A tal noite (parte dois) – Sofia Marques

Sinceramente o baile não correu como esperava . Foi um desfilar enorme de figuras tristes , de música horrível e comida má e mal servida .Só me valeu a companhia  e o fogo de artifício, que apesar de ter sido lançado do parque de estacionamento , mesmo ao nosso lado ( o que suspeito que é ilegal ) estava lindo e proporcionou-nos um bom momento.

Quando chegámos lá ( o jantar estava marcado para as 20:30) ainda estavam as mesas a ser montadas, e acabamos por poder jantar apenas às dez, cheios de fome e , no caso das raparigas , fartas de andar em pé , de saltos altos .

O jantar acabou de ser servido às onze , e foi bacalhau com natas , que estava bom , e tivemos um prato de carne que até doce estava . E bar aberto toda a noite , uma coisa que me fez confusão . Num baile do secundário , bar aberto? Só podia dar mau resultado .

Entre raparigas enfiadas dentro do lago , sem saber onde estavam e rapazes a atacarem tudo o que tinha saias , o caos e a risota eram gerais. E a música? Além de ter sido repetida toda a noite , resumia-se a música pimba e kizomba . E não fossem os DJ’s rapazes da nossa idade , que até podiam estar melhor actualizados.

Mas, vendo o lado positivo , tiraram -se umas belas fotos , deram-se umas belas gargalhadas à custa dos copos a mais de alguns e da maluqueira de outros , sorrimos e olhámos nos olhos de quem nunca mais vamos ver, e de quem vai ficar , mesmo que mais longe , sempre perto do nosso coração.

Custa abandonar a nostalgia destes três anos , saber que se está a crescer e a ganhar asas!

Só por  escrever isto já tenho uma lágrima no canto do olho.

Até para a semana , que agora é estudar para os exames nacionais!

Crónica de Sofia Marques
A minha Vida e outras Insanidades