A alegria dos postais

Será que cartas e postais se vão extinguir quais dinossauros em tempos passados? Esta nova era tecnológica, onde tudo é feito através de computadores ou ecrãs, não deixa espaço para a escrita manual.

Hoje em dia as únicas cartas que recebemos nas caixas do correio são contas para pagar. Perdeu-se o hábito de mandar uma carta para um amigo ou familiar. E postais muitos menos. Chamem-me antiquada, mas gosto de receber cartas e postais. Gosto de ver caligrafia escrita à mão.

Por causa desta falta de algo interessante na caixa do correio resolvi integrar o Postcrossing. Para quem não sabe, o Postcrossing é um site onde se faz troca de postais internacionalmente, faço parte desta comunidade há coisa de 8 meses e devo dizer que tem sido uma experiência fantástica! Neste caso a tecnologia permite este “encontro” entre pessoas que estão separadas por quilómetros, através de postais.

Cada pessoa tem um número total de postais que pode enviar ao mesmo tempo, que pode aumentar com o aumento do número de postais chegados ao destino. A pessoa nunca sabe de antemão para que país vai mandar. Com a experiência vamos tendo algumas suspeitas para que país iremos mandar, contudo só depois de pedirmos a morada é que temos a certeza. À medida que os postais chegam ao destino, recebemos algum postal na nossa caixa de correio.

Em 8 meses que estou no Postcrossing, já chegaram 44 postais ao destino, neste momento tenho 6 postais em viagem e já recebi 42 postais. Postais que contam uma história. Postais onde eu viajo, por pouco que seja, para países que nunca visitei e que talvez nunca visite. Tanto recebo postais turísticos, onde fico a conhecer alguma paisagem ou monumento do país/cidade da pessoa ou então postais temáticos, alguns bem divertidos.

Lembro-me de um postal que recebi de uma pessoa dos Emirados Árabes mas que na altura em que pediu a morada para mandar estava de férias nas Filipinas, então o postal era com uma imagem de uma tribo nas Filipinas. Mandei ainda um postal para a China, onde o rapaz contava que estava a juntar um determinado número de postais para depois pedir a namorada em casamento (achei fofo!). Num dos últimos postais que enviei, partilhei uma receita de um bolo porque a pessoa pedia. São estas histórias ou pedidos que ao ler me põem com um sorriso no rosto. Saber que naquele momento, até pode ter sido um minuto ou dois, alguém escolheu um postal para me enviar e escreveu algo para mim (ou eu escolho e escrevo).

Ainda sou uma bebé nesta coisa do Postcrossing, há pessoas que já ultrapassam os milhares de postais enviados/recebidos, mas tornou-se num vício. E agora, quando vou a algum local novo tento sempre ver se arranjo algum postal dessa localidade, como aconteceu esta semana, ou então peço para me arranjarem um postal a amigos que vão viajar. Entre postais em branco ou postais escritos, prefiro postais escritos, que viajaram realmente, contudo, nestes casos de pedir ou comprar para mim postais, fica a recordação.

Gostava de tentar arranjar postais de todos os países do mundo, pelo menos um, uma espécie de meta a alcançar. De Portugal não tenho muitos, gostava de ter mais, mas como utilizo aquele site, a troca a nível nacional não é tão privilegiada. Ter postais de todas as regiões de Portugal e de todos os países do mundo, eram metas interessantes…e difíceis de alcançar, tenho noção disso. Apesar de tudo, vou tentar. Vou continuar a fazer as minhas trocas através do site e quando possível fazer umas trocas particulares.

Com a ajuda do Postcrossing, a minha caixa de correio ficou menos vazia, menos desinteressante de ver. Agora não é só contas ou até publicidade que por lá anda, de vez em quando lá surge um postal para alegrar o dia.