O Bilhete do Love que nunca foi Forever….

Muito antes dos telemóveis, sms e e-mails, existiram os bilhetes ou cartas de “amor”!

Era giro mandar, era giro receber!

Um bilhete ou uma carta que passava de mão em mão até chegar as mãos da destinatária, “I Love You Forever!” Dizia cravado a tinta, mas não era love e muito menos forever!

Chamem-lhe romantismo! Na verdade sabemos que era mais a vergonha, de enfrentar cara a cara a pessoa, escondidos, ficávamos à espera que o pombo-correio (geralmente era o nosso melhor amigo) trouxesse notícias!

“Então?”

“Ela riu-se!!!”

“Riu-se!? Isso é bom ou é mau?”

“Sei lá!…”

“Então vai lá, e leva este!”

E lá ia o desgraçado, num vai e vem constante sem ter nada a ver com o assunto, passavam-se dias nesta troca de bilhetes, cartas, poemas, juras de um amor inocentemente eterno!

Poemas dignos de um qualquer Camões, arrancavam sorrisos, despertavam paixões, ou perfeitas desilusões.

Eram guardados como se de tesouros se tratassem, escritos com canetas de cores, com desenhos de um coração e uma seta mal feita a trespassa-lo!

Cada um de nós tinha algo de poeta, por mais patético que hoje nos pareça, era assim, fazia parte, era bonito!

Tenho a certeza que o fizeram, mesmo que não o tenham entregado, mas fizeram, assim era o “forever love” um romantismo inconsciente, que nos levava, primeiro a saber escrever, coisa que hoje infelizmente já não é tão comum, e a saber usar imaginação para fazer jogos de palavras, que humildemente acabariam por rimar!

Eram assim as nossas conquistas, ou desilusões, um corre-corre constante em busca da felicidade!

Hoje somos invadidos por sms, e-mails, publicações, mas nada como aquela folhinha de papel amachucada pelo tempo, com juras de amor, do Love Forever que nunca o foi, mas na altura certamente verdadeiro!

Não se esqueçam de recordar e sonhar, porque a vida é feita de sonhos!