As 20 Bandas Sonoras Para Ouvir Antes de Morrer

O que seria um filme sem uma boa banda sonora? Algo que nos faz sonhar, que nos prende ao ecrã e a pouco e pouco cria a ambiência necessária para uma experiência completa? Podemos dizer que é um elemento básico e fundamental em todo o cinema moderno, e muitos são os compositores e músicos que deixam a sua pegada no mundo do cinema. Há umas semanas, Vasco Wilton brindou-nos com uma lista de canções de vários artistas que fizeram parte da banda sonora dos mais diversos sucessos do cinema. Mais recentemente viajou à nossa infância com uma lista que recorda as canções de filmes de animação.

A escolha que proponho e apresento hoje é diferente, pois debruça-se sobre a parte mais instrumental do cinema, as composições que nos acompanham na aventura, aquela sinfonia que toca de fundo numa cena e faz toda a diferença, aquele tema principal, aquela fanfarra heróica ou musica que marca o vilão. O objectivo não é isolar temas, mas sim apresentar bandas sonoras que na sua totalidade deixam uma marca na audiência. A qualidade do filme será indiferente, pois já grande compositores trabalharam em composições de filmes medianos. Também a complexidade da composição tem pouca importância, pois este artigo procura encontrar o lado emocional ou épico das bandas sonoras, ignorando a parte técnica e complexa das longas pautas, de modo a favorecer aquelas peças musicais, que foram certamente bem executadas musicalmente por compositores e músicos famosos, e que causam arrepios, lágrimas e outro misto de emoções. Algumas são vencedoras de óscares, outras nunca ouviu falar, e muitas faltarão adicionar segundo o leitor, pois a música embora universal recusa-se a tocar no coração de toda a gente. Esta espécie de lista é apenas o reflexo de uma opinião! O que interessa é ouvir, sentir e tirar as suas conclusões!

20. 2001: Odisseia no Espaço (1968) – Vários

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Uma das obras-primas de Kubrick tem uma banda sonora à altura, mas de certo modo não passa de uma compilação de composições de Richard Strauss e György Ligeti. Num filme de sci-fi desta envergadura serve como demonstração do legado da nossa Humanidade, que parte rumo ao desconhecido.

Num filme com grande ênfase em pormenores paisagísticos, a musica clássica adequa-se na perfeição, com a já lendária peça Also sprach Zarathustra, que serve como opening triunfante e final apoteótico. Podemos destacar ainda a peça atmosférica Lux Aeterna, ou The Blue Danube. Nada é ao acaso, mas também nada é original. Vale pela utilização de mestre de cada uma das composições e pela popularização de muitas dela que são agora parte garantida da nossa cultura popular.

19. Batman Regressa (1992) – Danny Elfman

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Se o Batman idealizado por Tim Burton revolucionou o super-herói, Danny Elfman captou muito da essência dessa nova reencarnação de Bruce Wayne. A banda sonora de Batman (1989) já tinha os seus pontos fortes mas debruçou-se demasiado em variações do tema principal. A banda sonora da sua sequela acaba por ser mais trabalhada e acompanha a evolução na narrativa para um dos filmes mais obscuros alguma vez criados para um super-herói.

Destacam-se Birth of a Penguin e o Opening Theme, as incríveis peças que acompanham o inicio do filme e que devagar se vai transformando no tema que todos conhecemos. Também The Final Confrontation   e The Finale são dignas de nota. E para ter um apanhado geral da banda sonora, nada melhor que os End Credits.

18. O Patriota (2001) – John Williams

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John Williams é um mestre, com várias bandas sonoras nomeadas e vencedoras de óscar. Por isso mesmo, é de certo modo presença assídua em listas desta natureza. Embora no meio de tantos sucessos e temas icónicos (que estão certamente presentes mais à frente) a banda sonora de O Patriota mostra uma habilidade inconfundível a e adaptabilidade a um drama histórico, onde a própria personagem principal tem um passado sombrio.

Se o tema principal e Susan Speaks apelam ao lado mais emotivo da audiência, surge também por vezes uma espécie de alegre parada militar bem ao jeito da Guerra da Independência Americana. No entanto, a banda sonora, tal como o filme, cai para temas sombrios como The First Ambush and Remembering the Wilderness, que marca também uma mudança no protagonista para uma maquina de guerra sem escrúpulos e com sede de vingança, ou as acções do vilão sem escrúpulos em The Parish Church Aflame. Nada composto por John Williams é feito por acaso e O Patriota, entre tantos outros, é prova disso!

