Porque sou candidato a deputado? – Nuno Araújo

A minha crónica de hoje trata de um tema diferente do habitual. Candidato-me a deputado à Assembleia da República, nas primárias do Livre/Tempo de Avançar, datadas para 20 e 21 de Junho. E julgo pertinente e honesto intelectualmente enunciar, publicamente, nesta crónica, quais os meus motivos para tal ter feito tal tomada de decisão.

Candidato-me por um país mais justo, mais solidário e mais fraterno. Mais ainda do que estar contra o governo PSD/CDS, estou a favor de um Portugal mais livre, com mais igualdade de oportunidades e onde se aplique mais solidariedade para com os mais desprotegidos, pois solidariedade não é o mesmo que caridade. Candidato-me pelas pessoas, por todos nós, mas também pelos animais, pelo ambiente e natureza, pela defesa da laicidade do Estado; procuro contribuir também para uma sociedade de pleno emprego, onde a inovação tecnológica do nosso país possa zelar pela desburocratização administrativa, por maior equidade fiscal, em suma, por um desenvolvimento sustentável. Defendo um país mais modernizado, onde as liberdades civis sejam plenas e que haja crescimento económico que favoreça o conjunto da sociedade.

A minha candidatura luta pelo fim da trapaça dos números “maquilhados” do crescimento económico, onde o governo não consegue disfarçar o aumento do desemprego real e da precariedade que ameaça um país deixado em ruínas por Passos Coelho e Portas. Num país a braços com uma depressão económica e social, o aumento da emigração (para mal de Portugal) foi um dos maiores feitos deste governo de Passos e Portas, que bem empurrou para o estrangeiro dezenas de milhar de jovens portugueses. Passos diz que não disse a ninguém para emigrar, mas todos nós nos lembramos bem daquilo que ele disse há uns anos atrás.

Enceto esta luta tendo apenas uma palavra, um conceito, uma realidade, em relação à qual estou contra: a austeridade. A austeridade é a prova de que não é na redução da despesa que se consegue a recuperação económica, mas sim através da aposta nos vários sectores produtivos.

Serei candidato em Portalegre, Santarém ou Leiria. Aposto na dinamização do interior do país como estratégia global de combate à austeridade, criando novos focos de produção de valor acrescentado. Sou a favor da regionalização administrativa do país, pois acredito que dividir melhor os recursos favorece uma melhor governança.

Se alguém nesses distritos puder e quiser votar em mim, quero que saiba que podem contar com a minha honestidade intelectual e abertura de espírito ao diálogo, pois procuro muito mais a convergência e a união do que a dispersão das forças. A dispersão das forças só enfraquece a luta contra a pobreza, a corrupção e a injustiça. E a mais pequena parcela de força que reside dentro de nós deve ser concentrada numa Força muito maior, que é aquela composta por todas e todos que queiram transformar e transmutar o nosso país num país melhor! Obrigado!