As 10 Motas Mais Rápidas do Planeta

Seja bem vindo caro leitor a mais uma crónica singular.

Este mês venho falar sobre um tema que marca um dos meus traços de personalidade. Venho falar de algo único, que faz o homem voar e sonhar. É algo que tem tanto de encantador como de perigoso: as duas rodas. As motas são das invenções que mais opiniões dividem nas pessoas. Por um lado temos as pessoas que vêm a mota como um “caixão ambulante”, ou seja quem conduz tal perfeição é um “doido varrido”. Por outro lado, e este é o lado em que me encontro, existem aquele tipo de pessoas que são apaixonadas pela velocidade, pela possibilidade de beijar a morte sem pensar no que pode acontecer. Amam, sobretudo, a possibilidade de ir além dos limites, saboreando cada segundo.

Posto isto venho apresentar as dez motas mais rápidas do planeta. Devo chamar à atenção que são motas que não são para qualquer um. Primeiro que tudo são motas caras. Depois são motas que apenas se destinam aqueles que são detentores de um bom “kit d’unhas”.

10ª Posição: Kawasaki Ninja ZX-14R – 299km/h

A ZX-14R (ou também denominada de ZZR1400) é uma das motas mais rápidas da marca japonesa. Foi inicialmente exibida em 2005 na exposição de Tóquio, e apenas no ano seguinte seria comercializada, substituindo assim a ZX-12R. Foi especialmente desenhada para concorrer contra a sua principal rival: a famosa Suzuki Hayabusa. Possui uma aceleração dos 0-100km/h de “apenas” 2,5 segundos, tendo sido eletrónicamente limitada aos famosos 299km/h. Nem consigo imaginar do que seria deste monstro se não tivesse limitado…Uma coisa é certa: seria uma viagem única e excitante.

Em 2008 houve uma segunda revisão na moto. Essa actualização consistia num incremento de potência, controlo de tração, um novo sistema de gestão de ignição, assim como melhorias estéticas e internas ao nível do chassis e da suspensão. O motor recebeu umas cabeças de cilindro novas com maior duração. A marca reduziu no peso dos pistões e introduziu um filtro de ar menos restritivo. No final de todas as alterações, a Kawasaki inseriu a versão R! É um investimento que vale a pena. Apesar de a sua concorrente directa ter tanta fama, a ZX-14R é excelente em todos os aspectos!

9ª Posição: Aprilia RSV4 – 299,98km/h

Foi um marcar de uma geração, quer pelas razões mecânicas, sendo a primeira mota da marca com um motor de 4 cilindros, quer pelas razões desportivas. Com 996.6 cm3 e 180cv, projectado para corridas de superbike, a menina dos olhos de ouro da marca italiana consegue mexer com os sentimentos mais profundos de qualquer ser humano. Para que a Aprilia conseguisse inscrever no Campeonato do Mundo de Superbike ela teve que criar uma mota com um ADN extremamente competitivo, sendo a RSV4 o resultado de um programa de desenvolvimento especialmente desenhado para atingir um “simples” fim: vencer! A versão R foi considerada como a “Moto do Ano” de 2010, por parte de leitores de motociclismo e, ainda hoje, deixou um importante legado na industria do motociclismo. Legado esse marcado pela vitória da Aprilia no Campeonato do Mundo de Superbike de 2010, 2012 e 2014.

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8ª Posição: Honda CBR-1100 XX Blackbird – 303km/h

Lançada em 1996, a CBR-1100 XX Blackbird foi o resultado do desenvolvimento de várias tecnologias da marca nipónica. Com um desenho agressivo, mas ao mesmo tempo acolhedor e elegante, a CBR 1100 tornou-se uma das motas mais desejadas do seu tempo. Houve 3 gerações mas o mais importante e essencial sofreu poucas alterações: o potente motor. A Honda projectou este “brinquedo” com a finalidade de satisfazer aqueles que desejavam uma mota para prestações exemplares e com um ADN próprio. Na segunda geração, a Honda fez o maior update possível, alterando algumas das componentes principais ajudando a manter o estatuto que até então tinha conquistado. Em vez de romper as barreiras da velocidade à custa de potência pura e dura, a Honda optou pelo caminho mais difícil: melhorar a componente aerodinâmica, diminuindo assim a resistência ao ar. Até ao lançamento da Hayabusa, a Blackbird foi considerada como a mota mais rápida do mundo!

