App, App, and away…

Hoje em dia vivemos rodeados de novas tecnologias. Tablets, smartphones, smart cameras, smart boxes, iPads, iPhones, iMacs… iFodasse! Já chega! Mas será que um gajo já não consegue fazer nada sem que venha um chico esperto qualquer dizer: “Eu tenho uma app que faz isso!”, ou então: “Olha, se usares esta app isso é mais fácil…” Irra! Deixem-me em paz… Se eu quiser acender uma vela, eu acendo! Não preciso que venha um gajo qualquer, demandado sei lá de onde, com uma app no telemóvel feita de propósito para me dar luz. Olha agora…

Ainda no outro dia, estava eu numa loja de electrodomésticos e precisei de uma fita métrica. O que é que fiz? (Pasme-se com a minha simplicidade…) Dirigi-me à funcionária e perguntei: “Olhe, desculpe, tem uma fita métrica que me empreste?” E sabem o que é que a tipa me reponde? Sabem?! “Ahh! Não tenho… Mas se você tiver um smartphone eu sei o nome de uma app fantástica que faz de fita métrica.” Bem… Fiquei ‘piurso’! Estava capaz de lhe dizer: “Ai sim?! Ai sabe? Então agora sugerem aos clientes que usem apps quando não os conseguem ajudar? E diga-me lá, também sugere apps ao seu namorado quando não lhe apetece fazer o amor? E ele, também lhe sugere alguma app quando você não consegue atingir o orgasmo?AH! Bom… Pensei…”

(Estava bruto nesse dia, eu sei. Foi depois do Benfica ter perdido a Liga Europa…)

Mas depois pensei cá com os meus botões: “Epá, Gil, não sejas assim. A rapariga estava só a tentar ajudar.” E logo de seguida tive uma epifania: “Hum… Mas uma app desse calibre era capaz de fazer sucesso. Acho que muita gente pagaria para ter uma aplicação que os auxiliasse no campo do amorrr…”. E se num instante pensei, em dois instantes pus em prática…

Que características é que esta app teria de ter?

– GPS! Uma espécie de Ndrive do forro sexual. Uma ferramenta que lhe indicará onde tocar, para onde se virar, a velocidade a que deve ir e o caminho certo para chegar ao tão famoso ponto G!

– Controlador de batimentos! E não me refiro a batimentos cardíacos, meus senhores. É mesmo batimentos das mãos no ‘bumbum’ das senhoras. (SPAH, SPAH!) É certo e sabido que todas as mulheres gostam de uma boa palmada, no momento certo e local indicado. Mas também é certo que se abusarmos da força ou nos empolgarmos demais a brincadeira termina logo ali. Por isso, esta é a ferramenta ideal para si.

– Possibilidade de se tirar fotos e partilhar no Facebook em tempo real! Eu confesso que não sou fã desta prática mas sei que existe muita gente com este tipo de taras, basta ver a nova moda do #aftersexselfie…

– Tradutor! Um tipo nunca sabe quem poderá vir a conhecer. Se por um lado pode ser interessante partilhar a sua intimidade com uma pessoa que não o conhece e não o entende, por outro pode-se tornar extremamente constrangedor ter uma Francesa a pedir beijos no “cou” e acabar por lhe beijar o local errado…

E, para terminar – Reproduzir mp3! Até porque um pouco de música ambiente sabe sempre bem. Quer seja antes, durante, ou depois do ‘fony-fony’…

O problema que se coloca agora é que este tipo de aplicação faz falta no decorrer do acto sexual. E, normalmente, nessa altura os sítios para se guardar o telemóvel não são muitos. Como resolver tamanho problema? Só se… Sim! Isso mesmo. Quem adquirisse esta fantástica app (por apenas €9.99) receberia um género de Armband – daquelas que se usa no braço para correr – mas na versão Assband – uma bolsa com uma alça que poderá enrolar em torno da sua cintura, permitindo assim uma total liberdade de movimentos. E ainda com um pequeno compartimento onde poderá guardar os seus preservativos.

Então e que nome daria eu a este guru do sexo, a esta maravilha do forrobodó, a esta app da luxúria? AH! Já sei! “Appunheta”! Porque, seguramente, um homem que seja cromo o suficiente para utilizar tal coisa na hora do bem-bom tem fortes probabilidades de acabar a noite agarrado ao… Telemóvel. E sem qualquer tipo de companhia feminina… (Estou certo, ou estou errado, meninas?!)

GilOliveiraLogo

Crónica de Gil Oliveira
Graças a Dois
Visite o blog do autor: aqui