Um Portugal Regional (1)

Portugal Regional dava para um grande programa de televisão…mas não; é somente o início de uma crónica que tenta realizar algumas observações para que, a partir de questões tratadas como regionais, Portugal seja mais Portugal. O que acham de termos uma ambulância socorrista em cada centro de saúde, 24 horas disponível para casos de emergência nas regiões próximas? Conheço um caso bem particular que a ambulância chegou 1h depois de ter sido contatado o pronto-socorro. Se poderia ter sido evitado alguma coisa? Não sei…os leitores conhecem algum caso parecido? Quase de certeza que sim…alguém já traçou alguma medida para este tempo de espera diminuir? Não me parece. Mas porquê se até já vimos casos parecidos no noticiário? De certeza que era um velhote ou uma velhota a dar as últimas, mais cedo ou mais tarde ia acontecer!

E o que se passa com os nossos professores? Ninguém anda satisfeito com as colocações…aqueles que pelo menos conseguiram colocação, porque outros ainda andam à procura do sítio onde possam ser colocados…tanta vez que isto já aconteceu, porquê que não validam um software fidedigno ao longo de um ano inteiro para realizarem esta colocação de professores? Colocá-los por regiões de proximidade se assim for a sua opção, ou então, segundo a prioridade que escolherem serem colocados, tomando em consideração a avaliação e experiência. Mas ainda no que diz respeito à Educação, bem…há tanto tempo que falam nisso…porquê que ainda não colocaram gestores educacionais/diretores que realizem a manutenção/administração das escolas? Reparem, um gestor com competências teórico-práticas de gestão/humanização das comunidades escolares seria bom para a imparcialidade de distribuição de funções no que respeita não só à distribuição equitativa de funções de docência bem como de funções operacionais. Já tinha pensado nisto leitor? Olhe, e aquele apoio ao estudo depois das aulas primárias com um custo de 30€ mensais (salvo erro) com os alunos todos juntos dentro de uma sala? 1º, 2º, 3º e 4º ano…tudo junto? Para 2 professores?

Por falar em professores, lembrei-me agora da Judite de Sousa…ainda ontem a vi! Quando a senhora andava de olheiras na televisão, esforçando-se por realizar um trabalho razoavelmente feliz, andava por aí um disse que disse: ‘coitadinha…ela tem de compreender que tem de ir para casa recuperar’, pensei eu: ‘pois…e pensar mais um pouquinho na vida, na fatalidade que lhe aconteceu, tomar fármacos após fármacos e vegetalizar mais um bocadinho…assim é da maneira que dá vaga à mente sã que tanto anseia para tomar o seu lugar’! Mas agora, ela está melhor, graças a Deus e à sua vontade de vencer e ainda não vi nem ouvi nenhum comentário a dizer algo entusiástico que sobressaísse a credibilidade do esforço de uma jornalista com muitos anos de carreira que habituou o público ao seu caráter de uma profissional coerente.

O noticiário tem mostrado comunidades que se esforçam por mostrar à sociedade os casos de violência doméstica que por sinal, já levou à morte de algumas mulheres. Seminários e conferências sobre este tipo de assuntos têm vindo a ser divulgados para que, de uma vez por todas, se dê fim a estas questões…o que eu vejo caro leitor, é que os homicídios têm aumentado a par de uma violência em geral…Que tipo de medidas mais exigentes foram tomadas que eu ainda não tive conhecimento? Ou como se costuma dizer: ‘como é que se apertou a cerca, com a mesma destreza que se manda apertar os cintos?’

Não se esqueça leitor…vem aí o Natal. Começa o “lufa lufa” com ‘o que vou comprar para aquele? E para aquela?’ Mas até aí nada contra…o Natal é uma época especial, e quanto maior for a antecedência com que se compra os presentes, menos se ressente na carteira durante o mês de Dezembro, podendo poupar um bocadinho do subsídio de Natal (caso o tenha). Acho que Portugal já subscreve a ideia: “É a poupar que a gente se entende”. Mas se é necessário para o bom funcionamento e administração de contas do próprio país, tudo bem. Mas existem coisas que não entendo; por exemplo, andamos para aqui a dizer: «É preciso educar para a saúde». É verdade que já foram tomadas medidas práticas relativamente à alimentação saudável das crianças, como a introdução de leguminosas nas refeições escolares, mas quem é que tem tempo para tirar 2 horinhas e sentar-se a ouvir como pode prevenir isto e aquilo? Falo da tal questão de uma saúde holística, que não passa somente por uma saúde física e psicológica. Andamos para aqui a ouvir, é necessário prevenir o bullying nas escolas…mas isto não tem haver com ‘incutir respeito nas camadas mais jovens’, ‘incutir o processo de pensar sobre o respeito, sobre o seu significado e sobre a sua importância para a harmonia do mundo, das famílias, da sua própria família?’ Mas o tempo de segunda a sexta ou a sábado é tão escasso…por outro lado, tenho um amigo meu que diz: ‘…mas é que podemos morrer hoje, e por isso não deixemos de dizer ou de fazer algo que deva realmente de ser dito ou deva realmente de ser feito querido leitor…’ Relativamente à violência escolar…’é por isso que são necessários psicólogos nas escolas…mas este ano quantos psicólogos foram colocados por escola? E porque é que o psicólogo escolar ainda é visto como o profissional que trata as crianças/jovens ‘doentes’? E a orientação escolar e profissional ainda continua a ser feita bem depressinha para não ocupar muito tempo do horário escolar? E os centros de saúde escolares…têm vingado nas escolas, com vista à prevenção e promoção de comportamentos saudáveis?

E agora esta questão do desemprego baixar em Setembro…já viu? No outro dia tive conhecimento de um caso de desemprego que foi chamado para uma oferta num espaço educativo a pagarem 2€/hora…bem bom…costuma-se dizer ‘quem precisa tem que se sujeitar’. Mas também ninguém se pode queixar: ‘É favor, quem estiver desempregado, agora existem apoios de criação ao próprio emprego! Comparece às reuniões para esse efeito, daqui a x tempo, com um grupo de pessoas também interessadas, com questões respondidas que podem ou não responder de igual modo às suas…mas, e atendimento personalizado por uma mesma pessoa querido leitor, não é possível? Ou seja, que tipo de ambições apresenta o desempregado em questão, que informações são necessárias para a criação de um negócio/emprego, onde, quando e como pretende a pessoa em questão, qual a documentação a ser preenchida para esse efeito, o preenchimento informado e conjunto da documentação, a sua entrega, o visto para situar e credibilizar esse negócio, etc…quero dizer, um acompanhamento fiel às preocupações do desempregado com respostas práticas por parte do Centro de Emprego, num processo contínuo e planeado.

Têm feito isto com as famílias que vieram embora daquelas fábricas que fecharam? Como é que essas famílias estão? Têm sido acompanhadas? Já existem consultores organizacionais nas Câmaras Municipais para esse tipo de casos?

*Boas leituras