10% De desconto, na paciência do cliente – Teresa Isabel Silva

Vales de desconto? Vales para combustível? Vales para roupa, vales para a farmácia, vales e mais vales, para tudo e mais alguma coisa…
A minha pergunta é simples: De que é que servem os vales se o atendimento não tem qualidade?

Toda a gente, ou quase toda a gente, tem um Continente á porta de casa. Estes hipermercados crescem tipo cogumelos, em todo o lado e a uma velocidade que quase ninguém dá conta de onde é que o edifício veio.
O que sobra em supermercados falta em mão de obra para trabalhar lá. E a mão-de-obra que lá trabalha não deve de estar muito qualificada. Quer dizer quando uma funcionária da caixa me dá ordem para ser eu ensacar as compras é porque alguma coisa não está bem no atendimento.

Se o supermercado está a abarrotar, e eles estão feitos baratas tontas, não é culpa do cliente. É culpa do patrão que não mete mais funcionários nas caixas. Agora dar ordens?! Nem os meus pais me dão ordens vem agora uma funcionária da caixa ordenar que eu faça o trabalho dela?! Pelo menos boa educação fica sempre bem, e pedir ao cliente para ensacar é algo completamente diferente de ordenar. Aliás se ela continuar a ser azeda, duvido que muita gente faça as compras que resultam no ordenado que ela recebe.

Outra coisa que me incomoda no Continente é a panóplia de vales de desconto!
Existem descontos para tudo e mais alguma coisa. A verdade seja dita, é carinhoso receber uma carta de descontos em casa, mas chegar ao supermercado para comprar o produto do desconto e não o encontrar á venda é que já não tem piada nenhuma.
Questão principal: Porque é que mandam os descontos se não tem o produto?!

Não estou a implicar, mas desde uns meses para cá que o Tio Belmiro, parece nos querer tirar o poder de escolha (serão influências?!). Ora retira produtos, e coloca lá as marcas dele, só porque lhe convém e o consumidor é literalmente obrigado a comprar não o que precisa, mas sim o que Belmiro quer (estão a ver com quem é a funcionária da caixa aprendeu).

Ao que parece os funcionários do continente aprenderam apenas única frase na sua formação de trabalho. Isto tudo porque sempre que o consumidor pergunta por determinado produto eles limitam-se a responder “está esgotado”, ou “já acabou”. Depois disto, existem sempre os radicais que respondem “Isso já não existe”.
Então eu pergunto-me, se aquele produto que eu tenho em casa, e que comprei a semana passada surgiu de onde? Hum… Se calhar num dos meus sonhos mais interessantes sonhei que estava a fazer compras! Logo aqui, e logo com o produto que segundo dizem, nunca existiu.

Haja paciência para a má educação, para a falta de produtos e para o excesso de cupões!

 

Crónica de Teresa Isabel Silva
Crónicas Minhas