Benfica – Análise aos 32 Jogadores Emprestados

O final do mês de Dezembro será sempre, em todo o mundo, a época do Natal e da Passagem de Ano. Mas para os fãs de futebol é, acima de tudo, o derradeiro sinal de que o Mercado de Transferências está de regresso. Os seus clubes preferidos voltam a poder comprar, vender ou emprestas jogadores dentro e fora das suas fronteiras. A chegada do mês de Janeiro é, assim, a altura ideal para fazermos um balanço da presente temporada. Nesta minha crónica vou centrar-me nos jogadores emprestados pelo Sport Lisboa e Benfica dentro e fora do nosso país.

Antes de irmos a este extenso rol de jogadores é necessário esclarecer o seguinte: a ordem dos jogadores é complemente aleatória. O objectivo é analisar a prestação individual de cada um e o peso que têm na equipa à qual foram emprestados. Dito isto vamos ao que verdadeiramente interessa!

Sport Lisboa e Benfica – 32 Jogadores Emprestados

Rúben Amorim – Al-Wakrah (Qatar)

Rúben Amorim
Rúben Amorim

Entrou nesta nova época com o pé esquerdo e uma lesão retirou-o dos relvados até meados de Outubro. Regressou em grande, ao marcar um golo decisivo, e rapidamente conquistou a titularidade. Até que, infelizmente, uma nova lesão voltou a enviá-lo para a enfermaria. Tem 537 minutos de jogo em seis partidas, e apenas dois golos marcados. Sem dúvida uma prestação aquém do seu talento. Se conseguir manter a forma física pode, sem dúvida, acabar a época em grande e, quem sabe, provar a Fernando Santos que merece ir ao Europeu 2016.

Kevin Friesenbichler – Áustria de Viena (Áustria)

O avançado de apelido impronunciável, formado no Bayern de Munique, veio rotulado de craque mas, infelizmente, não convenceu os responsáveis encarnados. Neste seu segundo empréstimo (o primeiro foi na época passada, ao Lechia Gdanks, da Polónia) fez, até ao momento, dezanove jogos (num total de 803 minutos) tendo marcado quatro golos. Embora não esteja ao nível do que já mostrou no gigante alemão teve um grande mês de Novembro e ainda tem meia época para provar todo o seu talento a Rui Vitória.

Jhon Murillo – Tondela (Portugal)

O jovem extremo venezuelano chegou a Portugal cheio de sonhos, mas o Benfica entendeu que evoluiria mais, e mais depressa, se o emprestasse a clube nacional. No Tondela já realizou nove partidas, somando 546 minutos e dois golos marcados. Apesar dos seus vinte anos já representou a Selecção A da Venezuela por três vezes (tendo inclusivamente marcado um golo) e ao serviço do Zamora FC realizou duas épocas muito convincentes no seu país natal. Conseguirá Murillo afirmar-se no Tondela? Jhon, olha que o Rui Vitória está atento…

Lolo Plá – Cádiz (III Divisão Espanhola)

Aos vinte e dois anos o ponta-de-lança espanhol está numa fase decisiva para a sua carreira: é a quinta época em que está ligado contratualmente ao Sport Lisboa e Benfica e o segundo empréstimo consecutivo. Ou seja, o sucesso é obrigatório para provar que merece regressar ao Estádio da Luz.

Tem vindo a afirmar-se no Cádiz tendo já 14 jogos, o que perfaz 788 minutos. Apontou até ao momento quatro golos (tantos como em toda a época passada, no Lugo, em vinte e cinco partidas) mas ainda está distante dos dez apontados em 2013/2014 ao serviço do Benfica B, na II Liga Portuguesa.

César – Flamengo (Brasil)

César
César

O zagueiro esteve duas épocas na Luz mas a escassa utilização ditou o seu empréstimo no Verão de 2015. Desde Julho que é titular no Flamengo, tendo realizado uns impressionantes vinte e um jogos (num total de 1781 minutos). Não marcou qualquer golo mas foi uma peça essencial do 12º classificado do Brasileirão. Pode César aspirar a regressar ao Benfica, continuará a representar o “seu” Flamengo ou espera-o um novo empréstimo a outro clube?

Marcos Valente – Desportivo das Aves (II Liga Portuguesa)

Embora tenha começado a sua formação no Futebol Clube do Porto foi ao Penafiel que o Benfica o contratou no decorrer da época 2012/2013. Depois de duas épocas no Benfica B (a segunda das quais com um registo incrível: 38 jogos e 3 golos) foi emprestado ao Desportivo das Aves, também da II Liga Portuguesa.

