As 3 maiores coincidências de todo o sempre

Mais uma semana, mais um “Desnecessariamente Complicado”! Pois esta semana abordo a temática “coincidências”. É daquelas pessoas que acredita em coincidências ou daquelas para as quais o destino é a explicação para tudo o que acontece? Seja qual for a resposta eu aposto que consigo fazer com que no final deste texto acreditem em coincidências! Estas são algumas das maiores coincidências de todo o sempre!

Antes de irmos a assuntos sérios é necessário ressalvar que todos os factos presentes neste texto foram recolhidos com base em pesquisa no interminável mundo da internet, como tal existe a possibilidade de não corresponderem 100% à realidade. Uma outra nota prévia: os factos presentes abaixo não se encontram por nenhuma ordem específica, são uma listagem e não um top.

1 – Uma previsão assustadoramente precisa de Edgar Allan Poe

Em 1838, o futuro Deus da literatura Edgar Allan Poe publicou um livro chamado “A Narrativa de Arthur Gordon Pym de Nantucket”, o seu único romance. Poe acabou por concordar com os seus críticos que aquele era “um livro muito tolo” (mas ainda assim suficientemente bom para inspirar “pesos pesados” da literatura ​​como Júlio Verne e Herman Melville a escrever “Moby Dick” e “O Mistério da Antártida”, respectivamente).

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Onde isto começa a ficar estranho…

Poe alegou que a obra era baseada em fatos reais. E esta acabou por ser uma meia-verdade: Os eventos eram reais…simplesmente ainda não tinha acontecido!

Numa cena de “A Narrativa de Arthur Gordon Pym de Nantucket” um navio baleeiro acaba por perder-se no mar. Passado algum tempo sem quaisquer alimentos, os homens renderam-se ao canibalismo e tiraram à sorte para ver quem seria o primeiro a servir de refeição para os restantes. O infortúnio bateu à porta de um jovem chamado Richard Parker.

Quarenta e seis anos mais tarde, houve um desastre no mar envolvendo um barco, de seu nome “Mignonette”. Este tornou-se famoso devido às consequências jurídicas de alguns terríveis eventos que aconteceram a bordo. Mais concretamente a forma como os homens sortearam, e comeram, um jovem membro da tripulação…

Onde isto fica ainda mais estranho…

Cujo nome era…. Richard Parker! Esta bizarra história foi descoberta, décadas mais tarde, por Nigel Parker (um primo distante do Richard Parker que acabou por servir de refeição à restante tripulação).

2 – Morgan Robertson escreveu sobre o Titanic … 14 anos antes dele sequer existir

Cem anos antes de James Cameron ter realizado um filme que todos nós já vimos pelo menos um milhar de vezes, o autor norte-americano Morgan Robertson escreveu um livro chamado “Futilidade, ou a destruição do Titan”, que basicamente falava sobre o naufrágio de um navio que era inafundável. Ao ver a capa do livro vai rapidamente descobrir que está, claramente, a olhar para uma versão fictícia da história do Titanic.

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Mas isso não é sequer uma surpresa dado que essa é uma história que tem sido contada vezes sem conta (havia 13 filmes Titanic antes do de Cameron, incluindo um da autoria dos nazis), mas o livro de Robertson foi o primeiro de todos.

Onde isto começa a ficar estranho…

“The Wreck of the Titan” foi publicado em 1898, 14 anos antes do RMS Titanic ter sido sequer construído!

As semelhanças entre o trabalho de Robertson e o desastre do Titanic são tão surpreendentes que temos somos levados a considerar a possibilidade da companhia White Star Line ter construído o Titanic para desafiar as previsões de Robertson. O Titan foi descrito como “a maior embarcação de sempre a flutuar e a maior obra dos homens”, “igual a de um hotel de primeira classe”, e, obviamente, “inafundável”.

Ambos os navios eram propriedade britânica, ambos detinham cerca de 800 metros de comprimento e ambos afundaram após embaterem num iceberg no Atlântico Norte, em Abril, “por volta de meia-noite”. São coincidências suficientes para todos vós?

