Artesão na TV – Porque não? – Fátima Ramos

Hoje não tenho convidado. Podia falar sobre variadissimas formas artesanais, mas resolvi não o fazer.
Opto antes por dissecar um assunto que encontrei na net, que me fez pensar porquê sempre lá e, para quando cá?
Todos os dias disponho de algum tempo, o necessário, para as minhas pesquisas sobre artesanato e o respectivo impacto na sociedade.
Descobri que marcas de linhas e lãs, no Brasil patrocinam artesãos (coats corrente;círculo; linea itália, etc.)
Descobri que as revistas da especialidade, convidam artesãs para publicarem as suas peças (Molde & Cª; Moda Crochê; etc.)
Descobri que programas televisivos (arte brasil; tv-aparecida; mulher.com; etc.) transmitem em directo, cerca de uma hora, aulas e dicas de artesanato, através das quais os telespectadores aprendem a confeccionar passo-a-passo, uma determinada peça, preparada pela artesã convidada.
Descobri que se faz tudo isto, assim como descobri que por cá, não se faz.
Por cá, limitamo-nos a feiras de artesanato (já não é mau…) mas cada vez mais de dificil acesso; limitamo-nos a que alguns programas convidem artesãos, para mostrarem o que andaram a fazer (também não é mau…) alguns mais do que uma vez, (pssst… existem mais,… podem rodar…), outros programas mantiveram durante semanas e semanas, os mesmos artesãos (mais uma vez,…), a explicar a cento e muito à hora, como se faz por exemplo, arranjos de natal, ou como se muda de cor a uma cadeira, é claro que sempre à mesma velocidade, irritante não?!
Pois é, aqui está a diferença, pensei eu.
Por tudo isto, lanço um desafio ás nossas televisões: para além de importarem novelas do Brasil, que tal importarem também estes magnificos exemplos e valorizar os nossos artesãos, concedendo-lhes um período televisivo, por forma a expressarem sua arte, partilhá-la e ensinar quem assiste em directo?
Uhm!… e patrocinios, e blá, blá,… posso assegurar que todos lucrariam, pensem nisto!
Encontramo-nos para a semana. Espero poder trazer outros casos com igual, mais ou menos sucesso. O que importa é ler e ouvir “A Voz do Artesão”.

Crónica de Fátima Ramos
A voz do artesão