A Associação Académica de Coimbra

O Mais Opinião tem (mais de) 3 anos de existência, tantos quanto os meus artigos de opinião semanais. Mas não me recordo de ter falado, pelo menos não convenientemente, sobre a enorme Associação Académica de Coimbra (AAC).

A AAC é mais do que a mais antiga associação de estudantes (com 127 anos de existência, feitos em 3 de Novembro de 2014). A AAC desempenhou e desempenha um papel fundamental na luta pelos direitos dos seus sócios (todos os estudantes da Universidade de Coimbra [UC]), bem como todo o95124_ori_ ensino superior no nosso país. E, com isto, acaba por influenciar todo o país, pois desta Academia Coimbrã saíram (e continuaram a sair) muitos daqueles que lutaram no passado (e continuarão a lutar) pela república, pela liberdade e pela democracia em Portugal. Os exemplos mais conhecidos são a crise estudantil de Maio de 69, que desferiu um rude golpe no regime, bem como a forma como a AAC aproveitou a final da taça desse mesmo ano para protestar em plena bancada.

Mas seria muito redutor falar só da influência politica da Académica. A AAC tem 27 secções desportivas, 16 secções culturais, 8 organismos autónomos (1 deles é o Organismo Autónomo de Futebol, cuja equipa profissional joga na primeira liga) e 26 núcleos de estudantes que, nas faculdades, fazem a ponte entre os estudantes e a Académica. A AAC tem ainda 11 grupos académicos (para além dos que fazem parte das secções culturais e organismos autónomos). Habituei-me, por isso, a concordar com a ideia que li num jornal de que a Académica é a maior produtora de cultura da região centro. E, atrevo-me a acrescentar, que é uma grande impulsionadora da prática desportiva.

Logo no primeiro ano em Coimbra colaborei com o Núcleo de Estudantes de Direito da AAC (NED/AAC). Dois anos depois, fui colaborador (durante 1 ano) da Direcção Geral da AAC (DG/AAC). Foi, de certa forma, violento, pois passamos muitas horas a trabalhar naquele edifício (e fora dele) para conseguir fazer o melhor pela academia, mas foi muito enriquecedor e gratificante. Acho mesmo que é uma experiência que todos os estudantes universitários deveriam ter: colaborar com o respectivos núcleos de estudantes, com a DG/AAC e, também, com as secções e grupos da AAC. Eu passei (de forma fugaz) também pela Secção de Fado e pelo Centro de Informática (CIAAC). É uma experiência que nos fica para a vida, que nos forma enquanto pessoas, que nos faz ver de outra forma (e dar outro valor) o trabalho em equipa, bem como a Académica, a Universidade e a cidade de Coimbra.

Muito havia, com certeza, para falar sobre a Académica. E muitas serão as opiniões sobre a mesma, umas mais positivas que outras. Mas, sendo este um artigo de opinião, é esta a minha opinião sobre a AAC que, por muitos anos que passem, estará sempre no meu coração e na minha memória.

Por isso, hoje e sempre, dos 3 grandes, eu sou da Académica.

 

Crónica de João Cerveira