A ternura é um ato político?

Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás “ a frase célebre é do revolucionário Che Guevara, curiosamente adequa-se aos dias de hoje, pois a história da humanidade saturada de guerras políticas e epidemias sociais repete-se ao longo dos séculos. Mas o que é a politica? Não podemos direccionar este termo apenas para os que governam o país, pois a política está intrinsecamente ligada a tudo o que fazemos: o que comemos, o que vestimos, as nossas relações, o trabalho, a escola, a vida, as escolhas que fazemos diariamente, banais ou de extrema importância, tudo é política. Se a visualizarmos nesse prisma, facilmente identificamos vivências como a ternura, empatia e compaixão, estes sentimentos são também inerentes ao ser humano, apesar de muitas vezes duvidarmos de tal afirmação, pois o mundo tornou-se um lugar hostil.

Um estudo gerido pelo cientista Richard J. Davidson, baseado nas características das emoções, permitiu concluir que a neuroplasticidade também se aplica às emoções – bondade, ternura e compaixão – todas são moldáveis. O cientista afirma que a ternura forma uma parte do circuito da compaixão, que a gentileza e a bondade podem ser treinadas em qualquer idade.

Mas se o mundo é um lugar hostil como nos educamos para que, quando formos adultos, não deixarmos que a adversidade da vida se sobreponha à bondade que sentimos pelo próximo? Na minha opinião, tal esforço nem sempre é possível, é extremamente necessário que o façamos sempre mas também é imprescindível que tenhamos a noção real que somos humanos e o ser humano nem sempre consegue gerir o lado sombrio que carrega, daí a hostilidade liderar muitas vezes todas as politiquices.

“A política deve basear-se naquilo que nos une. Só assim poderemos reduzir o sofrimento no mundo.”