Artistas que nunca ganharam um Grammy

Nesta edição, e porque estamos em Fevereiro mês de entrega dos grammys, apresentamos uma lista de artistas que nunca ganharam ou nunca foram sequer nomeados para tal galardão. Mas antes disso, concluiremos o nosso alfabeto musical (músicas que podem mudar a sua vida)

(The) Swell Season – “Falling Slowly”, projecto musical que junta Glen Hansard (cantor e compositor irlandês) e Markéta Irglová (cantora e pianista checa). Juntaram-se para comporem a banda sonora e interpretarem o maravilhoso filme de 2007, “Once”. Esta música, absolutamente extraordinária, acabou por ganhar, contra todas as expectativas, o Óscar de “Melhor Canção Original”.

https://www.youtube.com/watch?v=VhN5zX4U7oA

(The) Temper Trap – “Love Lost”, rock alternativo australiano, são a prova viva que a música alternativa pode chegar às grandes massas, um disco de estreia explosivo (2009), onde saíram sucessos como “Sweet Disposition” e esta estupenda “Love Lost”, uma grande música sobre amor, neste caso amor perdido, a música seria muito mais pobre sem este sentimento e sem as desilusões amorosas.

https://www.youtube.com/watch?v=yMuuc_pqx2s

Unknown Mortal Orchestra – “So Good At Being In Trouble”, indie rock americano/neozelandês, ao segundo álbum atingiram o sucesso merecido, o álbum “II”, foi aclamado pelo público e pela crítica, preparam-se para voltar aos discos este ano. Entretanto incluímos neste alfabeto mais uma música sobre o inevitável amor, neste caso apresenta uma mulher que era: “So Good At Being In Trouble, So Bad Being In Love”.

https://www.youtube.com/watch?v=PERf5un2nC0

Villagers – “Becoming a Jackal”, banda folk irlandesa, apesar do sucesso alcançado com os seus dois álbuns editados até à data e de terem sido nomeados por ambos para o prestigiado Mercury Prize, continuam a ser, para muitos, um dos segredos mais bem guardados. Para todos os apreciadores de boa música, torna-se indispensável familiarizarem-se com esta banda, Villagers.

https://www.youtube.com/watch?v=hg0UsO5SFb8

Wakey!Wakey! – “Light Outside”, pop alternativo proveniente dos Estados Unidos da América, iniciaram a sua carreira em 2007, e desde então já editaram diversos álbuns, donde se extraíram algumas belíssimas canções, inevitavelmente destacamos “Light Outside”, que fala sobre amizade/amor e começa assim: “I know you wanna stay in bed, but it’s light outside, it’s light outside, so know i’m gonna stay right here, you saved my life once, you saved my life. And i try, will try, to get you up, cause it’s beautiful outside, and we’ll fall, but we’ll try…”

https://www.youtube.com/watch?v=okAQ-aRTBAY

(The) XX – “Fiction”, já não há quem não conheça os The XX, banda indie inglesa que surgiu em 2009 com álbum homónimo e foram uma autêntica “pedrada no charco”, revolucionaram e criaram um impacto único na música, como há muito já não se via, arrecadando logo o Mercury Prize, para melhor álbum do ano. Em 2012, editaram “Coexist”, superando com distinção a difícil tarefa do segundo disco.

https://www.youtube.com/watch?v=GxYN8-HvL44

Yuksek – “On a Train”, músico, produtor e DJ francês de seu nome Pierre-Alexandre Busson, apresentamos aqui uma bela música de dança, que tem uma curiosa história subjacente. No início de 2011, surgiu um vídeo no Youtube, sob o pseudónimo Mega Mystery Band, e o reboliço foi criado, o próprio vídeo era enigmático, muitas opiniões surgiram, muitos tentaram adivinhar de quem se traria, quem seria afinal essa banda surpresa? Mais tarde nesse mesmo ano Yuksek revelou que a música era sua e explicou que apenas tinha criado esse enigma para saber como as pessoas reagiriam à música por si só sem saberem quem eram os autores.