O central português prossegue a sua afirmação levando já vinte e dois jogos e 2060 minutos de utilização. Embora ainda não se tenha estreado a marcar pode orgulhar-se de ser um dos elementos essenciais da formação comandada por Ulisses Morais.

Marçal – Gaziantepspor (Turquia)

Depois de quatro épocas em grande forma ao serviço do Nacional da Madeira foi contratado pelo Benfica para o sempre complicado lugar de defesa-esquerdo. Não conseguiu ficar no plantel principal mas é, muito provavelmente, dos jogadores que melhor estão a aproveitar o actual empréstimo. Ao todo tem treze jogos na Primeira Liga Turca, qualquer coisa como 1088 minutos de utilização.

Ainda não se estreou a marcar pelo Gaziantepspor mas tem convencido tudo e todos nesta sua primeira passagem pela Turquia. A chegada de Grimaldo, e a possível permanência de Eliseu, retiram-lhe hipóteses de regressar um dia à Luz?

Nelson Oliveira – Nottingham Forest (II Liga Inglesa)

O avançado português está a dar-se muito bem com os ares ingleses. No seu segundo empréstimo consecutivo a clubes ingleses (na época passada representou o Swansea City, completando 11 jogos e marcando apenas 1 golo) caminha rapidamente para a sua melhor época de sempre. Leva dezoito jogos, pouco mais de 1300 minutos, e seis golos marcados estando assim muito perto dos oito tentos ao serviço do Rennes em 2013/2014.

Aos 24 anos de idade Nelson está numa época decisiva: uma boa prestação em terras de Sua Majestade pode carimbar-lhe o passaporte para o Europeu de 2016, em França (e, quem sabe, o regresso ao Benfica).

Dálcio – Belenenses (Portugal)

Embora tenha passado pelo Sporting Clube de Portugal foi no Belenenses que cumpriu a maior parte da sua formação. Em 2014/2015 chegou, surpreendentemente, à equipa principal do emblema da Cruz de Cristo conquistando a atenção dos olheiros do Campeão Nacional.

Feito o negócio o Benfica optou por voltar a emprestar o extremo ao clube lisboeta, contudo esta época tem estado abaixo das expectativas. Realizou apenas oito jogos, o que motivou o regresso ao Seixal para integrar a segunda equipa das águias. Embora passe por uma má fase os seus dezanove anos permitem que continue a sonhar com um futuro brilhante de águia ao peito.

Steven Vitória – Philadelphia Union (EUA)

Steven Vitória
Steven Vitória

Sem espaço no conjunto lisboeta o central luso-canadiano rumou, no início do ano passado, aos Estados Unidos da América para alinhar na liga local, a MLS. Teve altos e baixos, perdeu a titularidade a meio do campeonato, mas recuperou-a antes do fim da temporada. Ao todo completou 18 partidas, superando os 1500 minutos, e marcou um golo. No entanto o empréstimo ao Philadelphia Union terminou em Dezembro, esperando por isso novidades acerca do seu futuro. Sim, porque embora tenha mais um ano e meio de contracto com o Benfica, mas não é expectável que Rui Vitória lhe conceda uma nova oportunidade. Nota também para o facto de o Canadá estar a tentar convencê-lo a representar a Selecção local (sim, porque apenas representou Portugal nas camadas jovens).

Jorge Rojas – Gimnasia (Argentina)

O internacional paraguaio tem visto a sua estreia na primeira equipa do Benfica ser consecutivamente adiada e procura chamar a atenção do treinador benfiquista. Na Argentina destacou-se com a camisola do Gimnasia. Nesta época realizou 46 partidas e embora seja médio fez balançar as redes adversárias por cinco vezes. Depois de um desempenho razoável ao serviço do Benfica B, e da desilusão que foi a passagem pelo Belenenses, esta pode ser a derradeira prova de que merece regressar ao Caixa Futebol Campus.

Nos últimos dias ficámos a saber que rescindiu contracto com o Gimnasia e que o seu novo destino é o Cerro Porteño. Até final da época esse será o seu palco para provar novamente todo o seu talento.

Pelé – Paços de Ferreira (Portugal)

Tem nome de craque brasileiro, mas o seu Cartão do Cidadão prova-nos que é português. Aos 24 anos o médio formado no Belenenses já passou pelo conceituado AC Milan, mas foi num empréstimo ao clube que o viu nascer para o futebol (em 2014/2015) que provou todo o seu talento.