17. Dune (1984) – Toto e Brian Eno

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Um filme odiado por muitos, inclusive o seu realizador David Lynch, e adorado por outros tantos, ao ponto de se transformar num cult classic, Dune continua a ser a derradeira representação do mundo de Frank Herbert, e embora tenha acertado em quase tudo, falhou a trazer a história do livro em grande esplendor. Um mau e reduzido corte afastou a audiência, mas para quem sabe onde procurar, pode encontrar a Extended Version, que melhora o filme consideravelmente.

Apesar da polémica sobre a qualidade do filme, a banda sonora acaba por não ser alvo de uma analise cuidada. E se aqueles que trouxeram Africa pareciam incapazes de dar corpo a um filme de ficção cientifica, todos fomos enganados. O tema principal é uma epifania de sci-fi, e temas como Letho’s Theme e Paul Meets Chani dão a ambiência ao filme de forma estrondosa. Brian Eno contribui apenas com uma composição, a de Prophecy um dos mais temas mais atmosféricos de todos os tempos.

16. Excalibur (1984) – Trevor Jones

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Um filme com criticas de um certo agridoce, Excalibur é a tentativa de John Boorman de criar uma historia coesa sobre a lenda arturiana, depois de se ter apercebido que a sua adaptação de O Senhor dos Anéis ia correr mal.  A sua banda sonora que acaba por ser uma mistura entre velho e novo, com a utilização de mestre de Trevor Jones de peças de Wagner, de forma a criar a ambiência medieval, e ao mesmo tempo intemporal da historia do Rei Artur.

Se a opening utiliza partes de Siegfried’s Funeral March de Wagner, Trevor Jones brinda-nos ainda com o seu talento com originais como Igrayne’s Dance  e The Wedding. Mas uma das melhores peças é a já lendária O Fortuna de Carl Orff. O filme contribuiu de certa forma para a popularização desta peça de composição do século XIII.

15. Regresso ao Futuro (1985) – Alan Silvestri

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O que seria de um filme sobre viagens no tempo se a sua banda sonora não se tivesse tornada intemporal. O filme de Robert Zemeckis, Regresso ao Futuro pode ter o seu pé nos 80, mas a sua composição continua tão actual como há 30 anos, sendo mais consistente do que a existência de autoestradas aéreas e hoverboards em 2015.

Se o tema principal não lhe diz nada, talvez ’85 Twin Pines Mall ou então Doc Returns seguida dos End Credits, lhe dê um apanhado de toda a soundtrack. Se está numa de 80’s pop pode ainda lembrar-se do êxito que se popularizou com o filme, Power of Love dos Huey Lewis and the News e que é usada num trecho do filme.

14. Blade Runner: Perigo Iminente (1982) – Vangelis

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Ridley Scott é um visionário, mas em termos de montar os seus próprios filmes deixa muito a desejar. Blade Runner é um desses casos, embora considerado agora um dos melhores filmes de sempre! A sua banda sonora é ,no entanto, ainda mais notável pois originou todo uma serie de palavreado associado à sua composição. Vangelis é um mestre na criação da ambiência necessária para este filme futurista e noir. O resultado originou quase um estilo especifico, que alguns programas de edição de som chamam de Blade Runner blues. O principal responsável por esta atribuição é exactamente Blade Runner Blues.

O tema principal tem tanto de atmosférico como de arrebatador, e Tears in the Rain, que acompanha um dos melhores discursos finais de uma personagem de sempre, eleva completamente esta banda sonora para outro nível.

13. Titanic (1997) – James Horner

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É verdade, já ouvimos involuntariamente My Heart Will Go On tanta vez que parte de nós só queria que Céline Dion estivesse realmente no Titanic, mas o que é um facto, é que se retirarmos essa musica da equação e analisarmos o resto das composições, o falecido James Horner faz um trabalho de excelência.

