Casos Reais – Sabine Borges

Recebi esta semana três e-mails a pedirem-me ajuda e apoio. Com o consentimento de uma das pessoas, decidi partilhar estes caso com os leitores, talvez outras pessoas se possam identificar com esta mesma problemática. Aqui vai o primeiro pedido, assim como a sua resposta.

1. “ Tenho 28 anos, e vivi com um homem que amei muito durante três anos. Há cerca de meio ano acabou tudo, disse-me que conheceu outra mulher e que não conseguia continuar comigo pensando noutra. Foi correto, acabou antes de me trair. Hoje sei que começou uma relação com essa mulher algum tempo depois mas que entretanto terminou, recentemente. Não quero voltar para ele. O fim da nossa relação custou-me muito. Acabei por me concentrar no trabalho e dar tudo de mim para me distrair. Como já disse, passaram seis meses, e se enquanto estou a trabalhar em nenhum momento me sinto em sofrimento nem penso nele, quando chego a casa e estou sozinha não consigo evitar de recordar e dou por mim a sentir-me sozinha e triste. Não sei o que fazer. Mudei de casa para evitar as recordações. Que posso fazer?”

R: Pela mensagem, vejo que como qualquer outra relação séria foi marcante. Percebo também que a hipótese de lhe dar uma segunda oportunidade também não é uma prioridade. Por um lado tenho que admitir que, ainda que não evitasse a mágoa e sentimento de traição, agiu corretamente. Antes de uma traição, foi corajoso e terminou tudo. Mas não deixa de ser mau. Se já terminou uma vez por ter interesse por outra mulher nada garante que não o faça uma segunda vez. Porém, o que está em causa é o sofrimento em casa e o sentimento de solidão. Esse sentimento é perfeitamente normal, principalmente quando nos encontrámos sozinhos, sem qualquer distração. Automaticamente leva-nos a ter mais tempo e uma maior disponibilidade para pensar, dirigindo-nos para os pontos mais negativos das nossas vidas. O que é necessário é poder encontrar um ponto de distração, sem sair de casa, onde neste caso se encontra a problemática, e um ponto sobre o qual podemos projetar as nossas necessidades. O meu conselho? Arranjar um cão. Por muito estranho que pareça é a melhor solução. O cão será uma distração, dará mimos e amor e será uma ótima companhia. Será muito mais fácil ter uma distração, esquecer as recordações e conseguir seguir em frente. O facto de ter o cão que espera quando se chega a casa, que mostra a sua felicidade e fidelidade, que faz companhia e está sempre presente, poderá transmitir um sentimento de segurança e companhia que é precisamente o que está em falta neste momento.

SabineBorgesLogoCrónica de Sabine Borges
Cada caso… é um caso