O Benfica adquiriu o seu passe mas…voltou a emprestá-lo. Desta vez o destino foi a Capital do Móvel. Aí tem provado, uma vez mais, todo o seu potencial ao ser um dos esteios do conjunto liderado por Jorge Simão. Conta já com 17 jogos, mais de 1300 minutos, e três golos (estando a apenas quatro golos de igualar a sua época mais concretizadora de sempre).

Candeias – Metz (II Liga Francesa)

Mais um jogador que antes de ser contratado pelo Benfica brilhava no Nacional. Ao longo de três temporadas fez 104 jogos e marcou 16 tentos pelo emblema madeirense, contudo nunca mais se exibiu a esse nível. Em 2014/2015 passou por dois empréstimos (primeiro na Alemanha, ao Nuremberga, depois em Espanha, ao Granada) e em ambos desiludiu. Esta época foi novamente emprestado, desta vez ao Metz da Segunda Divisão Francesa.

Até agora acumula 13 jogos, quase 1000 minutos, e caminha para mais uma época pouco (ou mesmo nada) concretizadora. Refira-se ainda que o aportuguesado Metz está a apenas um ponto da última vaga de acesso ao principal escalão francês.

Kévin Oliveira – Sporting da Covilhã (II Liga Portuguesa)

Depois de cinco épocas no Sport Lisboa e Benfica a jovem esperança cabo-verdiana foi emprestada ao Sporting da Covilhã. E se no início da época foi uma forte aposta de Francisco Chaló, a verdade é que foi perdendo fulgor com o decorrer das jornadas. Mesmo assim acumula 438 minutos em nove jogos tendo inclusivamente marcado um golo. O médio ofensivo, totalmente formado na Luz, ainda está longe das trinta e uma partidas e dos cinco tentos alcançados em 2014/2015, contudo o saldo deste empréstimo é sem dúvida positivo.

Luis Fariña – Rayo Vallecano (Espanha) / Universidad do Chile (Chile)  

Mais um caso onde as exibições nunca fizeram jus ao rótulo colocado pela imprensa. Fariña fez três épocas muito fracas no seu Racing Club, mas bastou uma época em bom plano (obteve 29 jogos e 4 golos, nada mau para um médio ofensivo) para dar o salto para a Europa. O Benfica ganhou o concurso pelo jovem argentino mas rapidamente se desfez dele. Em 2013/2014 foi cedido ao Baniyas, dos Emirados Árabes Unidos, onde apesar do baixo ritmo competitivo se conseguiu afirmar: alcançou 6 golos ao longo de 23 jogos. Na época seguinte voltar a ser emprestado, mas desta vez para a La Liga. No Deportivo da Corunha realizou 21 partidas, mas apenas um golo.

Contudo estes desempenhos de nada valeram, uma vez que esta época foi novamente emprestado. No Rayo Vallecano nada lhe tem corrido bem: apenas fez três jogos, não tendo sequer 50 minutos de utilização, e não marcou nenhum golo. Com a reabertura do mercado de transferências, tal como era esperado, ganhou um novo destino: o Universidad do Chile. Só o tempo dirá se terá mais sorte desta vez, mas as expectativas são cada vez mais baixas (o que não abona nada a seu favor…).

Bruno Varela – Valladolid (Espanha)

Que o futuro augura uma grande carreira ao jovem guardião português já todos sabemos. Todos menos Kepa Arrizabalaga aparentemente. O treinador do Valladolid ainda não deu uma única oportunidade para Bruno Varela mostrar todo o seu talento. Mas se na Segunda Divisão Espanhola ainda não cumpriu um único minuto o mesmo não aconteceu na Selecção Sub-21 Portuguesa: foi titular em cinco partidas, tendo sofrido apenas um golo.

A primeira experiência no estrangeiro pode não lhe estar a correr de feição, mas os seus 21 anos ainda lhe dão margem de manobra suficiente para se vir a impor um dia, no principal plantel encarnado. Nota ainda para o facto de entre os 32 jogados que o Benfica emprestou esta época Bruno ser o único guarda-redes.

