Trump: “Fazer Portugal grande de novo”

Num grande exclusivo mundial, Donald Trump concedeu a sua primeira grande entrevista como Presidente dos EUA ao “Mais Opinião”.

Avancemos então, sem demora ou edição, para dentro da mente mais mediática do globo, e saber qual o seu contributo para o desenvolvimento português.

– Senhor Presidente, como está?

– Estou fantástico, resplandecente, flamejante!!!

– Ok, ainda bem. Como é viver na Casa Branca?

– Casa Branca? Que raio se passa aqui? Como é que sabes que a minha casa é branca? És um espião, vou-te deportar para o Irão. Tu, tu, tu, estás despedido!!!

– Calma, Senhor Presidente. Eu não estou nos EUA para poder ser deportado dos… EUA. Nem sou seu funcionário.

– Hum… Então eu vou invadir isto – como é que se chama isto donde você me fala? – e vou deportá-lo.

– Portugal.

– Não obrigado, estou bem, já comi em casa.

– Adiante. Como é que está a ser a sua nova vida na casa, digamos, do Presidente dos Estados Unidos da América?

– É fantástico, resplandecente, flamejante!!!

– E o muro, quando é que vai ser construído?

– Já está a ser, ainda passei o último fim de semana a fazer medições, porque para haver progresso é preciso meter as mãos na massa.

– Muito bem. Por falar nisso, vamos ao motivo desta nossa conversa. Que conselhos tem para ajudar Portugal e os portugueses a deixarem de ser uma Espanha com pior vinho?

– Oh, that´s easy. Como eu disse, eu sou fantástico, resplandecente e flamejante a construir coisas. Neste caso, eu vou-vos ajudar a deixarem de ser essa shit that you are.

– Portanto, eu vou enunciar alguns problemas com que Portugal se depara neste momento, e o Senhor Presidente dá a sua solução.

– Desemprego.

– That´s easy. Porque é que me dás algo tão simples assim, eu sou fantástico, resplandecente…

– Sim, e flamejante. Já sabemos, mas como é que vamos superar o problema crónico do desemprego em Portugal?

– Façam um muro. That´s so easy. Eu posso construí-lo por vocês, eu sou magnífico, resplandecente e flamejante a fazê-los.

– Mas como é que isso iria combater o desemprego?

– Peguem nos vossos desempregados todos, e metam-nos a construir o muro. No final, é só deixá-los do outro lado. You see… I am fantástico, resplandecente e flamejante.

– De facto, até que tem alguma lógica.

– Ok, mais complicado, como resolver o problema da competitividade da Economia portuguesa?

– Oh my God, which is me!!! It´s so easy!!! Acabem com o cancro que vos corrói as entranhas!!!

– A corrupção? O alto preço da energia? A incapacidade dos nossos líderes industriais de se equipararem ao exterior?

– Não… you stupid guy!!! Os restaurantes e lojas dum euro chinesas. Nacionalizem-nos já!!!

– Nunca pensei que um capitalista como Mr. Trump fosse adepto de nacionalizações. Isso quer dizer que o seu capitalismo é flexível?

– Não, you dumb ass!!! Quer dizer que tu tens que estar calado e ouvir. Eu estou a tentar salvar o teu País dos stupid people that you all are!!! Vocês não têm um problema com essa corja a que chamam de reformados, pois bem, nacionalizem-nos também, e substituam o trabalho chinês escravo por eles. Metam-nos a cozer bolas de futebol, a substituir os crepes pelas empadas portuguesas. Se não produz, vai para o outro lado do muro. Assim, resolvem dois problemas duma só assentada.

– Ok, já estou a perceber porque é que votaram em si. E que líder via em Portugal para levar este plano todo a bom porto?

– Oh, sem dúvida, Mr. Jorge Jesus.

– Interessante, posso perguntar porquê?

– Tu podes saber muito acerca duma pessoa pelo seu estilo capilar, e Jorge Jesus poderia ser o vosso Trump, já para não dizer, que é o único português a quem eu percebo alguma coisa do que o tipo diz. Ele é o homem que vos pode fazer grandes de novo, o homem que vos pode fazer deixarem de ser the shitty country you are!!!

– Muito obrigado pelo exclusivo e pelos seus valorosos ensinamentos, se a coisa não resultar nos EUA, lembre-se que existirá sempre um Portugal à espera do próximo D. Sebastião.