Ultimamente vejo com muita frequência postado no facebook esta apresentação da vida em quatro garrafas, a Primeira…biberão, a Segunda…coca cola, a Terceira…cerveja, a Quarta…soro ou oxigénio! Achei interessante pensar nisto e associar a Quarta garrafa á velhice, embora não seja exclusiva para esta etapa, é nesta que recai a sua maior necessidade.
Bem verdade que quando nascemos encaramos com uma mama ou um biberão, a primeira garrafa da nossa vida! Na velhice vai-nos suceder o mesmo (quase sempre), vamos precisar de um biberão para nos alimentarmos, só que nesta etapa damos-lhe o nome de seringa.
Nascemos sem dentes, sem cabelo (pouco), sem andar, sem falar, passamos a usar fralda…na velhice vamos ficar de igual modo, sem dentes, sem cabelo, a maior parte das vezes sem conseguir falar, a usar fralda (só que um tamanho maior!), e quase sempre num carrinho só que em vez de Baby coque é uma cadeira de rodas com uma cor escura e que nada se assemelha ao nosso primeiro carrinho de bebé!
Se repararmos bem as semelhanças estre o recém-nascido e o idoso são muitas mas na realidade as coisas são muito mas muito diferentes e quem lida diariamente com ela sente isso de uma forma única. Tal como as quatro estações do ano são bonitas e todas com o seu encanto, é no Inverno que se acentua o branco…o cinza…a prata…o grisalho…o frio…o medo do escuro e das noites longas…ficar sozinho é por vezes aterrorizante.
Na nossa existência a estação do ano em que nos assemelhamos mais com o inverno é sem dúvida a velhice…os nossos cabelos brancos, o ar cinzento que quase sempre carregamos provocado muitas vezes pela solidão ou pelas doenças, o frio constante que sentimos porque vamos ficando mais parados, vamos perdendo as nossas energias, o medo sem fim de poder morrer sozinhos, o medo de não ter quem cuide de nós, o medo de sofrer, o medo terrível de não morrer em paz. Assim sendo não podemos comparar o início de vida ao fim, e então como encaramos o inverno na nossa vida? Como uma estação á qual temos que passar e á qual estamos submetidos pela natureza humana.
Que bom seria estarmos sempre na primavera, rodeados de flores, no verão usufruindo de um sol bonito e quente, ou no outono comtemplando a profunda beleza de um misto de colorido e sol! Mas sabemos que todas as estações são necessárias e é isso que completa o nosso ciclo de existência.
Estamos na semana Santa, tempo de recolhimento interiorização, pausa para reflexão, reconstrução espiritual necessária para o equilíbrio emocional, a semana que antecede a Morte e Ressureição.
Sabemos que um dia vamos morrer, com o auxilio da quarta garrafa ou sem ele, nada nos permitirá que fiquemos cá eternamente, esta vida é sem duvida uma passagem, que deve ser aproveitada bebendo leite, coca cola ou cerveja, tudo na idade certa, porque em poucos dias nós já estaremos no Inverno, o momento para o nosso recolhimento, compartilharmos as experiências da vida com outras pessoas queridas, estação de puro aconchego e generosidade. Tais experiências compartilhadas são essenciais para nosso crescimento em todos os sentidos da vida.
As palavras-chave para esta estação são: recolhimento, compartilhamento e troca de vivências e não como na primavera que são: brincadeiras, sorrisos, festa, alegria e esperança!
Nós seremos ainda mais felizes se aproveitarmos de alma aberta a beleza e o significado de cada estação, se amarmos a vida de acordo com a harmonia de cada época, só assim seremos mais otimistas e seres com mais fé em nossos corações!
Pense nisso com carinho e muita fé! Uma vez que estamos a viver esta semana tão dedicada a este tema. Muito antes de ser considerada a festa da ressurreição de Cristo, a Páscoa anunciava o fim do inverno e a chegada da primavera, será esta primavera que nos espera depois do nosso sofrimento, depois de bebidas todas as garrafas!… Quando partirmos na última viagem!
Crónica de Aida Fernandes
A última Etapa
Por isso e k se deve aproveitar a vida e ir bebendo ate poder nas outras garrafas, antes de chegar a bendita seringa.
E nao duvidem, todos nos vamos ser velhos, ou pior ainda morrer antes
Parabens amiga ate pra semana
Bela,tu mais que qualquer outra pessoa, sabes sempre do que falo, ou melhor não só falo como participo na minha vida diária de todas estas circunstancias que me deixam focada na ultima garrafa, motivo pela qual dou tanto valor á vida…uma passagem rápida que devemos aproveitar! Quanto ás garrafas sem duvida que vou na terceira mas aprecio bem mais um licor!!!!Hahahaha
obrigada pelo comentario, beijinhos amiga
Aida Fernandes,
Parabéns por mais uma crónica fantástica!
Quando eu for velhinha vou querer, não uma mas muitas, garrafas de vinho do Porto!
Não quero oxigénio, não quero soro! Quero vinho do Porto.
Se eu não puder beber, coloquem-me um catéter directamente p’á veia…
Assim, parto feliz e quentinha!
Beijinhos
Laura, antes de mais muito obrigada por ser uma leitora assidua e pelos seus belos comentários!
já constatei que vai ser uma “velhinha” do melhor!!!!e só queria ser mais nova para poder ter o prazer de ver ser injetado por via intravenosa uma garrafa de vinho do porto hahahahha era super fantastico!!!
em ultimo caso, resta mesmo começar a divulgar o seu interesse por esta bebida para depois lhe ser feita a vontade!
Por aquilo que tenho vivido junto dos “meus meninos”, só bebem vinho do Porto no Natal e na Páscoa, mas que também gostam ai isso sem duvida!!
Beijinhos Laura
Parabéns por mais uma cronica óptima, gostei das 4 garrafas e das quatro estações!
E para não esquecer apreciar bem a primavera bem como a 3ª garrafa!!!
São, és sempre um amor nosa teus comentários, eu sei o quanto aprecias as minhas palavras e é com muito orgulho que te tenho como uma amiga que valoriza a vida de uma forma igual á minha.Temos ainda a sorte de ter a mesma idade e quem sabe um dia quando formos velhinhas possamos beber ainda um “vinho do Porto” com o diz a Laura Paiva, com alguma saude e a saborear um bom jesuita também, ou quem sabe um cafe no Barmali!ou ainda um rodisio no s.rosendo!
Beijinhos São
Parabéns! Estás uma verdadeira cronista… e a analogia desta crónica está muito interessante. Fico à espera da próxima com muita curiosidade. Beijinho
Cila, sou uma verdadeira amadora, mas tento sempre fazer o meu melhor e fazer com que chegue a todos uma mensagem não só de experiencia como ilustrada para que seja reconfortante e interessante ao ler, Beijinhos e obrigada por seres uma leitora assidua.
Mais uma vez muito bonita a tua cronica.
Vamos realmente “aproveitar de alma aberta a beleza e o significado de cada estação!”esse é o sentido da vida.
Obrigada por nos deliciares com palavras tão bem desenhadas.
Consegues me surpreender a cada semana..fico sempre à espera da próxima e aplaudo cada uma delas de pé!..Parabéns
Fernanda Fernandes, ainda bem que te surpreendo de semana a semana, é sinal que vou no bom caminho!! Eu é que devo agradecer a tua tão carinhosa mensagem.
Escrevo para que leiam e tirem partido de uma experiencia na área da velhice, mas também com o intuito de serem agradaveis todas as crónicas, se aplaudes é porque têm sido e isso deixa-me com vontade de continuar, beijinhos mana linda.