Bebé – Rayo Vallecano (Espanha)

Os dez clubes que representou em onze épocas espelham bem a dificuldade que tem em manter o nível exibicional. Apesar de ter começado no Loures, e de ter passado duas épocas pelo “defunto” Estrela da Amadora, foi no Vitória de Guimarães que deu verdadeiramente nas vistas. Seguiu-se a transferência para Manchester, uma época a baixo nível, um empréstimo ao Besiktas e um regresso para a equipa secundária dos ingleses. Depois veio o regresso a Portugal: no Rio Ave começou a mostrar o seu talento mas seria em Paços de Ferreira, na época 2013/2014, que impressionaria tudo e todos.

Bebé
Bebé

Um brilho tão intenso chamou a atenção do Benfica, contudo voltou a desiludir na época seguinte. Tiago, como insistia em chamar-lhe Jorge Jesus, realizou apenas 6 partidas e pouco mais de 200 minutos. O próximo destino era óbvio: o empréstimo. Metade da época transacta foi passada em Córdoba (com um registo de 18 jogos e 0 golos) e a actual no Rayo Vallecano. O saldo nem é negativo, mas não se pode dizer que seja extraordinário: 18 partidas e 1 golo é bom, mas quase de certeza que não chegará para conseguir uma nova oportunidade no Benfica.

Flávio Silva – Sporting da Covilhã (II Liga Portuguesa)

Começou a formação no SCP mas foram as suas exibições ao serviço do Torreense que chamaram a atenção dos olheiros encarnados. Completou duas épocas (a primeira nos Juniores, a segunda na Equipa B), ao longo das quais realizou dezasseis encontros e marcou dez golos (todos eles na primeira época). Este ano teve o mesmo destino do já citado Kévin Oliveira: o Sporting da Covilhã.

Contudo a sua passagem pelo emblema nortenho não tem sido favorável: no seu currículo apenas tem um jogo, para a Taça de Portugal em Setembro, no qual cumpriu uns escassos 56 minutos e onde não marcou nenhum golo. O avançado da Guiné-Bissau terá de se esforçar muito mais para convencer Francisco Chaló, não sendo de descartar um novo empréstimo no decorrer do mês de Janeiro.

Gianni Rodríguez – Peñarol (Uruguai)

O lateral esquerdo uruguaio está na sua segunda temporada consecutiva ao serviço do Peñarol por cedência do Benfica (com quem tem contracto até 2018, refira-se). Contudo o regresso ao seu país natal não tem sido particularmente feliz. Em 2014/2015 realizou apenas 5 jogos e na presente temporada apenas alinhou três vezes (não chegando sequer a completar 300 minutos). Embora alinhe numa posição onde todos os clubes têm carecem de talento a sua condição de suplente não é um bom cartão de apresentação se quer regressar à Luz ou chegar à Selecção A do seu país.

Ola John – Reading (II Liga Inglesa)

Mais um jogador emprestado pelo Benfica a um clube da II Divisão Inglesa, o famoso Championship. Contudo os dois casos não podiam ser mais diferentes: enquanto Nelson Oliveira está a aproveitar a oportunidade para mostrar todo o seu talento, Ola John nem titular indiscutível consegue ser.

Leva catorze jogos pelo histórico emblema inglês (sendo que apenas três foram a titular) num total de 452 minutos de jogo e apenas por uma vez fez o gosto ao pé. Refira-se ainda que o extremo holandês realizou três partidas no início da presente temporada pelo Benfica: duas para o Campeonato e a Supertaça perdida para o Sporting de Jorge Jesus. Será que o Bicampeão Nacional vai conseguiu reaver o elevado investimento feito no extremo formado no Twente?

Romário Baldé – Tondela (Portugal)

Tal como Murillo teve o recém-promovido Tondela como destino. O avançado lusitano, formado no Benfica, esteve em segundo plano com Paneira, ganhou destaque com Rui Bento e trabalha agora para convencer Petit, o terceiro técnico do Tondela nesta temporada. Até ao momento conta com doze partidas, 761 minutos jogados e dois golos marcados. Apesar de não serem estatísticas extraordinárias não deixam de ser interessantes para um jovem de apenas dezanove anos de idade. Quem sabe se não está aqui o futuro avançado titular do Sport Lisboa e Benfica?

Derley – Kayserispor (Turquia)

O avançado brasileiro normalmente varia entre o banco e a titularidade, mas tem jogado de forma considerável (16 jogos, ou seja, cerca de 1100 minutos). Em matérias de golos já conseguiu ultrapassar o total que tinha marcado numa época inteira no Benfica, mas ainda está bem longe dos dezoitos tentos que marcou ao serviço do Marítimo em 2013/2014. Será que o avançado de vinte e oito anos de idade ainda tem hipóteses de representar novamente o emblema encarnado?

