O “Sonho Chinês” e a equação Afegã

A República Popular da China é uma super potência mundial e regional, seja no plano económico, diplomático e militar. Como tal, os seus projetos de expansão económica visam obrigatoriamente uma área de influência territorial maior do que o seu próprio país, e desse modo estão abrangidos países fronteiriços, tal como o Afeganistão, nação com a qual partilha cerca de 100 quilómetros de fronteiras. O interesse chinês no Afeganistão é grande, sendo o maior investidor estrangeiro em Kabul, e tem dois grandes temas de relevo: segurança interna e externa e crescimento económico. Conjugar bem estes dois eixos pode configurar a resposta certa à “equação afegã”.

Paz no Afeganistão significa paz para a ChinaA China tem uma diplomacia “suave”, cuja retórica faz constantemente apelo à calma, paz e à contenção de lados em disputa. O governo chefiado pelo presidente Xi Jinping pretende, ao assumir interesse na situação do Afeganistão, pretende garantir o equilíbrio e a segurança necessárias para uma nova “rota da seda do século XXI” controlada por Pequim. O presidente chinês sabe que tais esforços são fulcrais para o bom desenvolvimento dos negócios das empresas de Pequim e Xangai no setor mineiro e petrolífero do Afeganistão. Assim sendo, a China é naturalmente um parceiro seguro e confiável para qualquer país que deseje uma retoma económica, como é o caso do Afeganistão.