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7ª Posição: BMW S1000RR -306km/h

A S1000RR foi desenhada inicialmente para competir no Campeonato do Mundo de Superbike (2009). Equipada com um motor de 999cm3, capaz de produzir 179cv de potência, esta menina consegue derreter qualquer coração de pedra e levar à loucura qualquer motociclista. Com um desenho irreverente, a S1000RR marcou, também, uma geração. Participou nos principais palcos do motociclismo: Superbike, MotoGP e Ilha de Man, triunfando apenas nesta última classe. Apesar da falta de competitividade (a longo prazo) a BMW lançou para o mercado uma excelente mota. Com a ideia inicial de produzir apenas 1000 unidades, a marca sediada em Munique rapidamente percebeu que a mota tinha elevado potencial e começou assim a produzir a S1000RR livremente. Oficialmente a marca anuncia um topspeed de 306km/h, apesar de haver alguns vídeos na internet a mostrar que é possível atingir os 320km/h nesta beleza.

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6ª Posição: MV Agusta F4 1000R – 310,6km/h

A F4 1000R foi a obra prima que voltou a deixar a MV Agusta no centro dos holofotes. O designer foi o mesmo que desenhou a Ducati 916 e só por isso mesmo a F4 tem tudo para vencer. Uma das imagens de marca desta mota é o desenho do escape, assim como o seu jogo de cores, que chama a atenção de qualquer mortal. O desenvolvimento do motor teve o apoio da Ferrari. Existem várias versões, mas todas elas são uma peça de arte. Existe, também, uma versão Ayrton Senna que assenta na alteração do esquema de cores, assim como pormenores estéticos. De qualquer das formas qualquer que seja a versão adquirida, temos a certeza que compramos uma mota que vai provocar altos picos de adrenalina.

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5ª Posição: Suzuki Hayabusa – 312km/h

Também conhecida como GSX1300R, a Hayabusa é a mota querida do público. Por alguma razão é a mota que é alvo das mais diversas personalizações. Possui um motor 1340cc de 4 cilindros, a 4 tempos e foi considerada a mota mais rápida da sua época. O nome Hayabusa é a tradução chinesa para Falcão Peregrino – um pássaro capaz de bater os 320km/h. Em 2008 tudo muda, pois é o ano em que a concorrência aumenta consideravelmente, com o aparecimento de outras marcas e de outras gamas (por ex: a Ninja na Kawasaki) a ganhar peso. O aumento de concorrência fez com que a Suzuki melhorasse a sua GSX1300R. Assim sendo a marca decidiu aumentar a cilindrada do motor (para uns incríveis 13400cc), binário e potência. A carnagem também foi alvo de alterações com a finalidade de melhorar a aerodinâmica e a estabilidade a altas velocidades.

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4ª Posição: MV Agusta F4 RR – 312km/h

As MV Agusta F4 RR consiste no desenvolvimento que a marca italiana foi fazendo desde o inicio da F4. A versão RR é a mais potente, apesar de não ser aquela com maior binário, e a mais pesada. No entanto é a versão ultimate; é a demonstração do máximo que a MV Agusta pode fazer até então. Tem tudo para ser a mota dos sonhos de qualquer homem apaixonado por velocidade. Apesar de ser uma marca que não compete nos principais palcos do motociclismo, a MV Agusta já mostrou que consegue competir com os melhores. A MV está para o motociclismo, como a Pagani para o automobilismo: ambas são capazes de produzir as melhores motas/carros com um desempenho igual (ou até mesmo melhor) que os motas/carros das principiais marcas que estão no mundo desportivo. É uma marca com história, credibilidade e qualidade nos seus produtos. Tudo o que é preciso para conseguir vender uma peça de arte de extremo valor.