Se o inicio nórdico/marítimo Never An Absolution não causa arrepios, talvez queira ouvir Leaving Port ou Hymn to the Sea. Depois de tantos anos a pensar que um filme de quase quatro horas tinha como banda sonora a musica de Céline Dion em loop, é bom recordar que há música suficiente para inundar um navio, note-se que no bom sentido!

 12. O Corcunda de Notre-Dame (1996) – Alan Menken

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Em 1996, a Disney resolveu apostar numa aposta ousada. E o que é facto é que tantos anos de depois nos apercebemos que a infância dos anos 90 não foi como qualquer outra. Há tanto de adulto e subliminar em O Corcunda de Notre-Dame que hoje não tinha passado como filme para crianças. Há todo um sexual innuendo nas intenções de Frollo que passa as barreiras do que é aceitável. Em tenra idade ninguém percebe, e talvez seja a grande magia do filme, a própria idade molda  o que vemos.

E se o filme é obscuro a banda sonora segue o mesmo padrão de forma arrebatadora. Se a opening The Bells of Notre-Dame não lhe toca o sino talvez Out There e God Help the Outcasts, inspire as suas emoções. Mas não se esqueça da musica mais adulta alguma vez criada para um filme para crianças, Hellfire.

11. Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban (2004) – John Williams

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É provavelmente o melhor filme da saga Harry Potter, e o realizador Alfonso Cuarón é um dos grandes responsáveis pelo sucesso. Talvez o óscar de Gravity tenha sido tardio e mal atribuído, quando o realizador já tinha produzido um filme bem melhores dez anos antes. Se todo o universo de Harry Potter levou uma total transformação para temas mais adultos também o compositor residente, John Williams, faz o seu contributo final para a saga com uma banda sonora que se adequa na perfeição à nova ambiência de Cuarón.

Se o melancólico Aunt Marge’s Waltz não o convencer, talvez Hagrid The Professor ou Buckbeak’s Flight. Há algo de medieval nesta banda sonora, que junta clássico e épico como nenhuma outra. E se todos estes temas emocionam, a composição mais icónica é A Window to the Past. John Williams mais uma vez a adaptar-se na perfeição a todos os desafios que lhe são propostos.

10. A Múmia (1999) – Jerry Goldsmith

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A Múmia foi uma espécie de renascer dos filmes que marcaram os 80, especialmente Indiana Jones mas também, A Jóia do Nilo. Com dose de comédia há medida da grande aventura que expressa na tela não podia faltar uma espectacular banda sonora, que vinga pela sua dinâmica épica  que associamos ao Antigo Egipto.

O falecido compositor de Star Trek e Mulan, Jerry Goldsmith, compõe em A Múmia uma das suas ultimas bandas sonoras. E é sem duvida um juntar de anos de experiência numa derradeira experiência musical. O tema principal, Imhotep, introduz todo o mal impresso no vilão da narrativa, já temas como The Caravan assumem uma natureza mais romântica. Camel Race é também uma boa opção, mas são os End Credits que dão uma perspectiva única a toda banda sonora.

9. O Rei Leão (1994) – Hans Zimmers

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Nants ingonyama bagithi Baba, Sithi uhm ingonyama!!!! Acho que por si só esta ultima frase diz tudo, e podemos passar ao próximo! E não, a letra não foi inventada por mim, é realmente o que se ouve no tema de abertura. E se esta peça não for icónica o suficiente, Hans Zimmers tem para oferecer uma banda sonora tão variada e tão baseada na utilização de motivos musicais africanos no geral, que não é descabido dizer que estamos na presença de uma das melhores bandas sonoras de animação da história.

Se a alegre e cantada I Just Can’t Wait to be King ou Hakuna Matata não trouxer os nascidos em finais de 80, e inícios de 90, à terra perigosamente emocionante da nostalgia, então talvez os mais maléficos se lembrem de Be Prepared. Mas se quer algo sem cantorias mas emocionante talvez a musica que acompanhou um momento marcante da nossa infância, To Die For..., ou talvez Remember chame algumas lágrimas, porque temos de nos lembrar de quem somos, e consequentemente da nossa infância!

