Bom dia! Boa tarde! Boa noite! Pronto, assim consigo a proeza de cumprimentar os caríssimos leitores do +oPinião, seja a que hora for que estejam a ler este texto. Pelo menos, de uma coisa não me podem acusar: de ser mal-educado. Aqui o Ricardo, pode ser tudo, menos mal-educado. Isso é que não. Isso é que eu não admito. A primeira vez que isso acontecer, podem crer que me atiro da Ponte 25 de Abril, com a Fanny agarrada a mim por uma corda. Assim, tenho a certeza que não volto à superfície. Pronto, feita a promessa, vamos ao que interessa. Vamos ao tema que achei por bem, hoje, trazer até vós, malta catita que habita neste recanto de partilha de ideias e opiniões. Não se chamasse isto, +oPinião! Ah! Ah! Acabei de constatar o óbvio, não foi? Pfff… Nunca mais aprendo…
É oficial: encontro-me de férias. Porreiro… E para que servem as férias? Servem para descansar, certo? Correcto! Mas, não só! Servem para regularizar certas e determinadas questões pendentes que, não seriam possíveis de resolver se não estivéssemos de férias. Não, não estou a referir-me a idas inglórias às Finanças, ou à Segurança Social. Falo de, finalmente, poder lavar e aspirar o carro. Isso, mesmo. Levo um ano inteiro à espera que chegue as férias, para poder lavar e aspirar o carro. Concordam comigo, não concordam? É a desculpa perfeita, e a solução ideal, para evitar boleias a colegas de trabalho. Todos eles dizem: “Pá! Eu aceitava de bom grado, a tua boleia. Mas deixa lá estar isso… Eu vou a pé, porque preciso de esticar as pernas, e tal… Para não falar nesta barriguinha sexy… Gosto muito dela, de verdade, mas tenho de a perder… Bom, vou andando… Passar bem!” Por fora, a minha expressão facial é a de uma pessoa triste e revoltada pela rejeição da minha boleia, mas por dentro, estou deveras contente e feliz, entoando as seguintes palavras: “Ah! Ah! Continua a resultar… Ah! Ah! Ah! Sou um raiosmaparta de um génio…” Mas, atenção, eu sou uma pessoa bastante educada, hein!… Nunca esquecer isso…
Bom, e lá fui eu lavar e aspirar o carro. “Centros de Lavagens Automáticas“, o terror. Sim, são mesmo. Ok, poupam uma data de trabalho, se for um daqueles Centros de Lavagens Automáticas, em que basta colocar o carro lá dentro, e uma enorme panóplia de escovas tratam do serviço por nós. Mas eu, não. Eu tinha de ser diferente, e decidi ter o trabalho de lavar o carro num Centro de Lavagens Automáticas, em que somos nós que comandamos a lavagem por inteiro. Sim, é automático, mas temos de ser nós a apontar o raça da pistola para o carro. O conceito de “automático” desvanece um pouco… Além de que, passamos o tempo inteiro a tentar desenlear o raio do tubo da pistola – que se enrola por completo, à medida que vamos contornando o carro. E, quem conseguir sair desta experiência traumática (para mim, é claro!) sem ficar com a roupa suja, que me ensine como o fazer, por favor. Saio sempre sujo. Parece que a sujidade que estava encrostada no carro, passa integralmente para a minha roupa. Como? Não faço a mínima ideia…
E o tempo? Parece que estamos a disputar uma maratona! Passamos o tempo todo a correr à volta do carro, para o tentar lavar com apenas 1€. Mas, o tempo está sempre contra nós e nunca o conseguimos. Antes de iniciar a lavagem, pensamos para com os nossos botões “Vais apenas gastar, no máximo, 3€ nesta lavagem… Nem mais um tostão…“, mas acabamos sempre por gastar mais. É inevitável… Até, porque, acabamos sempre por ficar a meio da lavagem, com o carro cheio de espuma e lá temos de colocar mais 1€ para a retirar. Traumático…
E a aspiração? É a loucura! Andamos, literalmente, de rabo para o ar, dentro do carro, a tentar apanhar todas as migalhas possíveis. Mas nunca conseguimos… E, quando damos por nós, já lá ficaram 3€ só para aspirar o carro, e o raio das migalhas ainda por lá habitam… Sabem que mais? Ir lavar e aspirar o carro a um Centro de Lavagens Automáticas, é uma experiência traumática e incrivelmente depressiva! Saio de lá ofegante, e com vontade de cometer um crime! À próxima já não me enganam… Daqui a um ano, quando entrar novamente de férias, vou lavar e aspirar o carro à porta de casa, na rua. O quê? Não posso? É proibido? Não faz mal… Sinto que preciso de infringir a lei! E, confesso, serei o meliante mais feliz e alegre deste mundo, e arredores! E menos teso…
Até para a semana, malta catita!
Crónica de Ricardo Espada
Graças a Dois
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Espectáculo! 🙂