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3ª Posição: Ducati 1299 Panigale R – 325km/h

A Panigale foi apresentada no ano de 2014 e começou a ser produzida no ano seguinte, sendo esta a sucessora da 1199. Apesar da evolução entre as duas motas, alguns aspectos manteram-se inalterados, como por exemplo a diferença entre os eixos. Esta nova mota está equipada com os mais recentes avanços tecnológicos da marca de Bolonha. Devido ao Campeonato do Mundo de Superbike, a Ducati manteve a mesma cilindrada de 1.198cc, melhorando assim outros aspectos do próprio motor. A Panigale R vem equipada com suspensão Ohlins. Nesta versão a diferença entre os eixos aumenta 5mm, fruto de alterações na geometria da direcção. É um brinquedo leve – 166,5 kg sem adição de qualquer tipo de combustível – que é capaz de tirar horas de sono às vossas parceiras!

2ª Posição: Lightning LS 218 E – 350km/h

Aqui está a maior surpresa até então. A Lightning LS 218 E é única de toda a sua concorrência e isso deve-se apenas a um pormenor bastante “simples”: possui um motor eléctrico. Com uma velocidade máxima de 350km/h, a LS 218 E é a moto eléctrica mais rápida do mundo. Construída sobre um chassis de fibra de carbono, o seu motor desenvolve uns impressionantes 204cv e um binário de 228 Nm. Esta inovação tecnológica atinge os 100km/h em apenas 3 segundos, tendo a transmissão apenas uma velocidade. Vem equipada com Ohlins e travões Brembo, o que por si só já diz algo sobre a qualidade que acarreta. A empresa possibilita que o piloto escolha uma das três configurações da bateria. Cada configuração consiste em características próprias, para situações próprias. No que toca a recargas, a LS 218 E pode demorar 30 a 120 minutos.

1ª Posição: Kawasaki Ninja H2R – (pelo menos) 357 km/h

Aqui está a grande vencedora! Para quem está dentro do que as marcas têm apresentado recentemente, este primeiro lugar não traz grande surpresa. A Kawasaki rebentou com toda a concorrência, com o lançamento da H2 e, principalmente, da H2R. Se a H2 (que é a primeira moto de produção em série que utiliza um compressor) já é um sonho, então o que será a H2R? É o paraíso…só que com “apenas” 310cv criando uma autêntica “sinfonia infernal”. Foi desenhada para ser eficaz, suave e brutal ao mesmo tempo! À porta fechada, o sonho de qualquer motociclista, já deu 370 km/h mas há quem diga que é possível atingir os 400/420 km/h. Ainda assim a marca dos 357km/h é aquela que foi oficializada no circuito de Paul Richard. Para aguentar tamanha brutalidade a moto possui todas as ajudas electrónicas possíveis, que por vezes não são suficientes. Em termos de aerodinâmica todo o pormenor foi pensado para o mesmo fim: manter os dois pneus no chão. Independentemente de tudo, esta é a “menina” é capaz de acelerar o nosso coração a níveis de adrenalina nunca antes vistos.

No entanto a velocidade máxima é apenas um indicador daquilo que a mota é capaz de fazer. Existe muito mais para além disso. Existe o conforto, o binário, o som do próprio motor, o fim para que serve e muito mais. Conduzir uma mota não é arrancar e dar o máximo em apenas meros segundos. É sim, aproveitar a viagem e saborear cada curva como se algo doce se tratasse. Andar de mota, também, é voar baixo com aquela tranquilidade que poucas coisas na vida são capazes de oferecer. É um mix de sentimentos que estão instantaneamente disponíveis em função do livre arbítrio de cada um.

Posto isto só me resta desejar os melhores arranques ao caro Leitor.
Voltarei no próximo mês com mais novidades…mas até lá não deixe o seu motor ir abaixo!