Olá!
Então, está tudo benzinho? Sentem-se estimulados pelo frio, contentes com a esperança trazida pela Merkl, felizes com o vídeo do Marcelo, apaziguados com a ideia de, se empobrecerem, contarem com o “Banco Alimentar contra a Fome” para vos “matar” a dita?
Sim? Eu também.
Já se sabe que as pessoas felizes não têm história(s) e os elefantes também não. (agradecimentos ao Tolstoi e ao Saramago que me ensinaram isto).
Quanto a teorias, obviamente, tenho uma.
A teoria da solidariedade
Solidariedade: s.f qualidade do solidário; carácter do que, de facto ou de direito, é solidário, responsabilidade recíproca. (De solidário+mente) – Dicionário da Língua Portuguesa, Porto Editora, 8ª edição.
Caridade: s.f virtude teologal que inclina a vontade de a amar a Deus a por Si e ao próximo por amor de Deus; acto de benificência que exclui qualquer direito do beneficiário e é independente do interesse do benfeitor; benevolência; benefício; esmola; compaixão; (irón.) ofensa; dano; (…) – Dicionário da Língua Portuguesa, Porto Editora, 8ª edição.
Evidência: ser solidário é coisa distinta de ser caridoso
A Solidariedade é um valor “humanista” no sentido que se satisfaz no próprio acto.
Não se é solidário por amor a Deus.
Não se espera qualquer recompensa sobrenatural.
O SER solidário divide o que a si lhe faz falta. Não doa o que (já) não precisa.
Parte sempre da ideia que o outro é um igual. Não é sobranceiro na mentira de que o outro é menos que o “eu”.
Menos inteligente. Menos trabalhador. Menos esforçado. Menos “poupado”. Menos merecedor.
Menos.
O SER solidário não espera a palmada nas costas. O “muito bem”. O aplauso público.
Não sente o orgulho. A (quase) vergonha que acompanha o verbo dar.
Apenas a clareza límpida do “certo”.
A palavra solidária: “NÓS”.
A palavra caridosa: “OUTROS”.
Cuidado com as palavras. (parece que levam a revoluções onde se cortam cabeças)
Ainda mais quando parecem sinónimas.
E.
Afinal.
Não.
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