Fábio Cardoso – Paços de Ferreira (Portugal)

Depois de onze épocas consecutivas de águia ao peito foi tempo de preparar as malas e rumar a Paços de Ferreira. O jovem central até começou por ser titular mas acabou por perder a vaga para Ricardo depois do desaire caseiro frente ao Vitória de Guimarães. Actualmente é o terceiro central da hierarquia estabelecida por Jorge Simão e procura uma nova oportunidade para regressar ao onze titular. Por agora leva 12 jogos, 991 minutos e zero golos marcados, mas até ao final do campeonato certamente que tentará mostrar-se a Rui Vitória. Pode Fábio ser o próximo grande talento made in Seixal?

Harramiz – Farense (II Liga Portuguesa)

O internacional por São Tomé e Príncipe tem estado bastante activo ao serviço do Farense, clube onde é indiscutível na longa caminhada que é a Segunda Liga. Soma 21 partidas e quatro golos, numa demonstração muito promissora de talento e regularidade. No entanto os seus vinte e cinco anos, e o facto de terminar contracto no final do próximo mês de Junho, não o beneficiam no sonho de pisar um dia o relvado do Estádio da Luz.

Jonathan Rodríguez – Deportivo da Corunha (Espanha)

A imprensa afirmava que integraria o plantel às ordens de Rui Vitória, contudo o ex-treinador do Vitória de Guimarães não ficou convencido e optou pelo empréstimo. Mas a verdade é que tem mostrado muito pouco com a camisola do Deportivo. Dez jogos e zero golos é um registo certamente muito abaixo das expectativas dos dirigentes encarnados, particularmente se tivermos em conta que é ponta-de-lança. Será que o uruguaio ainda vai a tempo de acumular mais minutos aos 531 já disputados na La Liga ou espera-o um novo empréstimo?

Raphael Guzzo – Tondela (Portugal)

Raphael Guzzo
Raphael Guzzo

E como não há duas sem três cá estamos nós de volta a Tondela. Desta vez o destaque vai para o médio-centro Raphael Guzzo. E aqui temos mais um caso de um jovem formado na Luz que procura impor-se no competitivo mundo dos seniores. Depois de oito épocas no Caixa Futebol Campus em 2014/2015 rumou ao Desportivo de Chaves revelando-se fundamental (como o comprovam os 37 jogos que acumulou e os 8 golos que marcou, algo incrível para um médio-centro, ainda por cima tão novo). Nova época, novo empréstimo, mas desta vez na Primeira Liga.

Ao serviço do recém-promovido Tondela acumula treze encontros (qualquer coisa como 790 minutos) não tendo ainda obrigado os guarda-redes adversários a caminhar até ao fundo da baliza. O jovem luso-brasileiro, de apenas vinte anos, procura ajudar o seu clube a salvar-se da descida de divisão ao mesmo tempo que se mostra como mais uma opção válida para Vitória.

Diego Lopes – Kayserispor (Turquia)

Depois de três temporadas em grande nível no Rio Ave o jovem de vinte e um anos procura provar que merece uma oportunidade de alinhar pela primeira equipa do Sport Lisboa e Benfica. Partilha com Derley não só o contrato com o Benfica como o clube a que foi emprestado: o Kayserispor, da Turquia. O médio-ofensivo brasileiro levou algum tempo a adaptar-se ao futebol turco, mas actualmente é titular indiscutível do treinador Ertugrul Seçme. Leva 8 jogos, 425 minutos e um golo sendo expectável que estes números subam gradualmente nos próximos meses. Numa altura em que muitos benfiquistas querem ver Talisca pelas costas, será que Diego Lopes pode ter uma verdadeira oportunidade?

Hany Mukhtar – Red Bull Salzburgo (Áustria)

A sua chegada encheu muitas capas de jornais desportivos portugueses e deixou milhares de benfiquistas em êxtase, tamanhas eram as expectativas a respeito do seu talento. Infelizmente o médio alemão nunca teve uma verdadeira oportunidade por parte de Jorge Jesus, realizando apenas uma partida de águia ao peito.

