Quando o Caro… Sai Caro

  Estou viva! Tenho sobrevivido aos meus treinos de parque de estacionamento em 3 rodas. O pulso (lamentavelmente) ainda me dói… se calhar é melhor ir ver isto… hmmm. Devo dizer que estou muito orgulhosa pois já consigo fazer curvas à direita e à esquerda, andar aos “S” enquanto sinto o vento nas lentes de contacto, baldar-me sem medo para os lados (sensação realmente fantástica) e, inclusive, mandar a moto ao chão novamente, tudo isto sem medos! Sou um verdadeiro espírito rebelde.

  Desta vez nem tempo tive de me aperceber do que acontecia, foi muito rápido mas variei, desta vez caí para o lado direito. Uma das (várias) coisas que preciso praticar é o virar a cabeça. Pois que ia fazer a curva e reparei que não estava a virar a cabeça o suficiente, ia devagar… acho que virei tão bruscamente a cabeça que o corpo foi atrás e puf… Mais uma vez lá fiz o D. subir o parque para me ajudar a levantar o bicho. Os 20 minutos anteriores estavam a correr mesmo bem mas acho com a queda fiz pupu porque quando me sentei outra vez para seguir com a minha condução fenomenal, reparei que o travão dianteiro não estava a travar bem… diz o D. que o travão precisa ser sangrado. Bom, enquanto for a moto e não eu a sangrar… está-se bem!

  Mas não é das minhas raspadelas no alcatrão que venho aqui falar hoje, mas sim da importância de ter um bom equipamento motard… Ah, pois é! Quando era adolescente não queria saber. Era um capacete qualquer emprestado, casaco de ganga se fizesse frio, chinelo, não tinha noção do perigo. Depois ao crescer, ganhei juízo. A verdade é que de moto é tudo muito giro mas, num acidente ou numa queda parva, quem dá o corpo ao manifesto somos nós, é o nosso corpo diretamente no alcatrão! Circular de moto exige as devidas proteções e não, não falo apenas do capacete. Um casaco com proteções, botas próprias, luvas próprias e até mesmo umas calças.

  Como maníaca que sou, quer por ter máxima segurança (porque já percebi o que a casa gasta…) como por compras, comecei então a investigar o que já tenho e o que preciso. Comecemos pelas mãos. Já tinha luvas mas percebi que estavam grandes quando tentei conduzir com elas. Para pendura servem perfeitamente mas para conduzir atrapalhavam-me bastante portanto, investi numas luvas de verão (pois são mais macias e ajudam à adaptação). Têm as proteções necessárias e realmente faz toda a diferença ter umas luvas no tamanho correto. Depois o casaco. Bom, casaco realmente não tinha nenhum. Vi umas boas centenas de casacos, umas boas dezenas de sites e opiniões, casacos de verão, de inverno mas claro está, acabei por me perder por um casaco de couro com proteções em todos os lados e mais alguns, que serve para todas as estações e que é lindo de morrer (isto de andar de moto também temos de pensar no cenário, se for para cair, que se caia com estilo! E com segurança, claro!) As opiniões eram de facto boas e é bastante completo e… giro! Já referi que é bem giro? Agora os pés. Botas, já tenho. São botas boas, com proteção completa e biqueira de aço. Estão um pouco justas e encontrei botas super fashion e giras e lindas de morrer mas definitivamente não são prioridade até porque o que farei depois com as minhas dezenas de sapatos? Quanto a calças, descobri que existem calças de ganga (por sinal também bem giras) com proteção nos joelhos, ancas e rabo, investimento que também farei, pelo menos quando for para fazer trajetos e passeios maiores.

  Mas agora chega o momento da revelação… o capacete, peça fundamental e obrigatória para quem se desloca de moto. Claro está que a medida correta é essencial. Andar com um capacete de tamanho incorreto é praticamente o mesmo que não usar nada de todo. O meu capacete tem cerca de 5-6 anos e achava que não precisava substitui-lo dado que não o usei massivamente e está como novo. As esponjas como deveriam estar (esponjosas, portanto, nada ressequidas), o capacete nunca deu nenhuma queda. Assumi que não precisava comprar outro até que… comecei a ler… pronto! Descobri coisas assombrosas. Para a devida proteção da nossa cabeça, um capacete deve ser substituído (excluindo o óbvio de sofrer uma pancada), ao final de 5-6 anos, exceto em casos em que o capacete seja feito de fibra de vidro, kevlar e outros compostos de fibra uma vez que poderá durar mais tempo, dependendo do uso e da forma como o estimamos.

  Porém, o que realmente me chocou não foi a validade do capacete mas sim o facto de ter descoberto que grande parte dos capacetes mais caros e de grandes marcas são os que menos protegem! Pois é! Descobri um site oficial do Reino Unido onde avaliam capacetes. Basicamente atiram os pobres coitados (os capacetes) cerca de 32 vezes a diferentes velocidades e provocam o impacto em diferentes áreas do capacete. Fiquei chocada ao perceber que o meu capacete tem somente duas estrelas. Basicamente acho que se puser o capacete e mandar uma traulitada de ladecos contra uma parede corro graves riscos de sofrer um traumatismo “ucraniano”! O site chama-se Sharp e tem um grande número de marcas e modelos desde os mais conhecidos aos mais desconhecidos. Curiosamente, existem capacetes no valor de 70 € mais seguros do que modelos de 700€! Conclusão, dentro do meu orçamento, consegui encontrar dois possíveis modelos com proteção perfeita em todos os sentidos e claro, bem fashion. Convido os leitores de duas e três rodas a visitar o site e confirmar se estão tão seguros como pensam… Afinal, se calhar até faz sentido gastar uma fortuna numa moto e meia dúzia de tostões num capacete, desde que seja seguro.

  Mais um investimento na segurança e um desinvestimento no orçamento e até lá, tentarei não me atirar para o chão de cabeça.

  Pergunto agora ao leitor, acha que a cachopa da foto segue as normas de segurança para circular em duas rodas? Haja cenário, mas não é preciso tanto!

Boa semana