A Liga dos Corruptos Extraordinários

Portugal é um país pequeno. Um dos mais pequenos do mundo, mas com um potencial incrível. Desde os tempos dos Descobrimentos que tendemos a mostrar ao mundo que estamos cá, que somos aguerridos, criativos e sempre disponíveis para desbravar mundo — não fosse o facto de existir um português em qualquer canto do mundo. Não se metam connosco, que somos lixados para povoar. É darem-nos uma oportunidade, uma nesga, e lá estamos nós a aproveitar — o tuga não falha e não perdoa. Assim sendo, é óbvio que não podíamos deixar de estar nas bocas do mundo, nem que seja pelas piores razões. Neste caso em particular: na corrupção.

Portugal parece ter uma espécie de Liga dos Corruptos Extraordinários recôndita mesmo debaixo do nosso nariz. Porque, se formos a observar com alguma calma e paciência, constatamos que são muitas as personagens portuguesas a serem acusadas de corrupção. Mas, de todas as incríveis personagens existentes, duas parecem liderar a luta pela liderança da Liga dos Corruptos Extraordinários: José Sócrates e João Vale e Azevedo. Nenhuma das outras personagens conseguem alcançar a evolução que estas duas personagens conseguiram alcançar até ao momento.

Analisemos.

José Sócrates, ex-primeiro-ministro, para além da capacidade de saber como viver à grande com o dinheiro dos outros, tem a vantagem de possuir amigos com tremendas posses. Amigos esses que parecem estar sempre fartos de possuir dinheiro e, então, decidem dar esse mesmo dinheiro a Sócrates — com a desculpa, obviamente, de o dinheiro ser restituído quando existir a possibilidade de tal façanha. Para além de amigos bem abastados, tem a sorte (ou não!) de ter uma super-mãezinha — e todos sabemos que as mamãs fazem tudo pelos filhotes.

João Vale e Azevedo, ex-presidente do Sport Lisboa e Benfica, tem exactamente a mesma qualidade do seu concorrente directo pela liderança da Liga dos Corruptos Extraordinários, ou seja, o facto de saber como viver à grande com o dinheiro dos outros. Mas, ao contrário de José Sócrates, ninguém sabe de onde surge o dinheiro que usa para viver como um príncipe em Londres. E a pergunta que se coloca é: será que ele tem mesmo dinheiro, ou consegue enganar toda a gente fingindo que tem dinheiro? Pessoalmente aposto mais na segunda hipótese, mas como não sou corrupto, não consigo bem decifrar como consegue tal proeza.

Ambos têm subido bastante degraus no pódio da Liga dos Corruptos Extraordinários, e estão neste momento a lutar pelo grandioso título “Mestre-Grão da Corrupção”. João Vale e Azevedo subiu uns lugares recentemente, ao ver serem-lhe perdoados 60 milhões de euros pela justiça inglesa. Por sua vez, José Sócrates viu serem-lhe retiradas várias acusações, reduzindo o número de uns assustadores 31crimes para uns não menos impressionantes 6 crimes.

Neste momento, a luta continua bastante renhida e, no final, o grande vencedor do título “Mestre-Grão da Corrupção” irá, depois, disputar um título na grande competição mundial da corrupção, intitulada “Liga Mundial da Corrupção”, liderada pelo grandíssimo mestre da corrupção, Bernard Madoff, que faleceu recentemente e deixou, assim, a liderança da mesma em aberto.

Temos dois bons e fortes candidatos à liderança da “Liga Mundial da Corrupção”. Vejamos como serão os próximos capítulos e quem irá ser, efectivamente, eleito como “Mestre-Grão da Corrupção” em Portugal. Somos grandes em tudo.

Mesmo em tudo…

Viva Portugal!