Esta época ganhou guia de marcha para o Red Bull Salzburgo, mas a estadia na Áustria não lhe está a ser favorável. Tem apenas novo jogos realizados e um golo marcado, uma estatística claramente insuficiente para o talento do médio ofensivo formado no Hertha BSC. A sua tenra idade (apenas 20 anos) e o facto de ser alemão talvez joguem a seu favor, contudo se não provar tudo o que vale neste empréstimo pode muito bem nunca mais pisar o relvado da Luz.

Yannick Djaló – Mordovia Saransk (Rússia)

Aquele que outrora foi encarado com um jovem promissor do futebol português hoje é alvo recorrente de piadas (inclusive de adeptos do Benfica). Depois de uma passagem por França e outra pela MLS, nos EUA, foi a vez da Rússia presenciar o “talento” do ex-jogador do Sporting. Em 2014/2015 alinhou por oito vezes no Morodovia Saransk e o balanço foi tão…positivo que…regressou esta época.

Em 2015/2016 conta com 7 jogos (sendo que nas últimas seis partidas não fez sequer mais do que 45’), um tento marcado e uma expulsão. Palavras para quê, não é verdade?

Rui Fonte – Sporting de Braga (Portugal)

Depois de três épocas medianas no Sport Lisboa e Benfica (apenas a terceira foi impressionante com 18 tentos marcados em 24 jogos) chegou a hora dos empréstimos. A época passada terminou-a ao serviço do Belenenses, conseguindo ainda alcançar 2 golos em 13 partidas.

E em 2015/2016 rumou ao Minho para representar o Sporting de Braga. O “quarto grande” (embora este rótulo seja amplamente discutível, obviamente) tem feito muito bom uso do avançar luso, como o comprovam os três golos em dezasseis desafios. Dada a escassez de pontas-de-lança da Selecção Nacional será que faz sentido Fernando Santos equacionar a chamada de Rui Fonte?

Luís Filipe – Joinville / Paysandu / Rio Claro (Brasil)

Sim caro leitor, pode tirar essa cara de espanto, porque “O” Luís Filipe ainda é jogador do Benfica! Aliás é e continuará a ser….pelo menos até 2019 (isto contando que as duas partes cumprem o contracto existente, claro). E está numa forma tão espectacular que conseguiu representar três clubes brasileiros num só ano civil. No Joinville realizou uns estonteantes oito jogos. No Paysandu atingiu a incrível marca de sete encontros. E actualmente ainda procura estrear-se com a camisola do Rio Claro. Claramente um defesa talhado apenas para os grandes palcos mundiais.

Hélder Costa – Mónaco (França)

Muito provavelmente o mais mediático de todos os jogadores emprestados pelo Benfica na presente temporada. Depois de onze épocas consecutivas ao serviço do Glorioso tinha chegado a hora de abrir as asas e voar por si mesmo. Em 2014/2015 desiludiu na sua passagem pelo Deportivo da Corunha (onde não foi além de seis encontros) mas este ano tudo mudou. Graças a Leonardo Jardim surgiu a oportunidade de representar o aportuguesado Mónaco e o extremo nem pensou duas vezes, rumando imediatamente ao Principado por empréstimo (mas com uma choruda cláusula de compra envolvida). Contudo o extremo teve que ser paciente pois uma lesão atrapalhou os seus primeiros meses de competição.

Hélder Costa
Hélder Costa

Desde Novembro já realizou nove jogos, num total de 510 minutos, tendo marcado um golo na Ligue 1 e outro na Coupe de France. Se continuar o percurso ascendente é bem possível que não chegue a regressar ao Benfica, pois dificilmente o Mónaco não acionará a respectiva cláusula de compra.

 

E assim termina esta nossa viagem pelo mundo dos trinta e dois jogadores emprestados pelo Sport Lisboa e Benfica. No ar ficam diversas questões. Por exemplo: justifica-se manter trinta e dois atletas sob contracto “apenas” para os emprestar a outros clubes? De todos os casos analisados quais são os que merecem uma nova oportunidade? E quais deveriam de ver o seu contracto com o Benfica rescindido de vez? Alguma das lacunas do actual plantel do Benfica podia ser colmatada por estes jogadores que estão cedidos a outros clubes? Conto com os vossos comentários, sugestões e opiniões imediatamente abaixo o final desta crónica!

Ficou curioso a respeito dos profissionais emprestados pelo Futebol Clube do Porto e pelo Sporting Clube de Portugal? Então tem de se manter atento ao Ideias e Opiniões, pois muito em breve serão publicadas duas crónicas idênticas a esta!