepância nos valores de adesão à greve. O que é certo é que nas manifestações o número de pessoas presentes não estava de acordo nem com governo nem com sindicatos. Isto porque fazer greve é um direito de todos mas ir para as manifestações é “para os outros os do sindicato ou os indignados”. Que uma pessoas faz greve é para ficar em casa a arrumar ou a descansar e ainda por cima nesta altura deu tanto jeitinho para ir adiantando as compras de Natal que o subsídio está curto e é preciso aproveitar as melhores promoções.
E no dia 24 bem que estive “à rasca” pois sem transportes públicos lá tive que ir a pé trabalhar
Crónica de Maria Café
Pensamentos Dispersos
Os pinta paredes… conhecidos no pós 25 de Abril por MRPP – Movimento dos rapazinhos pinta paredes, rs, ou pelo menos sempre ouvi assim essa história. Mas sem dúvida deve ter sido mesmo recordar os velhos tempos.
A melhor que ouvi do dia de greve, foi um senhor sindicalista que se queixava vitima de violência policial, quando numa paragem estava: “A ajudar um cidadão a cumprir o direito à greve.”…
Isto trocado por miúdos da o que? Estava a puxar um trabalhador do autocarro?
A ajudar ou a “obrigar”? 😉
Essa do senhor sindicalista é perfeita… A verdadeira logica: Estava a ajudar o cidadão a cumprir com o dever do direito à greve. lol
As greves já não têm o mesmo impacto, basta ver a quantidade de greves existentes por ano e já para nem falar dos motivos (em alguns casos ridiculos) que levam algumas pessoasa aderirem. O que é certo é que todos sofremos com isto. São só mais uns milhõeszitos de divida!