Bom? – Patrícia Marques

Esperamos que o tempo passe. Esperamos os melhores momentos. O certo é que eles dizem chegar e nós, sem pensar que são os bons momentos, resolvemos pensar e continuar a perguntar: «onde estão os bons momentos?». Episódios esquecidos por entre a membrana chamada coração, que relembra momentos ainda presentes e onde a consciência vem chegando com a convicção suficiente para me dizer: «Aconteceu isto e aquilo!» Estes momentos têm fundamentos que vêm ter connosco para chamar a nossa resposta?! Devemos responder? Devemos fazer silêncio? Hoje em dia, diz o senso comum, que a fiabilidade do silêncio faz desenvolver a psique humana. No entanto, somos nós os construtores de respostas feitas para resolver àquilo que se chama de problema?

Perguntamo-nos: « E os bons momentos?»  Eles já estão a decorrer, mas a visão por vezes está tão turva que a decisão de ser ou não um bom momento nem se chega a saber. A sensação parece estar tão cheia e misturada, que nem dá para deliberar: «Isto advém do bom momento.» Os sentimentos cá-dentro e em reboliço necessitam de respirar, necessitam de paz, de amanhecer não no esquecimento – “Deixa lá isso” – mas sim, no valor de um abraço, na transmissão do puro sentimento e da recíproca compreensão. É importante, esvanecer o turbilhão de ideias e segurar o que nos coloca uma última vez como “importantes. É importante reconhecer a caridade, mas para este tipo de problema basta ser chamada a amizade. É importante gostar, pensar no hoje com remédio para amanhã e fortalecer as nossas lágrimas com um suspiro a mais.

Crónica de Patrícia Marques
Um lugar ao Sol