8. O Último dos Moícanos (1992) – Trevor Jones e Randy Edelman

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Um drama histórico no meio de uma guerra entre ingleses e índios, e com Daniel Day-Lewis no papel principal. O Ultimo dos Moícanos conta com banda sonora de Trevor Jones e Randy Edelman, e busca inspiração nas raízes musicais dos índios norte-americanos, com resultados impressionantes. Se todo o filme tem atenção ao pormenor entre o choque de culturas, a musica assume um ponto central, tocando a audiência com cada alusão temática à tribo norte-americana, que dá nome ao filme.

Promentory é uma junção de musica índia e épica, já The Glade Part 2 é muito mais emotiva, mas não deixa de ter uma conotação tribal. A estes temas podem juntar-se The Courier ou River Walk and Discovery, com uma conotação mais atmosférica e que nos vão aproximando do mundo selvagem que o filme tenta redescobrir.

7. O Lado Selvagem (2007) – Eddie Vedder

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É verdade que esta banda sonora é talvez a menos orquestrada desta lista, mas isso não lhe tira qualquer mérito. A musica do filme é quase totalmente composta do Eddie Vedder, com a ajuda secundária do compositor Michael Brook. Um filme sobre uma historia real de um homem que desafiou os padrões da sociedade e resolveu isolar-se acaba por ter uma banda sonora que reflecte directamente os a luta contra os padrões da civilização, mas também  elementos que remetem para um toque de folk, em comunhão com a natureza.

De No Ceilling, passando por The Wolf e pela espectacular Hard Sun, a banda sonora do filme é quase na totalidade um álbum de Eddie Vedder, o que resulta na perfeição onde outros compositores não teriam chegado. A temática do isolamento, a critica à sociedade e a ode à natureza, fazem esta banda sonora uma das grandes peças de musica moderna. e para grande constatação, um dos melhores álbuns de Eddie Vedder.

6. A Missão (1986) – Ennio Morricone

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Ennio Morricone é um génio, e ofereceu-nos bandas sonoras estrondosas que ultrapassam várias eras do cinema. Embora parte integrante de clássicos como O Bom, o Mau, e o Vilão (1966), Era uma Vez na América (1984) e Cinema Paraíso (1988), é com A Missão (1986) que aparece nesta lista. O filme tem também uma particularidade curiosa que se afasta um pouco da musica. Os vilões desta historia são os portugueses, o que de certa forma torna o filme intrigante e muito mais interessante.

Mas falando da banda sonora, há muito para destacar! Se On Earth as it is in Heaven é uma excelente opening, então Brothers, Vita Nostra e Gabriel’s Oboe tornam a composição numa das bandas sonoras mais impressionantes de todos os tempos, que foi inclusive nomeada para óscar. Num filme onde há tanto de bonito como de obscuro, a banda sonora de Morricone destaca-se também por juntar o clássico ao lado mais exótico da selva americana, onde o choque entre culturas e dentro de uma só religião toma lugar central.

 5. Braveheart (1995) – James Horner

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James Horner já apareceu nesta lista com Titanic, mas se podemos identificar outra das suas grandes composições seria Braveheart (1995), um filme épico baseado em factos reais e inspirado na vida de William Wallace, herói escocês do século XIV. Se Titanic tinha introduzido alguns temas nórdicos e marítimos, esta banda sonora encontra nos primeiros a sua principal inspiração.

Se o tema principal não deixa duvidas sobre a mestria de James Horner, o resto da banda sonora é uma autêntica viagem emocionante pela vida do protagonista e pela Escócia. The Secret Wedding é o tema mais emotivo do filme, mas outros como The Battle of Stirling evidenciam os momentos de batalha entre os bravos escoceses e os ingleses. Nada melhor do que os End Credits para perceber definitivamente a mestria do falecido compositor.

4. Lawrence da Arábia (1962) – Maurice Jarre

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Não há muitos filmes como Lawrence of Arabia, é uma das obras-primas do cinema numa era perdida onde o inicio de muitos filmes se apresentava na escuridão de forma a que a audiência pudesse usufruir de 2 ou 3 minutos onde só havia duas coisas, um ecrã preto e a banda sonora. Neste silêncio surge Overture, o opening que dá a conhecer partes de toda a banda sonora à audiência, e inicia o processo de imaginação para descobrir o que está para além de tão intrigante falta de imagem.

