30 anos! – Gil Oliveira

Olá, gente gira. Que tal vai isso? Com friozinho, não é?! Pois, por aqui também. Diz que está frio… Deve ser da idade. Vou-vos contar um segredo. Hoje entrei para o clube dos velhinhos e desde que me juntei a este clube estou sempre com frio! Ainda agora fiz 30 anos e já estou todo enregelado. (E certamente não tem nada a ver com o facto de estar num sítio onde estão 2 graus à noite e 9 ao meio-dia…isto é mesmo o meu corpo de “trintão” que não suporta tanto frio!)

Hum… O que disse?! Parab…quê?! Ah, não disse nada! Ok. Obrigadinho… Um tipo perde o seu precioso tempo (no dia do aniversário) a escrever um texto todo catita para si e nem um Parabéns recebe! Olha que sinceramente… Quase que me dá vontade de parar já de escrever e ir ter com quem gosta realmente de mim… Só não o faço porque sei que você é preguiçoso para ler e isso seria dar-lhe menos trabalho. Agora, só para castigo, vou escrever mais cinco parágrafos! Pumba! E ai de si que eu descubra que não leu isto até ao fim… Ui, ui!

Fazer anos, é uma sensação bastante agridoce. Quando somos crianças ou adolescentes adoramos fazer anos. Quer dizer, quando somos adolescentes adoramos mesmo é fazer festas. Fazer anos fica para 2º plano. (Eles é festas de aniversário, festas na cara, festas da escola, festas nas mãos, festas da lição nº100, festas no cabelo, festas de fim de ano, festas em todo o lado… Nunca vi gente para gostar tanto de festas como eles!)

Mas à medida que vamos ficando mais velhos, vai-se perdendo o gosto por celebrar o aniversário (também perdemos um pouco o gosto por festas, preferimos outras coisas mais… “coise”…) até que um dia, pura e simplesmente decidimos deixar de fazer anos. Alguns deixam aos 30, outros aos 50, outros é mais ou menos…quando morrem!

Eu decidi que irei parar aos 30. Tenho uma boa idade, ainda tenho um corpo minimamente jovem (se bem que já comece a acusar cansaço) e ainda tenho a minha sanidade mental. Pelo menos aquela que sempre tive. Não preciso de mais. Sinto-me como se fosse um automóvel usado, que foi comprado novo e alvo de muita estima pelo seu dono. Um achado! Carros como eu não existem muitos. Posso ter 30 anos mas não aparento nada. Tenho umas linhas modernas, trabalho na perfeição e a pintura, apesar de um pouco queimada pelo sol no tejadilho, até não está nada má.

Num dos meus primeiros textos do +oPinião, fiz uma comparação entre as mulheres e os carros, mas agora, pensando bem, todos nós somos como os carros. Se formos bem estimados desde novos chegamos a idades avançadas sem darmos grandes chatices. Mas, por outro lado, se começarmos a abusar do nosso corpinho desde muito novos dificilmente chegaremos até à idade mudar a correia de distribuição.

Peço desculpa pela comparação parva, mas é que só assim consigo distrair a minha mente da triste e dura realidade de já ter idade para ter juízo. Quando era mais novo e olhava para as pessoas de 30 anos, achava-as pessoas crescidas. Eram pais, eram senhores que nos ajudavam a atravessar a passadeira… Eu sou lá alguma dessas coisas?! Crescido não sou, porque só tenho 1,69m; juízo tenho pouco; pai também não sou; já para não dizer que sou incapaz de esperar pelo sinal verde para atravessar na passadeira, quanto mais ajudar alguém a atravessar a rua… Algo de estranho se passa aqui. Ou os senhores que eu via quando era pequenino tinham bem mais de 30 anos ou o tipo que controla o tempo irritou-se comigo por me ter queixado a semana passada e avançou com o tempo rápido de mais. Tenho dito!

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Crónica de Gil Oliveira
Graças a Dois
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