Típico das mentes brilhantes – Francisco Capelo

 Reconheço: não pesco nada de economia.

Talvez esteja a mais, neste recente mundo de mordomias várias e de ainda mais esquecimentos.

Também por vezes me apetece esquecer muita coisa.

Contudo, neste momento quero pelo contrário recordar uma  frase famosa de um colega artista:

“Um homem escala uma montanha porque ela ali está; um homem faz uma obra de arte porque ela ali não está”, Carl Andre, artista da Minimal Art, dixit.

Eu confesso: tenho um problema com a minimal art, e a pop art, e a arte conceptual: deixam-me totalmente frio.

Tal como, aliás, a economia.

Mas esta frase contém uma visão desarmante sobre as coisas.

Mais uma vez confesso: não sei o que é o tal 2º resgate da Troika.

E esta máxima de Carl Andre devia aplicar-se também aqui:

“Um homem deve falar sobre o 2º resgate porque ele ali está; um homem não deve submergir os incautos telespectadores com palavreado economês quando a economia ali não está”.

Não, não foi Carl Andre que o disse: fui eu, Francisco Capelo, habitante da província Germânica lusa nº qualquer coisa.

Vamos lá então ver esta situação:

Para quê falar de economia quando o problema é de gestão ?

E para quê afundar-nos em termos de gestão quando o problema é de política ?

E ainda: para quê confundir a política em geral com um problema de governação ?

E para concluir: para quê chafurdar em conversa totalmente inútil, para inglês (neste caso, alemão) ver, se o que está em causa, muito simplesmente, é conhecer o tipo de boca do lobo para onde nos levam, qual anónimo e pacífico rebanho ?

Por amor de Deus, mas alguém sabe o que é o 2º resgate, à excepção destas mentes brilhantes, vulgo jornalistas da treta ?

Ou alguém já perguntou de que trata o programa cautelar ?

E já alguém questionou outro alguém sobre a efectiva diferença entre os dois conceitos ?

É que quando se fala de política, fala-se de tudo um pouco, sobretudo economia.

Mas quando se fala de economia a sério, todos fogem da quantificação e calendarização de sacrifícios que vão ser pedidos, mal entremos numa destas duas – únicas – opções.

Tenho duas sugestões para os jornalistas da nossa praça:

1ª sugestão – sejam sérios.

2ª sugestão – falem tudo o que sabem e retirem desta equação a vossa opinião política.

OK ???

Acho que estamos conversados por agora.

See ya later, wally gator !!

 

FranciscoCapeloLogoCrónica de Francisco Capelo
O Suspeito do Costume
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