A que categoria pertence? (Parte 2/2) – Bruno Neves

Ora bem, temos um assunto pendente não temos? Temos sim senhor, não se façam de desentendidos! Para quem perdeu o “episódio” anterior vamos lá recapitular o essencial: este vosso amigo que vos escreve todas as semanas tratou de dividir os passageiros dos transportes públicos em categorias (por transportes públicos entenda-se comboio e metro, não é que despreze os outros, apenas não os frequento): os dorminhocos, os “semi-intelectuais” e aqueles que falam ao telemóvel demasiado alto.

Vamos a isto então? Sou um único a ficar extremamente irritado com aquele tipo de pessoas que vão a ouvir música em altos berros em pleno comboio? Atenção que eu não sou contra o ouvir-se música! Muito pelo contrário, dado que eu mesmo não consigo passar um único dia sem ouvir música. Sou contra é o ouvir-se música no máximo obrigando todos os restantes passageiros a ouvir aquela música! E porque será que sempre que isso acontece a música nunca, mas nunca, se aproveita? Das duas uma: ou é uma música foleira ou que já passou de moda (actualmente um bom exemplo é o “Ai se eu te pego”) ou então é música totalmente imperceptível, como por exemplo música indiana. Não é por nada mas parece que o volume da música é inversamente proporcional ao bom gosto.

Acho particular piada a todos aqueles que têm a mania que são seguranças. Aqueles que aconteça o que acontecer vão sempre bem junto à porta e fazem questão de carregar no botão para que as portas se abram apenas no preciso momento em que eles querem, estão a ver esse tipo de pessoas não estão? E como se tudo isto não chegasse ainda fazem questão de estar mesmo no meio do caminho tendo assim que obrigar os passageiros que pretendem entrar e sair do comboio a pedir “com licença, deixa-me passar sff? Obrigado”! É o típico “poderzinho” tão português! Se ele se podia desviar e deixar as pessoas passar? Podia, mas não era a mesma coisa! Para mim a cereja no topo do bolo é quando eles vão com as mãos atrás das costas, tal qual um segurança de um estabelecimento nocturno. Só falta falarem no consumo mínimo!

No final deste texto impõe-se a questão: mas afinal a que categoria pertences tu? Devo confessar que não pertenço a uma categoria, mas a várias. É verdade, a sério! Admito que aproveito as viagens de comboio para recuperar algum do sono perdido. Mas eu tenho uma relação muito “especial” com os meios de transporte porque acabo sempre por adormecer, mesmo que não tenha sono! Mas também me confesso como um apaixonado pela leitura logo não poucas vezes leio alguns livros durante as viagens (o que dá um jeitão não só para ocupar o tempo como também para acelerar o ritmo de leitura e chegar rapidamente ao final do livro). Finalmente admito que é possível que uma ou outra vez já tenha falado ao telemóvel um pouco alto demais, mas isso é porque a minha voz é grave e falo naturalmente alto, não tenho culpa!

Muitas mais categorias podiam ser exploradas mas estas são de facto as mais comuns. Agora o que é incontestável é que cada viagem de comboio ou metro é uma odisseia onde nos deparamos com as personagens mais improváveis, tornando cada dia único e diferente à sua própria maneira! Nunca se sabe se um dia destes não regresso a este tema….

 

Crónica de Bruno Neves
Desnecessariamente Complicado
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