Promoção do Dia da Mãe – Celso Silva

Hoje é Dia da Mãe. O dia da mãe remonta à Grécia Antiga sendo celebrado aquando da chegada da Primavera, pelo que historicamente é uma celebração bastante enraizada. Mas só a partir do século XX é que o dia da mãe se tornou oficial em vários países, incluindo o nosso, ainda que com diversas datas.

Actualmente o dia da mãe em alguns países tem datas fixas e noutros é uma data móvel, como é o caso de Portugal em que é celebrado no primeiro domingo de Maio, ainda que muitos apontem o dia 8 de Dezembro como a real data para este dia, coincidindo com o dia da Nossa Senhora da Conceição.

 A data pouco ou nada interessa e muitos dirão que se deles dependesse todos os dias seriam dia da mãe. Este é um dia em que se pretende homenagear todas as mães e a importância e impacto que todas elas tiveram nas nossas vidas. É neste dia que muitos filhos que vivem longe das suas mães procuram com elas estar, nem que seja apenas num almoço ou jantar, para que possam continuar a partilhar as suas vidas e mantenham os laços familiares. Para outros o dia da mãe é passado a recordar quem lhes deu vida mas que infelizmente já não se encontra entre nós, ainda que definitivamente não necessite de um dia para ser lembrada por quem certamente não a esquecerá.

Mas a essência do dia da mãe está em grande parte perdida. Para muitos o dia da mãe ganhou uma condição demasiado comercial, trata-se apenas de mais um dia em que os filhos compram e presenteiam as mães com artigos comprados apenas para este dia, muitas vezes sem que estes tenham algum tipo de significado, quer para eles quer para as mães.

Adoro a lógica deste tipo de dias nos quais apenas se pensam em prendas e gastos afins. Qual a diferença entre a prenda dada pelo João e pelo Filipe às suas mães? Que significado tem uma dúzia de chocolates ou flores comprados num qualquer supermercado, onde dezenas (se calhar centenas ou até mesmo milhares) de filhos e filhas as compram para as suas mães?

Eu prefiro algo com mais sentimento, ainda que nem sequer tenha qualquer tipo de valor comercial, pois tenho a certeza que o valor dado pela minha mãe será bem maior. Mas a verdade é que alguém vai certamente lembrar-se de hoje fazer promoções, tipo 50% de desconto, em vários artigos para servirem de prendas para as mães. Agora no meio desta sociedade consumista em que vivemos (e depois do que todos vimos esta semana no dia do trabalhador certamente ninguém me irá contradizer nesta afirmação) pergunto-me se o maluco sou eu em querer dar algo com significado à minha mãe, sem que seja algo comprado em promoção numa qualquer prateleira de um qualquer supermercado.

Crónica de Celso Silva
Panorama