A Andreia é o que Vale

Há-de haver muitas mulheres bonitas espalhadas no mundo, mas muito poucas, aquelas de quem os homens tecendo rasgados elogios, não estejam sujeitas ao escrutínio de nenhuma mulher que olhe atentamente para elas à espera de encontrar, pelo menos, um defeito que possam apontar como exemplo de imperfeição.

Está nesse caso Andreia Vale, jornalista e apresentadora do Jornal da hora do almoço da CMTV, um canal da Tv cabo que apesar do sensacionalismo, não justifica no momento em que ela aparece, mudar para outro da concorrência que esteja a dar a mesma coisa.

Andreia Vale é como um dia de verão, em que à noite a temperatura sobe acima dos valores que registou durante o dia na praia.

Se houvesse uma possibilidade de fazê-la ouvir-me, dir-lhe-ia que gosto do seu sorriso, espontâneo como seria o de um rapazinho a quem ela, nos bancos da escola, tivesse mandado às escondidas dos colegas um bilhetinho a declarar-se, dizendo que o amava. Põe-no a preceito, no final de cada frase que no caso de ser uma pergunta, impele, quem estiver diante dela embasbacado, a responder que sim a tudo, começando por referir que o acha muito bonito.

Ao sol, o cabelo castanho ganha volume e junta às nuances acobreadas, o reflexo dourado igual ao que, numa pepita, por maior que ela seja, jamais um garimpeiro, por mais experiente que seja, há-de algum dia encontrar.

Sentada, a enumerar as notícias onde não param de surgir sinais de tragédia, tem o olhar cintilante e o som tranquilo da sua voz representa apenas uma amostra do bem que transmite a quem está na sua presença.

É uma profissional honesta e nem podem acusá-la de não ser mulher de uma só palavra, porque é a menos culpada de redigirem as notícias exigindo que, além dos factos, enumere todas as possíveis causas que podem ter-lhe dado origem, prevendo ainda o que dali para a frente pode acontecer.

E a propósito da emoção que sinto ao vê-la, ocorre-me o sabor de uma laranja sumarenta acabada de espremer. Ou outro fruto, que pela sensação revigorante que causa, não estranhava terem-lhe posto o nome de uma mulher que fosse fisicamente igualzinha a ela.

Comparo Andreia ao desabrochar de uma flor que me faz dar Graças por ter nascido na primavera. É assim como um pôr-do-sol, ao qual estou convicto de que continuarei a assistir, enquanto, do lado dela, continuar a soprar a brisa que percorre todos os montes e vales.

Andreia ou a candidata a oitava maravilha natural de Portugal, como preferirem, é, na opinião crítica de quem optaria por seguir outra linha editorial, a única coisa a que vale a pena assistir naquele canal, aliando beleza ao facto de ser competente e desempenhar exemplarmente a sua função de pivô jornalístico.

Num canal que, reconhecidamente não mente, mas podia ser ainda mais fiel à verdade, se, em vez de ser à tarde, a colasse ao programa da manhã e incumbisse de vir logo cedinho dar-nos os bons dias, para termos a certeza de que o dia ia correr-nos mesmo bem.