Quando um Homem Desespera por Companhia – Sabine Borges

Nunca vos aconteceu, mulheres, ter um homem que vos pressiona com atenção, mesmo quando não a requerem, que está constantemente a ligar ou mandar mensagem, e por muito que sejam simpáticas e lhe tentem fazer perceber que não estão assim tão interessadas e continuam a insistir.

Depois ouvimos coisas do género “se estivesse ao teu lado tratar-te-ia como mereces”.
A situação arrasta-se, dias atrás de dias, e por nos sentirmos culpadas por alguém estar “caídinho” e a sofrer por nós, acabamos por dar mais atenção que o que deveríamos.
Sentimos pena da pessoa, tentamos não ser demasiado frias…e quando no fim acabamos por chegar à conclusão que não gostava de nós nem estava a sofrer…apenas à procura desesperadamente por companhia. Rapidamente percebemos, ao trocar conversas com amigas em comum, a conversa que mantinha connosco mantinha-a com outras também.
Era “Vira o disco e toca o mesmo” 😀

O alívio instalou-se, e o interesse não era por nós, não tinhamos por que nos sentirmos culpadas. Mas depois surge a questão, porque é que os homens têm tanta dificuldade em assumir o sofrimento quando são “largados” pelas suas mulheres e procuram desesperadamente alguém que lhes preencha esse vazio? Não seria muito mais fácil assumir e perceber que estão mal com a perda, com o término de uma relação? Fica-lhes tão mal o papel de “coitadinho que precisa de uma mulher para se orientar”.

E quem diz a eles, diz a elas.
É tão mais fácil termos capacidade para assumir o nosso estado de espírito. Preencher o vazio de uma pessoa não faz com que seja menos doloroso ou com que esqueçamos o passado. Pelo contrário. Acaba por se criar uma ténue linha de comparação deixando-nos para sempre incompletos, não deixando de mencionar o facto do papel triste que se passa para o outro lado. E o sentimento de pena é tanto que dá a sensação que querem passar a imagem de D. Juan quando na verdade a única imagem que se passa é a de “pobre coitado que não se orienta sozinho”.

Com esta crónica apenas quero dar importância ao ultrapassar a dor e situação de sofrimento, e menosprezar o “esconder” e o não dar importância à dor de uma relação, dissimulando tudo atrás do disfarce de fortaleza e diversão. Quando a situação é ultrapassada é muito mais fácil seguir em frente, divertir-se e ser feliz. Sigam o conselho homens…e mulheres. 😉

 

SabineBorgesLogoCrónica de Sabine Borges
Cada caso… é um caso