Tenho de admitir, estava prestes a vir aqui anunciar o meu suicídio literário.
Na realidade não sou nenhum grande escritor, e ainda por cima não sou constante e falho com o +opinião, site pelo qual nutro um grande carinho, pelas pessoas envolvidas, pelas quais nutro tanto ou mais carinho e principalmente com os meus leitores, que como sabes mãe – gosto muito de ti.
Suicídio literário parecia-me bem.
Literalmente suicidar-me literáriamente era simples, bastava chegar aqui dizer que sou a favor das touradas, essas enormes fábricas de almôndegas (quando algo corre mal com o cavalo), ou dizer que eventualmente sou a favor da pena de morte, ou ainda dizer que se procura gestor para a maior empresa do mundo, vulgo Vaticano.
Ou em derradeiro suicídio diria a verdade que nesta altura deve passar pela cabeça de tantos portugueses – Salazar volta, só tu é que pões mão nisto!
No entanto metafóricamente suicidar-me literáriamente parece-me uma coisa que me vai deixar tudo sujo com tinta de caneta, ou na pior das hipóteses levar com um computador na cabeça.
Nenhuma das hipóteses é viável, parece que não mas um computador ainda é capaz de aleijar, e sujar tudo com tinta de caneta vai acabar com a esposa aos berros e comigo a ler as instruções do produto de limpar o chão.
Mas tenho noticias não me vou suicidar. E desde já peço desculpa por desapontar os fãs.
Na verdade tive uma troca de impressões com a nossa editora Laura Paiva, uma mulher doce, e incapaz de impor a sua vontade que me disse: Miguel quer queiras quer não queiras vais escrever uma crónica à sexta feira.
Assim sendo fiquei sem hipótese de recusar, sim eu sou um bocado covarde, e tenho grandes dificuldades de dizer não a mulheres bonitas.
Resolvido o problema do suicídio passei à segunda hipótese – homicídio.
A vida não está fácil, e nem sempre é possível encontrar tema para nos centrarmos, encontrar a inspiração e tempo necessários. Assim vou aqui assassinar o “Mundo ao Contrário”. A partir da próxima semana começo a escrever noutro registo uma série de crónicas, com um nome muito interessante, e assuntos ainda mais interessantes, que não vou revelar aqui por duas razões:
– O segredo é a alma do negócio.
– Não sabes cala-te.
Neste caso será seguramente mais a segunda.
Esta série de crónicas que espero que vos agrade será uma forma de escrever mais do que uma crónica ao mesmo tempo, o chamado escrever a metro, que já fiz noutros registos e resultou, ou pelo menos foi lido.
Espero não desapontar quem acredita em mim, e também quem me lê.
Por isso voltem para a semana, agora à sexta feira, que vai ser fantástico, quer dizer vai ser engraçado, quer dizer mais ou menos, fraquinho vá…
Olá Miguel!
Desde já, em nome do +opinião, quero agradecer publicamente o facto de ter reconsiderado a hipótese do suicídio, ainda que literário.
Ao contrário do que possa parecer pelas suas palavras, quero esclarecer que lhe supliquei que não nos abandonasse, foi uma súplica – não percebo porque é que achou que estava a ser pressionado! Longe de mim tal ideia!
E porque não tive, ainda, o gosto de o conhecer pessoalmente, peço-lhe qie não se deixe enganar pela fotografia do meu perfil. Afinal, não acredito que o Miguel tenha cara de tecla ESC e eu sou tudo menos doce… Tão pouco mulher bonita!
Seja de novo bem vindo!
Agora, contaremos com as suas crónicas à sexta-feira.
Olá Laura,
Muito obrigado.
Espero mesmo estar à altura. Sinceramente ainda não tenho uma ideia muito concreta do que vou fazer, apesar de algumas ideias. Espero não a desapontar nem desapontar ninguém.
Quanto à fotografia fiquemos assim, não retiro os elogios que lhe fiz, acho merecedores, mas uma fotografia minha retirava de certeza leitores às minhas crónicas e ao +opinião.
Quem sabe vemos uma renovação na próxima série, mas a minha fotografia… o mundo ainda não está preparado.
Obrigado por tudo
MBS