A flor da idade – Teresa Isabel Silva

Desta vez decidi aproveitar o meu tempo de antena, para falar de mais um escalão da nossa sociedade.
Mas antes de deambular em especulações, alguém me diga quem é que inventou o termo sénior para falar dos nossos idosos?! Quer dizer, se eles são seniores eu sou uma júnior e os meus pais são quê?!
Pois bem, não estou a dizer para andarem por aí a chamar velhos a este escalão da sociedade, até porque velhos são os trapos, mas seniores? Acho que o termo “idoso” é muito mais apropriado e demonstra muito melhor, o lugar destas pessoas na sociedade.

Pessoalmente acho que é por esta confusão de termos que muitos dos nossos seniores não acham o seu lugar na sociedade. Qual economia qual sociologia. O problema esta nos termos.

Agora só porque o termo “sénior” está na moda, muitos dos nossos idosos, consideram-se “fixes”. Sou totalmente apologista das mentes abertas e do espírito jovem, mas haja paciência e limites.

Quer dizer, pelo menos cheguem a uma conclusão, porque para umas coisas eles sentem-se literalmente velhos, reclamam da crise, da vida, do abandono das doenças e afins da idade, mas para outras coisas já se sentem jovens, quer dizer irem tomar cafés com amigas, andarem a navegar pela Internet, mandarem mensagens por telemóvel e até mesmo para pertencerem a uma banda rock.
E agora eu penso, como é que um idoso com Parkinson toca guitarra? Ou então como é que um sénior com alzheimer é vocalista? Pior que isto, (e isto eu assisti na televisão), como é que é possível, que a avó de alguém se vista de cabedal e vá para a televisão?!

Dito assim só me resta imaginar a minha avó vestida de veludo ou de ceda a fazer uma cena tipo Marylin Monroe enquanto se queixa dos diabetes…

Existem coisas que não combinam, e os limites têm que ser bem estipulados. Porque qualquer dia os vossos avós vão vos buscar a casa estilo mosqueiro mas que no bolso nas calças tem escondido uma panóplia de compridos para todos os seus problemas…

Defendo que existe uma idade para tudo, não defendo a solidão e muito menos a falta de diversão e convívio entre os mais velhos, mas por amor de Deus, de Shiva, de Buda e afins, tenham calma com os nossos idosos, pois muitos deles são piores que as nossas crianças.