Ah, e nota ainda para o facto de Robertson ter voltado a publicar o livro, em 1912 (para o caso de pessoas suficientes não saberem que ele previu tudo muito antes de acontecer!).

Onde isto fica ainda mais estranho…

Enquanto o romance apresenta algumas coincidências curiosas, há algumas coisas en que Robertson errou. O Titanic não colidiu com um iceberg a “400 milhas de Newfoundland” a 25 nós de velocidade. Ele colidiu com um iceberg 400 milhas de Newfoundland a uma velocidade de 22.5 nós! É realmente uma grande diferença….

Mas talvez a coisa mais estranha sobre o Titan foi o facto de alguns pontos, que não tinham nada a ver com a história, terem afinal uma estreita relação com o que aconteceu na realidade. Confira as conclusões depois de inúmeras perguntas e expedições ao local do naufrágio do Titanic….Por um lado, tanto o Titan como o Titanic tinha poucos botes salva-vidas para acomodar todos os passageiros a bordo. O Titan carregava “tão poucos como a lei permitia”. Enquanto que Robertson decidiu ser generoso e incluir mais quatro botes salva-vidas do que o Titanic tinha na realidade, este torna-se num ponto algo estranho para abordar quando percebemos que os barcos salva-vidas não tinham nada a ver com a história. Sim porque se quando o Titan embateu no iceberg (a estibordo, diga-se de passagem), o navio afundou imediatamente, o que iriam mudar os botes salva-vidas? Pois, ninguém sabe a razão, mas que acertou lá isso acertou…

3 – O Ohio está repleto de astronautas

Para nós, portugueses, o Ohio é apenas um Estado norte-americano como tantos outros. Arrisco mesmo dizer que até para os próprios norte-americanos o Ohio é um estado completamente banal e que em nada se destaca dos restantes. Pois dentro de algumas linhas vão passar a olhar para este Estado com outros olhos!

Os dois primeiros aviadores (tanto na história do Estado do Ohio como na história americana) foram Orville e Wilbur Wright, que conseguiram concluir com sucesso o primeiro voo do mundo em 1903. Sim, apenas voou durante 12 segundos, mas pelo menos levou-os para fora do Ohio, neste caso para as praias da Carolina do Norte para que o pudessem testar. E assim nasceu a aviação.

Então a população do Ohio ajudou a humanidade a chegar mais perto do céu. Qual foi então o próximo passo?

Bem, 59 anos mais tarde, outro habitante do Ohio ouviu dizer que o Governo dos EUA estava a enviar pessoas para o espaço. Foi então que ele se tentou tornar astronauta. Infelizmente, o homem não estava suficientemente qualificado para o trabalho. Mas apesar da falta dos requisitos universitários necessários, a NASA acabou por o aceitar na mesma. E a 20 de Fevereiro de 1962, ele tornou-se no primeiro norte-americano em órbita. O nome dele é John Glenn.

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Primeiro em voo e agora o primeiro em órbita. O Ohio ganha por dois zero e ainda nem no intervalo vamos!

Onde isto começa a ficar estranho…

As probabilidades disto ter acontecido são ínfimas! Mas a este ponto da história John F. Kennedy prometeu levar um americano à Lua até ao final da década. E esta promessa foi cumprida a 20 de Julho de 1969 por Neil Armstrong. Querem tentar adivinhar o estado de onde Neil Armstrong é originário?

Primeiro em voo, órbita e na lua – Ohio, Ohio e Ohio. E assim parece terminar a história da grande história da aviação de Ohio…

Onde isto fica ainda mais estranho…

O Estado do Ohio “produziu” mais 22 astronautas ao longo da sua história! A verdade é que um estado que contém apenas 3% da população de toda a América do Norte domina de forma absolutamente esmagadora as fronteiras do voo humano!

Estas foram coincidências tão, mas tão, grandes que parecem mentira, mas todas elas são baseadas em factos reais! São apenas três e dada a quantidade que existem por essa internet fora é discutível se estas são realmente as maiores de sempre. Essa escolha fica ao seu critério. O meu foi este e está espelhado neste artigo.

Boa semana.
Boas leituras.

Crónica de Bruno Neves
Desnecessariamente Complicado
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