https://www.youtube.com/watch?v=2ZHLMmZB-HQ

Zola Jesus – “Night”, nome artístico de Nika Roza Danilova, americana com raízes russas, acredito que já não há justificação para desconhecermos o seu trabalho artístico, que se assume como um dos mais intensos da música actual. O seu estilo musical mistura electrónica, industrial, clássica, com nuances góticas, que atribuem à sua sonoridade um ambiente negro e taciturno. Editou até à data cinco álbuns de estúdio recheado de grandes músicas, esta “Night” é apenas um dos exemplos.

https://www.youtube.com/watch?v=ah8QWamNXWk

Concluído que está o alfabeto musical que iniciamos há umas edições atrás, e em mês de entrega dos Grammys, para muitos os mais importantes prémios musicais (não para mim), apresentamos uma lista de alguns grandes nomes da indústria musical que nunca venceram um Grammy e outros que nem sequer foram alguma vez nomeados:

Bjork, nomeada 13 vezes, nunca conquistou o galardão, no entanto prémios não lhe faltam, entre eles destaque para a eleição de “Melhor Actriz” no Festival de Cannes em 2002, com “Dancer in the Dark”

Depeche Mode, nomeados 5 vezes, uma das mais importantes bandas de rock electrónico do mundo, ingleses com um sucesso planetário, já venderam mais de 110 milhões de discos, mas nunca receberam um Grammy.

Queens Of The Stone Age, 6 nomeações e 0 galardões, banda de rock, mas rock a sério puro e duro como já raramente se faz hoje em dia, as últimas nomeações aconteceram o ano passado, com o fantástico álbum “…Like Clockwork”, nomeado para “Melhor Álbum Rock” e com a explosiva canção “My God Is The Sun”, nomeada para “Melhor Performance Rock”.

Patti Smith, conta com 2 nomeações, em 1998 e 2001, ambas na mesma categoria, “Melhor Performance Rock” Vocal, mas das duas vezes saiu de “mãos a abanar”.

Morrissey, o ex-líder dos Smiths, conta com 1 nomeação a solo para “Melhor Álbum Alternativo” em 1992, no entanto nem a solo, nem os seus The Smiths, conseguiu arrecadar o Grammy.

Iggy Pop, 1 única nomeação, em 1989, é uma das maiores lendas do rock mundial, com uma longevidade impressionante, autor de alguns do maiores hinos da música, tais como: “The Passenger”, “I Wanna Be Your Dog”, “Search And Destroy” e “Real Wild Child”

PJ Harvey, 6 nomeações, entre elas 3 para “Melhor Álbum Alternativo”, 1 para “Melhor Álbum Rock” e 2 para “Melhor Performance Rock Feminina”, e continua sem conquistar o galardão, no entanto isso não a tem impedido de continuar a sua brilhante carreira, pode também contentar-se com o facto de ser a única artista a ter conquistado por duas vezes o Mercury Prize.

The Strokes, nenhuma nomeação, para aquela que é considerada a banda que modificou a música dos anos 2000, o seu álbum e estreia “Is This It”, trouxe o revivalismo do rock, e abriu portas para toda uma nova vaga de Indie Rock com que fomos invadidos desde então. “Is This It”, foi por exemplo classificado para a importante revista NME, como o quinto melhor álbum de todos os tempos.

Velvet Underground, nenhuma nomeação, considerada por muitos uma das bandas mais influentes da história da música e do rock em concreto. Liderados pelo grande Lou Reed, estiverem no activo de 1964 a 1973, e apesar do pouco impacto comercial que tiveram, o seu legado é muito maior que as vendas que alcançaram por exemplo Brian Eno afirmou um dia que se o álbum de estreia “The Velvet Underground & Nico” (famosa capa da banana, desenhada por Andy Warhol, que também se assume como um dos produtores do álbum) vendeu 30000 cópias apenas, todas as pessoas que adquiriram o álbum, tinham formado uma banda.

Voltamos no próximo mês, até lá não se esqueçam de ouvir boa música.

Artigo de Nuno Pitt