A difícil tarefa de ser um peão… – Ricardo Espada

Ora viva! Então, e que tal? Essa vidinha? Pois é… Isto anda mau e tal… A culpa é desta crise, que nos assombra a vida. Isto de contar os trocos todos os meses, já está a enjoar um pouco. A ver se arranjo umas máscaras de Carnaval e uns amigos que gostem de se mascarar, para pedir umas «massas» emprestadas a uns certos bancos… Bom, mas adiante que tenho uma crónica para escrever. Logo penso nisto dos «bancos» mais tarde…

Hoje gostaria de falar sobre o comum peão. Não… não estou a falar de xadrez. Estou a falar de todos nós, que caminhamos pelos passeios de Portugal. Sim, os cidadãos de Portugal. Pessoas normais que se deslocam diariamente para um qualquer lado, ou sítio. Bom, isto é tudo muito giro e tal, mas tenho de começar a demonstrar a minha indignação e revolta para com um certo tipo de peão. Estou a falar daquele tipo de peão que gosta de se colocar à frente de uma passadeira e, ao contrário do que se possa pensar, não precisa, nem quer, atravessar o raio da passadeira. Ele fica apenas ali, a olhar para o trânsito, muito feliz da vida, sem se aperceber do quão incomodativo pode estar a ser. E, muitas vezes está a sê-lo! Porque, qualquer bom condutor e orgulhoso cumpridor do Código da Estrada, ao ver aquela pessoa ali parada à frente de uma passadeira, tem a simples e única reacção de parar o carro para que a figurinha atravesse a passadeira. E a resposta do peão é um aceno, dizendo que não quer atravessar. «ENTÃO SE NÃO QUER ATRAVESSAR, NÃO SE COLOQUE À FRENTE DA PASSADEIRA, QUE RAIO!», é a resposta que me apetece dar, de cada vez que esta situação me acontece. Depois, existem aqueles peões que, com um raio de uma passadeira a 4/5 metros de si, tomam a brilhante opção de atravessar pela estrada, correndo o risco de serem atropelados. Isso é estupidez pura e simples, meus caros peões… E aqueles que decidem praticar o jogging, no meio da estrada, obrigando-nos a manobras de pura destreza para não os atropelar? E esses, hein? Raios os parta!

Eu tenho uma solução para este tipo de peão! Já que hoje em dia existem cartas e certificados para todo o tipo de profissões, porque não existir (Preparem-se que isto vai soar «muita» forte!) a «Carta do Peão»? Isso, mesmo! Arranjava-se assim, mais um «tacho» para as escolas de condução, que teriam de ensinar os peões a circular na via pública. E continuando na senda da revolta e indignação, eu sou apologista da multa ao peão! Ou, «operações Stop», ao peão. A ver se não aprendiam logo… Até parece que estou a ver a situação:

– Ora, encoste-se aqui à direita, ó faz favor…
– Mas… O que se passa, senhor agente?
– Ainda pergunta? Vá, encoste-se aqui na parede.
– Mas… O que fiz eu? Eu vinha aqui sossegado, a passear…
– Sim, a passear. A atravessar a estrada, fora da passadeira, não é?
– Sim… mas…
– Vou ter de o autuar, senhor peão. Faculte-me a sua identificação e a «Carta do Peão», ó faz favor!
– Ah! Catano…

Para mim, isto era perfeito! Era a forma perfeita de mudar a mentalidade do peão em geral! Ou, não… E, isto, é a mais estúpida ideia alguma vez pensada… Sim! Confirma-se: é estúpida, é! Bom, deixa-me cá voltar ao raciocínio das «massas» emprestadas pelos bancos… Onde é vou arranjar um grupo de amigos que goste de se mascarar… Hum….


RicardoEspadaLogoCrónica de Ricardo Espada
Graças a Dois
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