Num filme sobre o deserto, o exótico e a guerra, Maurice Jarre não perde o fôlego. Estamos na presença de um épico, na tela e na musica. Do resto da banda sonora pode destacar-se On to Akaba/ Beach at Night, The Voices of the Guns e o misterioso Sinai Desert. Uma obra-prima musical que completa a narrativa de forma surpreendente. 

3. Star Wars V: O Império Contra-Ataca (1980) – John Williams

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Se o tema principal não lhe diz nada talvez tenha estado os últimos 40 anos em Dagobah, tal como Yoda. Mas se chegou agora, fique a saber que qualquer uma das bandas sonoras de Star Wars, compostas por John Williams, podiam estar nesta lista. Destaca-se, no entanto, a de The Empire Strikes Back, pois é aquela que numa galáxia muito distante nos trás os temas mais icónicos da saga.  

Esta é a banda sonora que trás ao mundo Imperial’s March (Darth Vader’s Theme), o tema do vilão mais icónico do cinema, Darth Vader. É também a banda sonora do tema romântico de Han Solo and the Princess, da desenfreada The Asteroid Field, da misteriosa Yoda’s Theme e da intrigante Lando’s Palace. Se Star Wars parece ter ganho espaço na nossa alma, inclusive musicalmente, podemos agradecer a esta banda sonora e a John Williams.

2. Gladiador (2000) – Hans Zimmers e Lisa Gerrard

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Outro épico de Ridley Scott com musica à altura! Para alguns é uma das melhores bandas sonoras alguma vez compostas. Se a glória da Roma Antiga pudesse ser executada apenas pelo som, é muito provável que o esforço conjunto entre Hans Zimmers e Lisa Gerrard estivesse em primeiro plano.

A banda sonora parece dividir-se em dois planos, um que glorifica Roma, e outra dedicada à parte menos física, relacionada com uma dimensão mais éterea e espiritual. Progeny toca essa dimensão, já a terrena The Battle avança para uma cavalgada que faz lembrar a certo ponto outro do êxitos de Zimmers, Piratas das CaraíbasThe Emperor is Dead é mais uma vez um tema que toca o espiritual, mas é a musica final que parece ter ficado na memória de muitos, Now We are Free, sendo utilizado até quase à exaustão noutros media.

1. O Senhor dos Anéis: A Irmandade do Anel (2001) – Howard Shore

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O primeiro lugar desta lista pode parecer surpreendente, mas deixe-me dizer-lhe que poucos filmes podem orgulhar-se de ter a banda sonora de A Irmandade do Anel. Embora todo o trabalho de Howard Shore em O Senhor dos Anéis seja notável, as bandas sonoras de As Duas Torres (2002) e O Regresso do Rei (2003) não parecem tão grandiosas quando comparadas com o do primeiro capitulo.

Se o prólogo é acompanhado por Prophecy, que ilustra bem a mestria de Shore, o resto da banda sonora é uma ode ao épico e não tem qualquer ponto fraco. Tudo demonstra detalhe e perfeccionismo em ilustrar as diferentes culturas da Terra-Média e a diferença marcante entre bem e o mal, que marca a saga de Tolkien. Se Concerning Hobbits faz com que queiramos viver o Shire, The Ring Goes South apela ao lado mais aventureiro da audiência. The Bridge of Khazad-Dûm dá-nos força para enfrentar as forças das trevas e tornar épica qualquer tarefa trivial do dia a dia,  enquanto que The Great River esmaga-nos pela dimensão épica que acompanha uma das passagens paisagísticas mais belas de todo o filme.  

 

Depois desta lista é claro, concordando ou não com ela, que a musica é uma parte central na Sétima Arte, e que no misto de compositores icónicos e composições lendárias há algo para todos os gostos. Do fantástico ao histórico, do medieval ao sci-fi, as bandas sonoras cinematográficas continuarão a fazer-nos sonhar, e cada uma tocará de forma diferente cada membro da audiência. Se esta lista o fez recordar de algum filme, ou redescobrir todo um universo musical noutro que já conhecia mas que lhe tinha passado ao lado, então podemos dizer que o intuito desta lista foi certamente alcançado. Se nunca prestou atenção a uma banda sonora, aconselho-o a treinar esse ouvido para a detectar nos seus filmes de eleição, pois é todo um universo para descobrir e explorar.