Basta! Coimbra também é Portugal!

Basta! Coimbra e a região centro também é Portugal!

Não podemos controlar a natureza, é certo. Mas podemos evitar os estragos que a natureza pode criar em pessoas e bens, em especial porque a causa desses estragos é, em parte, pela interferência humana.

Como escrevi noutra crónica, construir em leito de cheia é culpa de quem constrói e de quem deixa construir. Mas não desassorear  os rios Mondego e Ceira e não controlar as descargas que a EDP faz na Aguieira (sem se preocupar com o prejuízo que vai causar), é culpa das autoridades (em especial a APA, Agência Portuguesa para o Ambiente) e dos sucessivos governos (independentemente da sua cor politica). Já chega de indecisões e inércia. Há que agir já! Não podemos deixar que as cheias com esta quantidade de água se repitam constantemente no baixo Mondego. Cheias vai haver sempre. Mas não podemos permitir que tenham a proporção que tiveram nestes último mês.

Outro assunto que não pode esperar é a linha férrea que liga Coimbra a Serpins (Lousã). Também já antes falei no assunto: Cavaco criou a Metro Mondego mas deixou o projecto na gaveta, assim como todos os outros que lhe seguiram, até que Mário Lino e Sócrates decidiram que era tempo de avançar e criar um metro de superfície como existe no Porto. Mas as obras pararam e agora nem a automotora da CP pode circular porque as linhas foram retiradas. Com o nome “Metro Mondego”, com outro nome ou com a CP a voltar a operar na linha, certo é que Coimbra precisa da linha férrea para Miranda do Corvo e Lousã. Precisamos que o governo nesta altura seja pragmático: as populações dos concelhos mencionados no distrito de Coimbra precisam do comboio a circular naquela linha, temos de resolver já o problema. Mas é para agir já. De estudos, projectos e, acima de tudo, promessas, estão os cidadãos fartos.
O Metro e os comboios urbanos de Lisboa e Porto aproximaram Amadora, Odivelas, Sintra, Cascais, Maia, Matosinhos, Vila do Conde, etc. Coimbra também é Portugal e também quer Miranda do Corvo e Lousã mais perto, através da linha férrea, da capital dos estudantes. Talvez mais tarde se possa prolongar a linha a outras localidades e outros pontos da cidade, mas para já é urgente recuperar a ligação Coimbra – Parque a Serpins.

Crónica de João Cerveira

Este autor escreve em português, logo não adoptou o novo (des)acordo ortográfico de 1990